Foi na sua sede de campanha, situada na Rua Miguel Bombarda, completamente lotada, que o PS caldense apresentou, no passado dia 27 de Julho, os cabeça de lista aos órgãos autárquicos para as próximas eleições. Presente esteve também o coordenador nacional do partido, Álvaro Beleza, que criticou a política de cortes do governo, bastante sentida especialmente na área da saúde, assim como a falta de apoio ao termalismo.
“O governo prepara-se para, pela primeira vez em 500 anos, retirar a concessão das águas termais ao nosso hospital”, alertou o candidato à Câmara, Rui Correia, acrescentando que esta situação compromete a integração do termal no SNS e é uma violação do Compromisso da Rainha.
Para os socialistas é também necessário acabar com o desequilíbrio entre a escola pública e privada. “Onde há escolas públicas suficientes e competentes, não se pague a privados para as substituir”, disse o candidato, acrescentando que não é aceitável “destruir o sistema público de ensino para satisfazer interesses privados”. O também professor considera que este assunto não foi bem gerido a nível local e que culminou em guerra aberta entre escolas públicas e privadas, “revelando onde nos conduziu uma gestão educativa apática e indolente e acusada tantas vezes de conivência com interesses ilegítimos”.
Rui Correia criticou a falta de limpeza e de punição para quem vandaliza propriedade alheia e lamentou que as propostas de tratamento anti-graffitti por si apresentadas nunca tenham sido consideradas prioritárias. Prometendo uma guerra aberta ao vandalismo, o candidato acredita que, com o envolvimento da comunidade artística e criativa do concelho, será possível ter uma cidade limpa dentro de quatro anos.
O candidato recordou algumas propostas da vereação socialista nos últimos anos, aceites pela maioria, como foi o caso do orçamento participativo, o Fundo de Emergência Social ou a atribuição de 35 bolsas de estudo no valor de 700 euros para apoiar os bons alunos no ensino superior. Foi também socialista a decisão de passar para 60% o apoio municipal às visitas de estudo escolares, o levantamento georeferenciado de todos os imóveis degradados das Caldas e a decisão de baixar os impostos municipais.
Como adversários Rui Correia diz ter “a fome e o medo”. Considera que o concelho atravessa momentos de “asfixia económica e vive o terrível medo de se envolver na luta pelo seu futuro”, apelando à participação das pessoas.
“É preciso restaurar a confiança das pessoas”
Álvaro Beleza, coordenador nacional do PS, criticou a política de “cortar e fechar” do actual governo, que se estende às Caldas na área da saúde. O também médico lembrou que depois de ter tido conhecimento da intenção da tutela em retirar valências ao hospital das Caldas (no âmbito da reorganização hospitalar), o PS exigiu ao ministro da Saúde e presidente da ARS para que tratasse esta situação de uma forma “inteligente e sensata” com o CHO centrado nas Caldas. Por outro lado, considera que “em saúde deve apostar-se na prevenção e a cultura das termas é muito importante para a nossa saúde física e psicológica, assim como para a coesão comunitária”.
O dirigente socialista falou ainda no medo que encontra nas pessoas nas terras em que um mesmo partido está no poder há muito tempo, saudando os candidatos, pela sua coragem de dar a cara.
Para Álvaro Beleza, se Bordalo Pinheiro estivesse vivo, actualmente tinha muita matéria para fazer humor e cartoons, deixando críticas às actuações de Paulo Portas e dos novos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, respectivamente, Maria Luís Albuquerque e Rui Machete.
O responsável deu ainda nota do bom exemplo do PS no que respeita à limitação de mandatos, não permitindo que autarcas com três mandatos se possam candidatar a nenhuma autarquia (ao contrário do que acontece com os do PSD).
João Paulo Pedrosa, presidente da Federação Distrital de Leiria, disse que se o resultado das eleições fosse por merecimento, Rui Correia seria o eleito. No entanto, estas ganham-se por “esforço, sensibilização e convencimento”, apelando a todos para exortarem as características do candidato à Câmara. O dirigente deixou ainda uma saudação a todos os políticos que cessam funções nos vários órgãos no concelho.
Para a presidente da concelhia socialista, Catarina Paramos, é necessário “restaurar a confiança” das pessoas nas instituições e partidos, apelando para a participação dos cidadãos. A dirigente local candidata-se à presidência da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório porque considera que são as freguesias que estão na primeira linha de contacto com os cidadãos, com as colectividades e os empreendedores. “É à freguesia que os problemas concretos das pessoas chegam em primeiro lugar e a todos tem que dar resposta”, disse, acrescentando que é lá também que encontram quem presta atenção ao detalhe e o que significa, na prática, orientar o concelho para as pessoas.
A líder concelhia garante que o PS vai para as próximas eleições com “ambição, determinação e ideias” e acredita na equipa agora apresentada.
Na sede do PS, situada na Rua Miguel Bombarda e propriedade do escultor Francisco Chaves, irão decorrer nos próximos dois meses tertúlias e a apresentação do programa eleitoral.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
Candidatos do PS
Câmara – Rui Correia
Assembleia Municipal – Manuel Nunes
Freguesias:
Catarina Parâmos – União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório
Maria António Nogueira – União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro
Tiago Marques – União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto
Nisa Tavares – Junta de Freguesia de Salir de Matos
Pedro Branco – Junta de Freguesia de A-dos-Francos
Valentina Contente – Junta de Freguesia do Nadadouro
Rodrigo Amílcar – Junta de Freguesia de Alvorninha
Isaura Teodoro – Junta de Freguesia dos Vidais
José Manuel Paz – Junta de Freguesia do Landal
Branca Proença – Junta de Freguesia da Foz do Arelho
Mandatário Político – Mário Tavares
Mandatário Financeiro – António Castelhano































