Cerca de mil pessoas reuniram-se em Peniche na tarde de sábado, dia 17 de Março, para “reiterar o apoio às posições que têm sido publicamente assumidas pela Câmara Municipal de Peniche e pela Assembleia Municipal que, no essencial, defendem a continuidade do Hospital de Peniche e a implementação do prometido Serviço de Urgência Básica”, de acordo com uma declaração de princípio aprovada pelos presentes.
No documento, os penichenses manifestam ainda a “intenção de se manterem alerta na defesa tão legítima quanto intransigente do Hospital de Peniche e do seu Serviço de Urgência Básica a funcionar 24 horas por dia, com todas as condições que um serviço desta natureza deve ter”.
Na declaração, que tem o governo como destinatário, populares e autarcas dizem que não podem “deixar de ver com profunda apreensão e espanto a intenção que alguns responsáveis pela Saúde parecem estar a desenhar ao nível da reestruturação do serviço de saúde na Região Oeste”. Por isso, prometem manter-se unidos na luta contra uma medida da qual dizem resultar num “claro prejuízo, quer do bem-estar e da qualidade de vida dos penichenses e dos muitos milhares de forasteiros que nos visitam anualmente, quer do ponto de vista do desenvolvimento económico, já que a vocação turística do nosso concelho ficaria irremediavelmente afetada por uma medida desta natureza”.
No encontro de sábado, promovido pela Comissão Municipal de Acompanhamento do Hospital, relembraram-se compromissos assumidos por anteriores governos com o Município de Peniche, tendo em conta que a cidade é um dos principais portos de pesca do país, que as actividades ligadas ao Mar implicam riscos elevados, a vocação turística do concelho e a existência de muitas fábricas com centenas de operários que operam ao longo de todo o dia. Foi ainda salientada a frequência da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar por mais de 1.300 alunos. Argumentos que tinham já sido realçados nas posições dos órgãos autárquicos e que estiveram na base de “cabimentação de verbas e processos de lançamento de concurso para obras de adaptação do Hospital”, salienta a autarquia.
Por isso, os penichenses não escondem o “espanto, porque o caminho que alguns parecem pretender traçar vem claramente à revelia de todos os compromissos que foram, nesta matéria, publicamente assumidos entre os representantes do Estado e, através dos eleitos, com a população”. E isto sem que as características que já em 2008 levaram à revogação da intenção de encerramento do serviço de urgência do hospital. Um encerramento que volta a estar em cima da mesa, no âmbito da reorganização dos hospitais que servem o Oeste que está a ser estudada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt
Reorganização hospitalar motiva Declaração de Princípio da população de Peniche
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