Presidente da República tomou posse

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CMB_20151019_210721Para a passada quarta-feira, após o fecho da nossa edição, estava prevista a tomada de posse do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, eleito em Janeiro passado.
O novo presidente é bem conhecido de todos os portugueses, quer pela sua longa carreira política e académica, quer pela sua projecção como figura mediática, que ao longo das últimas décadas ocupava os écrans da televisão a comentar a vida política.
Antes, e mesmo no período anterior ao 25 de Abril, já Marcelo ocupava as colunas da imprensa, escrevendo inicialmente no semanário Expresso, ao qual esteve ligado no seu lançamento no período marcelista, onde fazia irreverentes incursões mesmo em relação ao regime, de que a sua família era afecta e mesmo sendo próximo do então primeiro ministro Marcelo Caetano.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve também na fundação do PPD, depois transformado em PSD, tendo mantido posições várias em relação à linha oficial, algumas de contestação, outras de alinhamento, tendo chegado a desempenhar cargos ministeriais e de secretário de Estado.
Depois de em 1996 ter dito à jornalista caldense, Ana Sá Lopes, à época no jornal Público, de que só seria líder do PSD se Cristo descesse à Terra, acabou mesmo assim por liderar o seu partido durante alguns anos, na oposição ao consulado de Guterres, seu amigo de juventude mas seu adversário político.
Recorde-se que foi neste período que ocorreram as grandes lutas no Oeste contra as portagens que estavam a ser impostas pelo governo Guterres, sem que Marcelo Rebelo de Sousa, então líder do PSD, se mostrasse contrário às posições assumidas pelo seu partido.
A última campanha eleitoral para as presidenciais foi um passeio político atípico de Marcelo Rebelo de Sousa, que beneficiando da sua imagem televisiva fez uma campanha a que chamou dos“afectos”, fugindo a todas as polémicas e quase sendo entronizado por um eleitorado distribuído à direita (que mesmo assim não o reconhecia como o desejado) e à esquerda (repartido por vários candidatos menos conhecidos).
Marcelo Rebelo de Sousa cuja carreira académica é consensual e elogiada, já não colhe a mesma unanimidade na sua carreira política e jornalística, tendo semeado e colhido ódios, que agora se esmorecem, provavelmente pretendendo acabar a sua vida pública como um português consensual e estimável. Os primeiros indícios mostram que está a trilhar um caminho sem grandes controvérsias, quer pela escolha que fez para o Conselho de Estado, quer pelos seus colaboradores mais próximos.
No Fólio em Óbidos, em 19 de Outubro de 2015, quando veio apresentar o livro do jornalista Ferreira Fernandes, sendo já candidato, teve uma intervenção simpática e interessante. No final, convidado por Ferreira Fernandes para ver o catálogo da exposição de António, organizada pelo nosso jornal nas Caldas da Rainha na mesma altura, mostrou interesse pela iniciativa e elogiou o papel desempenhado por António na imprensa nacional ao longo de mais de quatro décadas. Receberia ainda o referido livro que considerou muito bem feito e com um levantamento exaustivo da obra de António.

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