
Os trabalhadores subcontratados do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que só receberam o salário de Agosto na semana passada (depois de vários protestos), continuam preocupados com a sua situação e ponderam tomar medidas caso o atraso nos vencimentos se volte a repetir este mês. Vão exigir o pagamento até 30 de Setembro e caso isso não aconteça entram de greve, disseram ao deputado do PCP na Assembleia da República, Bruno Dias, num encontro que decorreu nas Caldas no passado dia 19 de Setembro.
O problema imediato do pagamento do vencimento de 180 trabalhadores ao serviço do CHO relativo a Agosto foi resolvido, mas falta resolver o de Setembro, cujo mês se aproxima do fim. Os trabalhadores vão exigir o pagamento dos salários até 30 de Setembro e caso isso não aconteça entram de greve. A ameaça foi transmitida por Carla Jorge (porta-voz dos funcionários), no encontro que os trabalhadores tiveram com o deputado do PCP na Assembleia da República, Bruno Dias, no passado dia 19 de Setembro, nas Caldas da Rainha.
O deputado comunista comunicou-lhes que logo que teve conhecimento da sua situação redigiu, juntamente com a deputada Carla Cruz, uma pergunta dirigida ao Ministério da Saúde para saber se tinha conhecimento desta situação e que medidas estava a tomar junto do Centro Hospitalar do Oeste no sentido do urgente pagamento aos trabalhadores em causa. No documento questionam ainda como se justifica a “situação de precariedade laboral com que estes trabalhadores continuam a ser confrontados” e se o ministério confirma que se trata de postos de trabalho que correspondem a necessidades permanentes.
Bruno Dias acredita que, embora ainda não tenha uma resposta por parte do ministério, esta acção terá contribuído “modestamente” para a resolução do problema imediato, de pagamento do vencimento em atraso.
“Não admitimos que haja um tempo de grande investigação ou reflexão para se perceber o que se está a passar pois há um contacto imediato que tem que ser feito, uma explicação que tem que ser dada”, defendeu.
O deputado comunista referiu que os trabalhadores conseguiram fazer valer os seus direitos no plano imediato, mas que a solução passa pela “garantia de vínculos estáveis e emprego com direitos, a bem do serviço aos utentes e populações”.
Trabalho igual regalias diferentes
Os trabalhadores contratados pela empresa Tónus Global (que presta serviços a este centro hospitalar) queixam-se de, apesar de fazerem o mesmo trabalho, terem menos regalias que os seus colegas do quadro do CHO. Os funcionários subcontratados têm o subsídio de férias repartido nos meses de Junho e Janeiro do ano seguinte. Têm direito a 22 dias de férias, mas apenas podem tirar seis dias seguidos no Verão, enquanto que os seus colegas do quadro têm a possibilidade de tirar 10 dias de férias no período de Verão e mais regalias, quer a nível de ordenados, quer de carga horária de trabalho.
Carla Jorge explicou ao deputado comunista que até há pouco tempo estavam impedidos de fazer greve por não serem funcionários públicos. Entretanto sindicalizaram-se praticamente todos pelo Sindicato das Funções Públicas do Centro e foi-lhes dito que têm esse direito.
Durante a administração de Carlos Sá participaram em duas greves, mas asseguraram os serviços mínimos. “O problema é que comparecemos e garantimos os serviços mínimos, não nos pagaram e ainda nos puseram uma falta injustificada na folha de vencimento”, queixou-se a porta-voz dos trabalhadores.
O novo conselho de administração já lhes comunicou que tem direito à greve e que lhes deve ser pago as horas que trabalharam para garantir os serviços mínimos, mas que ainda não receberam.
“Com este conselho de administração ainda só fizemos uma greve, em Junho, e na nossa folha de vencimento aparece greve, enquanto que antes aparecia falta injustificada”, explicou.
Bruno Dias destacou a consciência de classe destes trabalhadores. “Fazem greve mesmo não sendo uma greve da empresa mas da função pública, porque trabalham como funcionários públicos que, na verdade acabam por ser, embora não o tenham no contrato”, concluiu.






























