
O grupo parlamentar do PSD quer a realização de um debate na Assembleia da República sobre o Plano para o Oeste, que foi assinado entre o governo e os autarcas oestinos há dois anos, mas que até agora possui um nível diminuto de execução.
Querem pedir explicações sobre o que foi e está a ser executado, quais as dificuldades que existem e se há razão para fazer alguma reponderação, tendo em conta a situação em que o pais está.
“A execução foi muito baixa em domínios tão importantes como as acessibilidades e a saúde e no acesso privilegiado a verbas do QREN, que são indispensáveis para um conjunto de projectos”, disse o deputado Miguel Macedo, à saída da reunião com os autarcas do Oeste, no passado dia 13 de Dezembro.
O líder parlamentar social-democrata adiantou ainda que existem projectos relevantes para o desenvolvimento turístico da região “a quem foi prometido um tratamento de via verde e até hoje isso não aconteceu”.
De acordo com o presidente da OesteCIM, Carlos Lourenço, estes encontros com os deputados são importantes pois servem para “denunciar algumas situações e tentar resolvê-las”.
O autarca reconhece que existem dificuldades financeiras e adianta que estão dispostos a colaborar nesse sentido, mas quer que se comecem a projectar as obras e a fazer a sua reprogramação. “Esta ausência de diálogo e tomadas de soluções é que não aceitamos de modo nenhum”, diz Carlos Lourenço.
O mesmo responsável adiantou que a execução dos projectos, em termos monetários “estará a meio por cento”, destacando que obras estruturantes como a Linha do Oeste, IC 11 e a construção dos hospitais ainda não se vislumbram.
Também o presidente da Câmara de Torres Vedras e membro da Comissão de Acompanhamento do Plano de Acção do Oeste, o socialista Carlos Miguel, louvou a iniciativa do PSD. “Dar o enfoque do parlamento e do país a esta matéria do Oeste, que não anda como nós gostávamos, é muito positivo”, disse o autarca, que aproveitou a reunião para interpelar os deputados sobre o que fizeram para condicionar a aprovação do Orçamento de Estado. A resposta que obteve foi que não houve qualquer proposta sobre esta matéria, o que “também revela que estamos a falar muito da coisa e a executar muito pouco”.
Carlos Miguel disse ainda ter reservas sobre se este encontro será algo mais do que especulação política. “Há uma falta de liderança, em termos políticos, do governo do que deve ser o Plano de Acção para o Oeste, mas se houvesse vontade da oposição para que as coisas andassem, se calhar este debate tinha sido feito antes do orçamento”, sustentou.
De acordo com o autarca torreense dois anos depois da assinatura do plano não há condições de reprogramar nada porque não existem projectos.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt






























