Ilda Figueiredo defende aumento do rendimento mínimo para desempregados

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“Nos registos existem entre 2500 a 2800, mas provavelmente serão cerca de 3000 os desempregados aqui nas Caldas da Rainha”. As contas são feitas pela eurodeputada comunista Ilda Figueiredo, reportando-se aos casos de pessoas que estão sem emprego há vários anos e não recebem subsídio de desemprego, tendo desistido de ali ir procurar trabalho.

A eurodeputada do PCP esteve reunida na manhã de sexta-feira (17 de Setembro) com a directora do centro de Emprego das Caldas, Célia Roque, para se inteirar da situação local. Foi ainda informada que, no total dos concelhos abrangidos por esta instituição, o número de desempregados ascende a perto de 5800, o que mostra que “quem não tem emprego nas Caldas também não consegue arranjar nos concelhos vizinhos”.
Ilda Figueiredo criticou o baixo valor do Rendimento Social de Inserção (na ordem dos 189 euros), que é menos de metade do valor calculado como limiar da pobreza e que “mal chega para atenuar a pobreza extrema”. Explicou que Portugal tem actualmente dos piores índices da UE em termos da desigualdade da distribuição de rendimento e de pobreza, nomeadamente no que respeita a crianças e jovens, pessoas idosas e mulheres.
A eurodeputada é relatora de um relatório sobre o papel do rendimento mínimo na luta contra a pobreza e pela inclusão social, que vai estar em debate em Outubro no Parlamento Europeu. O documento defende a criação de um rendimento mínimo equivalente ao valor do limiar da pobreza, que para Portugal será na ordem dos 420 euros por mês. “Só assim é que em Ano Europeu da Luta contra a Pobreza podemos ter alguma resposta em termos de diminuição da pobreza na UE”, defendeu.
Contudo, Ilda Figueiredo reconhece que não será fácil a sua aprovação. “Infelizmente, esta é cada vez mais uma UE de maior hipocrisia pois, por um lado declara o Ano Europeu de Luta contra a Pobreza mas, por outro, aprova politicas que agravam a pobreza”, diz, destacando que os países membros atravessam dos maiores níveis de pobreza das últimas décadas.
A eurodeputada deixou ainda críticas ao fosso crescente entre ricos e pobres, resultante de políticas que têm servido para “aumentar a exploração de quem trabalha e fazer recair sobre os que menos têm os maiores problemas”. E deu mesmo como exemplo o facto do rendimento rendimento social de inserção se situar nos 189 euros por mês, enquanto que os bancos “estão a ter lucros diários de cinco milhões de euros, ou seja, de 150 milhões de euros de lucro por mês”.
Ilda Figueiredo disse ainda conhecer muitos casos em que o patronato, aproveitando-se da situação de crise, oferece empregos que não passam de “situações de escravatura”, mostrando-se ao lado das pessoas que os recusam. Deu mesmo o exemplo da sua sobrinha, licenciada, a quem numa oferta de emprego, ofereceram 250 euros mensais nos primeiros cinco meses.
“Infelizmente, muitos dos nossos jovens são obrigados a aceitar uma solução destas e isso é escandaloso”, salientou a comunista, que anda “pelo terreno” a denunciar estas situações de desigualdade.
Mas move-a também uma campanha do PCP de aposta na produção, como forma de criar mais empregos com direitos e diminuir a dependência do país relativamente ao estrangeiro.
Além das Caldas, Ilda Figueiredo esteve também na Marinha Grande, onde contactou trabalhadores e reuniu com a União de Sindicatos de Leiria. No mesmo dia também o seu colega, João Ferreira, esteve no distrito e reuniu com diversas pessoas, instituições e empresas de Peniche, onde debateu os assuntos da pescas e as medidas financeiras comunitárias para o sector.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Não posso deixar de achar tudo isto uma verdadeira pouca vergonha!
    O rendimento minimo é meio caminho andado para a Vagabundagem.
    Sim, porque estas pessoas, e aqui Srª Eurodepotada também eu sei do que falo, perferem isso a trabalhar.
    Conheço casos em que recrutam 50 pessoas, com ordenados que liquidos podem ascender aos cerca de €900, e que as mesmas não querem! Lamento, mas o estado (que quer dizer cada um de nós) não tem de sustentar os malandros que não querem trabalhar.
    A situação é de crise, sim! Existem muitos a aproveitarem-se dela, sim! Mas tanto para um lado como para o outro. Em primeiro lugar temos de aumenntar as reformas ridiculas de alguns idosos, garantir o gratuito acesso a essas pessoas á Saúde e depois então pensar no resto!
    Mas não me parece justo que uns ganhem com o esforço do seu trabalho e outros ganhem sem fazer rigorosamente nada!

  2. Caríssima Filipa Silva, sendo tão conhecedora pena não dominar a sua língua, a que escreve e a que esperneia. Eurodeputada, seja ela/ele qual for, representa princípios associados a convicções ideológicas. São escolhidos pelos eleitores e defendem os interesses dos que neles votaram, interesses por vezes dissociados da realidade social desses votantes. Outro qualquer pensamento, no caso o seu, corresponde ao princípio de que a ignorância é sempre favorável a uma intervenção descabida e sem valor acrescentado. Sabe do que fala, óptimo, é sempre agradável rir com algumas piadas, mas por vezes paramos e transforma-mos o riso em lágrimas perante tanta … diga-mos burrice

  3. Parece que alguém ficou incomodado com a realidade!
    Óptimo! Ainda bem!
    Mas refere factos no seu elaborado texto que não posso deixar de referenciar!
    Burrice… talvez, eu chamo-lhe ponto de vista!
    Ignorância… dou-lhe um outro nome, capacidade de raciocínio sem recorrer a dogmatismos baratos!
    Não conhecer a língua materna… Sim, o texto tem erros ortográficos, obrigada pelo alerta.
    Mas quem no fundo não disse nada, parece-me que foi o Senhor António Carvalho, que escreveu bonito e sem erros, mas em nada contribuiu para a discussão, portanto, e em resumo, mesmo com erros, é preferível a opinião, mesmo que diferente da nossa, do que a vaga conversa de quem opta pela ofensa!