PSD quer videovigilância e polícia municipal para combater a insegurança

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Os dois antigos governantes abordaram as questões da segurança, na conferência organizada pelo PSD e JSD locais

O aumento do sentimento de insegurança foi tema de conversa com os antigos governantes do PSD e CDS, Miguel Macedo e Nuno Magalhães

O primeiro a defender a colocação de câmaras de videovigilância nas Caldas foi o vereador e deputado, Hugo Oliveira, justificando-o com a necessidade de proteção de pessoas e bens. O autarca, que falava na conferência sobre Segurança, a 16 de novembro na Toca 7, chamou a atenção para o “sentimento de insegurança” que se vive na cidade e na necessidade de o combater através das forças policiais e de políticas municipais.
Referindo-se aos migrantes, considera que é necessária “uma integração que lhes permita conviver no espaço e não viver à parte de toda a comunidade”.
O ex-presidente da Câmara, Tinta Ferreira, lembrou que já sugeriu a colocação de videovigilância no concelho mas que foi-lhe dito que não há agentes em número suficiente para verificar as câmaras nas Caldas. A solução passaria pelas imagens das Caldas serem visionadas por agentes do Comando Distrital de Leiria, o que achou desadequado. Defendeu que são necessárias condições para “haver vigilância e agentes em número suficiente para ver as câmaras” e que, para além disso, deverá haver polícia municipal. Já o arquiteto e administrador do grupo Média Oeste, António Salvador, realçou a necessidade de um espaço público cuidado e alertou para o perigo das ciber ameaças.
O antigo secretário de Estado da Administração Interna (entre 2002 e 2005), Nuno Magalhães, deu nota que também ele já tinha sido alertado para o problema de insegurança nas Caldas, pelo pai, residente na cidade. Considera que a mudança pode estar ligada a uma política de urbanismo dissuasora das práticas de vandalização do espaço público e defendeu uma maior iluminação pública na cidade. Relativamente à videovigilância, o também antigo líder parlamentar do CDS-PP lembrou que o seu partido nunca foi defensor deste sistema de proteção. “Durante muitos anos só havia um sítio, no país inteiro, onde era autorizada a vídeo segurança, que era o Bairro Alto”, lembrou, acrescentando que a Comissão da Proteção de Dados não permitia que fosse instalada noutros locais. A lei viria a ser mudada com Miguel Macedo como ministro da Justiça e teve por base um projeto para o concelho da Amadora. O antigo governante destaca que o sistema tem de cumprir uma série de critérios e que os direitos dos cidadãos estão salvaguardados.

Quotas para migrantes
Para outro antigo presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, o aumento da criminalidade está associado ao fenómeno da imigração, especialmente da não regulada. Falou também da proliferação de lojas de produtos estrangeiros, que não se identificam com o comércio tradicional. “Começam a ser lojas de telemóveis e barbearias a mais, de pessoas que não têm movimento mínimo que sustente as rendas dessas casas”, alertou, acrescentando que a sua concentração em determinado local pode descaracterizar a cidade.
Fernando Costa chamou ainda a atenção para o facto de muitos dos migrantes não andarem identificados e subscreveu a ideia avançada pelo antigo ministro Miguel Macedo, da existência de quotas de imigração. A falta de efetivos policiais foi outro dos problemas levantados pelos intervenientes, e que levou Nuno Magalhães a deixar o conselho ao deputado na Assembleia da República, Hugo Oliveira, de dar a conhecer ao país a realidade caldense e sensibilizar o governo. O dirigente centrista concorda que uma polícia municipal “pode complementar e libertar algumas funções que hoje estão na PSP e a sua visibilidade pode trazer mais segurança”. Destacou ainda importância dos gabinetes municipais de segurança (que os dirigentes locais disseram que nas Caldas não tem reunido), “não tanto por aquilo que decidem, mas pelas sinergias, confiança e conhecimento que criam”. ■

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