Profissionais de saúde do CHO com salários em atraso

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Os trabalhadores com salários em atraso queixam-se da precariedade dos seus contratos | NATACHA NARCISO

Cento e oitenta trabalhadores subcontratados do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) estiveram com o salário de Agosto em atraso e ameaçaram entrar em greve. Depois de vários protestos em alguns eventos públicos, tudo se resolveu no início desta semana passada, após a transferência de 585 mil euros por parte do CHO para a empresa Tónus Global, que subcontrata estes funcionários.

 

São auxiliares, administrativos, técnicos de diagnóstico, enfermeiros, motoristas e alguns técnicos superiores que trabalham nos três hospitais do CHO (Caldas, Peniche e Torres Vedras) e que, até à passada segunda-feira, ainda não tinham recebido o salário do mês de Agosto. Os 180 trabalhadores fazem parte da empresa de prestação de serviços Tónus Global, de São Mamede Infesta, que se queixa, por sua vez, dos atrasos no pagamento por parte do CHO. Na sua versão, o centro hospitalar, em vez de 60 paga a 180 dias, o que estrangula financeiramente aquela empresa de prestação de serviços.
Na quinta-feira, 9 de Setembro, quando os funcionários com salários em atraso deram a conhecer a sua situação aos meios de comunicação social, a administração do CHO respondeu por escrito que “nos seus serviços financeiros não existe dívida vencida relativa aos serviços prestados pela empresa Tónus Global”. Mas nesse mesmo dia e no seguinte, o CHO procedeu ao pagamento de 585 mil euros, quantia suficiente para pagar os salários referentes ao mês passado. O gerente da Tónus Global, Nuno Silva, confirmou à Gazeta das Caldas que tinha sido feita a transferência financeira do CHO que iria permitir o pagamento dos salários em falta.
Carla Jorge, a porta-voz dos funcionários (nomeada pelo Sindicato da Função Pública)  desdobrou-se em contactos e, acompanhada por algumas dezenas de trabalhadores lesados foi, no dia 10 de Setembro, à cerimónia de apresentação dos novos médicos do ACES Oeste Norte onde falou sobre a situação à presidente da ARSLVT, Rosa Matos. Segundo a porta-voz, a responsável confirmou-lhe que os responsáveis do CHO lhe tinham assegurado que iria ser feita a transferência que permitiria o pagamento dos salários em atraso. Carla Jorge foi também no domingo, 11 de Setembro, falar sobre a situação com a eurodeputada Marisa Matias que veio à Foz do Arelho ao acampamento dos jovens bloquistas e à sardinhada em defesa da Lagoa de Óbidos.
A porta-voz dos trabalhadores confirmou à Gazeta das Caldas, na terça-feira, 13 de Setembro que os salários estavam a ser pagos e que por isso foi retirado o pré-aviso de greve.
As queixas dos funcionários subcontratados do CHO são várias desde que trabalham 40 horas semanais enquanto que têm colegas do quadro que fazem apenas 35.
Segundo Carla Jorge, já havia colegas “sem dinheiro para comer”. Entre outras queixas afirma que, no Verão, “não podemos tirar férias mais do que seis dias seguidos”. Os trabalhadores gostariam de ter “um contrato de trabalho em condições com 35 horas de trabalho e de ter os mesmos direitos. Assim há desigualdade e discriminação laboral”, rematou a porta-voz.

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