
Os eurodeputados socialistas Carlos Zorrinho e Margarida Marques estiveram nas Caldas da Rainha, no passado dia 13 de Setembro, para falar sobre a sociedade digital e cidades inteligentes. Carlos Zorrinho, “pai” do plano tecnológico implementado há uma década, defendeu que está na altura de fazer uma requalificação das capacidades de usar as tecnologias, mas de acordo “com princípios éticos”. O PS vê o desafio das sociedades digitais como um dos pilares fundamentais do seu programa eleitoral e destaca a literacia e a ética digitais como prioridades ao nível da educação.
“A cidade inteligente não é aquela que tem mais tecnologia ou investiu em data centers maiores, mas a que cumpre uma estratégia usando a tecnologia”. A explicação foi dada pelo eurodeputado Carlos Zorrinho, dando como exemplo a experiência do Alentejo Digital (1998) onde fizeram a primeira rede de fibra óptica que ligou Lisboa ao interior (Évora) e em cada concelho foi colocado um posto de atendimento, com computador e um jovem formado que fazia o interface com os cidadãos. Este projecto viria depois a dar origem a regiões e cidades digitais, que acabaram por morrer porque, como o especialista na matéria explicou, não é a potência e a velocidade do computador que importa, mas como se usa a tecnologia para ajudar as pessoas.
Carlos Zorrinho realça a importância da abordagem política da transformação digital. “Temos que garantir que sabemos o que queremos, que isso está de acordo com os nossos valores e que fazemos isso de acordo com princípios éticos”, sustenta.
Para o eurodeputado, a vitória do PS a 6 de Outubro servirá para ter “condições de fazer um novo ciclo de requalificação do ponto de vista das capacidades de usar as tecnologias”, na senda do que foi feito há uma década, com o plano tecnológico. O político, que foi o coordenador deste plano no governo de José Sócrates, considera que a sua implementação permitiu dar o salto qualitativo ao nível das competências e capacidades tecnológicas, que permite actualmente a Portugal atrair as web summits e as grandes empresas nestas áreas.
Nas Caldas, o orador defendeu que nesta era digital, em que tudo está em mudança constante, os valores essenciais têm que se manter. “O facto de hoje podermos aceder livremente a um livro ou a uma música não retira o direito a quem produz de ser remunerado devidamente”, exemplificou, sobre a alteração do copy right.
Também presente no debate, a candidata das Caldas pelo círculo de Leiria, Sara Velez, salientou que o PS vê o desafio das sociedades digitais como um dos pilares fundamentais do seu programa eleitoral, a par das alterações climáticas, desigualdades e questões demográficas. “Temos que começar a propor medidas ao nível educativo para a nossa socialização na sociedade digital”, disse, destacando a literacia e a ética digitais como prioridades ao nível da educação.
Sistemas de incentivos para as autarquias
Também presente no debate, a eurodeputada Margarida Marques falou dos constrangimentos financeiros que as autarquias locais por vezes têm para modernizar os seus serviços. “Estas necessitam de encontrar sistemas de incentivo nacionais e europeus que permitam alavancar projectos inovadores e, também, modelos de negócio que sejam atraentes ao financiamento privado”, disse. Em termos de incentivos destacou o Portugal 2020, o Fundo Ambiental (no âmbito da descarbonização ou a adaptação às alterações climáticas), as Urban Innovative Actions, que têm distinguido projectos inovadores, ou o Horizonte 2020, com linhas de apoio para smart cities.
Na opinião de Margarida Marques será importante analisar as vantagens que poderiam advir da criação de um programa de financiamento direccionado especificamente para as smart cities. A eurodeputada informou ainda que as Caldas da Rainha integra a secção de Municípios Cidades Inteligentes, juntamente com outras 130, da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Socialistas reuniram com administração do CHO
Depois de ter conhecimento do grupo de trabalho criado para definir o perfil do novo hospital do Oeste, uma comitiva distrital do PS, encabeçada por Raul Castro, reuniu com o Conselho de Administração do CHO.
“Tenho a certeza que da parte dos autarcas que compõem a OesteCIM há um entendimento do trabalho técnico para se validar a solução futura”, disse Raul Castro, que reconhece, no entanto, que ainda irá demorar alguns anos até haver decisão. Tendo isso em conta, considera que o estudo deve assentar em duas perspectivas: não ser feito com os números do presente mas com projecções do que será a região em 2030, e que o governo depois tome a decisão sobre a sua localização.
Os socialistas tomaram também conhecimento da situação actual do CHO, nomeadamente a carência de recursos e funcionamento dos serviços. “Nós até sugerimos que a solução poderia estar na realização de concursos regionais, para garantir a estabilidade que é necessária”, disse o cabeça de lista por Leiria.






























