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Tal como era de esperar, Rui Rio obteve mais votos nas Caldas da Rainha (76%) e Santana Lopes ganhou em Óbidos (84%). Só que nas Caldas votaram 453 militantes do PSD e no concelho vizinho apenas 38. A amostra vale o que vale, mas o certo é que Rui Rio ganhou a nível nacional tendo obtido 22.611 votos (54,4%), contra 18.974 (45,6%) de Santana Lopes. Ou seja, uma margem de pouco mais de 3.600 votos separou os dois candidatos.
No distrito de Leiria votaram 1764 militantes, dos quais 1028 (59%) escolheram o ex-presidente da Câmara do Porto, ao passo que 705 (40%) votaram em Santana Lopes.
Já no Oeste a tendência inverteu-se, com o ex-primeiro ministro a conseguir 53% da votação.
Hugo Oliveira, vice-presidente da Câmara das Caldas e coordenador distrital da campanha de Rui Rio, não esconde a satisfação com a vitória do seu candidato. “Tinha a expectativa de que os militantes iriam escolher a pessoa que estava mais bem preparada e fico contente que assim tenha acontecido”, disse à Gazeta das Caldas. Espera agora que o partido se organize e que se prepare para o combate eleitoral, tornando-se uma verdadeira alternativa.
Hugo Oliveira reconhece que os resultados foram próximos, o que mostra que os militantes estavam divididos entre os dois candidatos. Considera que um dos desafios de Rui Rio será o de “unir o partido”, mas acrescenta que, “rapidamente as pessoas irão perceber que, só unidas, podem tornar o PSD mais forte”.
O autarca caldense ressalva que nas questões estruturantes, “da espinha dorsal do PSD”, não havia grande divisão entre os candidatos, mas que a forma de as executar é que era defendida de maneira diferente.
Gazeta das Caldas tentou obter um comentário de Telmo Faria, coordenador nacional do programa da candidatura de Pedro Santana Lopes, mas tal não foi possível até ao fecho da edição por este se encontrar no estrangeiro.
Humberto Marques, presidente da Câmara de Óbidos e elemento da comissão nacional de apoio à candidatura de Santana Lopes, felicita o novo líder do PSD e destaca a “participação expressiva” dos militantes que se verificou nestas eleições directas. O facto dos dois candidatos terem ficado a menos de 10% de diferença não quer dizer, na opinião de Humberto Marques, que o partido esteja dividido. “Antes pelo contrário”, diz, fazendo notar que o facto de ter havido dois adversários levou a que a disputa fosse “mais empolgante”.
O autarca de Óbidos salienta que os protagonistas destas eleições tiveram elevação no discurso e capacidade de perceber que acima deles estava o partido. Garante que Rui Rio é agora o seu presidente e refere que este tem vindo a dar “sinais de que é fundamental manter a ideia de união e fazer a ligação entre as duas facções”.
Por outro lado, lembra que Rui Rio (tal como Santana Lopes) já foi autarca e, nessa qualidade, tem uma maior proximidade com a população, o que considera que será benéfico para o país, caso seja eleito primeiro-ministro nas próximas legislativas.
Já no passado domingo, no seu espaço de comentário na RTP1, Morais Sarmento, ex-governante e mandatário nacional da candidatura de Rui Rio, defendeu que alguns dos apoiantes de Pedro Santana Lopes terão que ser chamados a desempenhar tarefas de relevo no partido, dando como exemplo o ex-autarca obidense, Telmo Faria.
