O vereador Rui Correia e o deputado na Assembleia Municipal, Carlos Tomás, são candidatos a candidato à Câmara das Caldas pelo PS. A decisão sobre quem será o candidato deste partido será tomada no próximo dia 6 de Janeiro, entre as 18h00 e as 22h00, em eleições directas, numa Assembleia Geral de Militantes.
Os dois candidatos estão longe de ser consensuais dentro deste partido.
OS TRÊS VEREADORES
No PSD os três vereadores que fazem parte da equipa de Fernando Costa são os três candidatos naturais à sua sucessão, apesar de, até ao momento, só Hugo Oliveira ter assumido claramente que é candidato a candidato, tendo já recebido o apoio público de David Geraldes, ex-secretário de Estado da Agricultura durante o curto governo de Santana Lopes.
O vereador goza de um largo apoio junto da juventude do PSD, facto a que não é indiferente a sua tutela do Centro de Juventude caldense (onde tem promovido concertos e outras iniciativas) e o seu paciente trabalho de arregimentação de jovens (e menos jovens) para se filiarem na JSD e PSD.
O impacto deste trabalho de sapa de Hugo Oliveira é tanto que há neste momento várias dezenas de processos de filiação no PSD das Caldas a aguardar a sua aprovação por parte da concelhia.
Apesar do seu extenso número de apoiantes – que se houvesse directas o poderia catapultar como o candidato do partido à Câmara – o vereador não goza da simpatia da inteligentzia do PSD local, cujos seniores se dividem entre o apoio a Maria da Conceição Pereira e a Tinta Ferreira.
CASO DO GASÓLEO NO PROCESSO
O recente escândalo do abastecimento do gasóleo nas bombas de combustível do município, no qual Hugo Oliveira foi o principal visado, foi interpretado pelo próprio como uma campanha para o queimar na sua pretensão à presidência da Câmara. No entanto, também os outros vereadores tinham autonomia para mandar abastecer de gasóleo os geradores dos fornecedores, tendo Maria da Conceição, enquanto responsável por muitas actividades culturais, exercido esse acto de gestão inúmeras vezes.
A vereadora tem a vantagem de estar já inserida na política a nível nacional, desempenhando um segundo mandato como deputada do PSD na Assembleia da República e a sua longa experiência como vereadora do município caldense há quase tantos anos como o próprio Fernando Costa. Para tal é preciso, porém, que esta expresse a sua vontade de concorrer, o que não tem acontecido.
Segundo algumas fontes daquele partido, é esta também a preferida do presidente da Câmara, que, no entanto, tem mantido um silêncio absoluto sobre quem gostaria que lhe sucedesse.
Tinta Ferreira beneficia do estatuto de vice-presidente da Câmara e goza do apoio de alguns históricos do PSD caldense. Caso Fernando Costa renuncie ao mandato a poucos meses do seu final para ir fazer campanha eleitoral noutro concelho, seria, naturalmente, Tinta Ferreira o presidente interino. E na política os cargos colam-se à pele, o que ajudaria o por enquanto candidato a candidato a ser o candidato óbvio.
O PESO DE FERNANDO COSTA
A guerra intestina do PSD para escolher o seu número um à Câmara das Caldas tem decorrido em surdina e sob a apertada vigilância de Fernando Costa, que sobre este assunto tem feito um autêntico tabu. Alguns destacados militantes preferem mesmo não arriscar tornar pública a sua preferência porque acham que, no fim de contas, o candidato será aquele que Fernando Costa decidir.
No entanto, o também presidente da concelhia local do PSD, quando foi eleito para este cargo, afirmou que nas próximas eleições autárquicas o candidato do seu partido seria escolhido pelos militantes.
Fernando Costa colocou a hipótese da escolha ser feita através de eleições directas, com a participação de todos os militantes (cerca de 1600) e dos autarcas eleitos (cerca de 200). No entanto, não houve unanimidade em torno desta proposta e o autarca acabou por a retirar, até porque os estatutos não prevêem este método de escolha dos candidatos.
O processo, que terá de estar terminado até Março, irá agora passar por duas alternativas: a comissão politica escolhe um candidato e leva a plenário de militantes para conhecimento e emitir parecer (ainda que não vinculativo), ou será o plenário da definir os critérios a que deve obedecer a escolha do candidato.
MAIS CANDIDATOS EM JANEIRO
O CDS-PP está a fazer uma discussão interna para a escolha do candidato, que pretende anunciar publicamente em inícios de Janeiro. Esta concelhia está já a preparar-se para ter listas em todas as freguesias, dado o crescimento que o partido tem tido no concelho, contando actualmente com cerca de 300 militantes, mais os jovens que integra a Juventude Popular.
A CDU também ainda não decidiu quem será o seu candidato à Câmara, mas conta poder anunciá-lo publicamente para finais de Janeiro. De acordo com a concelhia caldense será uma pessoa ligada às Caldas e conhecida da maioria dos cidadãos. Entretanto, estão também a trabalhar na criação de uma comissão coordenadora da CDU, que vai acompanhar todo o processo eleitoral.
O Bloco de Esquerda (BE) vai começar a preparar as autárquicas 2013 em Janeiro e conta conseguir apresentar o seu candidato à Câmara, e também à Assembleia Municipal, durante o primeiro trimestre do ano.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
Carlos Cipriano
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