O governo já fez saber que não está prevista para esta legislatura a construção de um novo hospital no Oeste. No entanto, os bombarralenses estão empenhados em trabalhar para “ir a jogo” quando houver possibilidade para a construção de um novo equipamento de saúde na região. PS e PSD do Bombarral estão unidos nesta questão e consideram que o Bombarral é o local ideal tendo em conta que se situa no centro da área de abrangência do hospital e possui boas acessibilidades.No encontro que decorreu no passado dia 8 de Abril, no auditório municipal, ficou o compromisso de iniciarem agora a procura de aliados, até porque sabem que há outros concelhos, como Caldas da Rainha e Alcobaça, na corrida.
Para o presidente da Câmara do Bombarral, José Manuel Vieira (eleito pelo PSD), a partir do momento em o novo governo defendeu a existência de um novo hospital regional, faz todo o sentido que este seja construído neste concelho que é “o epicentro do Oeste”. Este equipamento de saúde, que na sua opinião deverá abranger cerca de 350 mil pessoas, poderá contemplar uma parte da população de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Lourinhã e uma parte de Mafra.
A localização central do Bombarral no território oestino e as suas boas acessibilidades são razões defendidas pelo autarca, que pretende pedir um estudo que as sustente. José Manuel Vieira disse ainda que o município consegue arranjar, entre terrenos públicos e privados, os cerca de 60 hectares necessários para o equipamento, escusando-se, contudo, a dizer o local por causa da especulação imobiliária.
O autarca lembra que esta é uma luta que terá que desempenhar com os seus colegas de outros concelhos, tendo em conta que “todos querem puxar a si aquilo que é uma mais-valia extraordinária para o seu território”, ao nível os postos de trabalho que cria e os benefícios económicos e de desenvolvimento que traz associados.
Recordou que o anterior presidente da Câmara de Alcobaça, Gonçalves Sapinho comprou um terreno em Alfeizerão destinado à construção do novo hospital e que, por seu lado, as Caldas disponibilizava várias localizações para a construção do hospital no seu concelho. O Bombarral vai agora “preparar-se” para quando houver oportunidade financeira poder ter “argumentos muito fortes” para a fixação deste equipamento de saúde. Para além de estudos, pretendem também criar um lobby de apoio com várias personalidades, entre elas o anterior presidente da Câmara de Torres Vedras e actual secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel, que já tornou pública a sua concordância com esta localização.
Também o deputado bombarralense na Assembleia da República (PSD), Feliciano Barreiras Duarte, defendeu a construção de um hospital no Oeste e, “se possível no Bombarral”, e entende que é importante traçar uma estratégia para que isso aconteça. Contudo, “numa primeira fase não fazia muito ruído”, deixou o aviso.
O parlamentar realçou ainda que esta é uma matéria política e que não deve ser partidarizada.
Também presente no debate esteve o presidente da concelhia do PS do Bombarral, Jorge Gabriel Martins, em substituição de António Sales, presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, que teve outro compromisso à mesma hora. Partilhou da opinião de que deve ser construído um novo hospital e que os bombarralenses devem aproveitar esta altura para lutar pela sua construção naquele concelho.
Recordou que numa reunião recente, que teve com o secretário de Estado da Saúde, este lhe disse que não está prevista a construção de um novo hospital no Oeste, mas a realização de obras no hospital das Caldas e melhoria das suas especialidades médicas. Jorge Gabriel Martins entende que a Câmara deve estar preparada para acolher o equipamento, desde logo fazendo a alteração do PDM para que possam existir terrenos disponíveis.
Novo hospital pode custar 100 milhões de euros
O auditório municipal esteve cheio, maioritariamente com bombarralenses, mas também alguns caldenses, como foi o caso do director clínico do CHO, António Curado, o militante do PS, Luís Patacho, e o vereador do CDS-PP, Rui Gonçalves, entre outros. António Curado corroborou da opinião de que o Oeste precisa de um hospital novo e que o seu custo andará na ordem dos 80 a 100 milhões de euros, investimento que se pagaria em cinco a seis anos de funcionamento.
No entanto, não deixou de registar o seu desagrado com o facto dos autarcas do Oeste estarem mais preocupados em discutir a localização do novo equipamento do que decidir sobre os problemas da saúde. “O Oeste é neste momento das regiões mais necessitadas em termos de cuidados hospitalares públicos”, disse, revelando que as estruturas actuais não servem a população.
O evento foi organizado pela Bombarral Sustentável – Associação Empresarial Agrícola e de Desenvolvimento do Bombarral, tendo o seu presidente, José António Fonseca, destacado que este concelho precisa de um “tónico” especial para a sua reactivação. “O hospital seria um investimento importante para fazer o Bombarral crescer”, disse o também enólogo, que pediu uma união de esforço dos autarcas com vista à captação daquele equipamento.
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