PCP critica EDP pela demora na resposta ao temporal

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Notícias das Caldas Os deputados comunistas na Assembleia da República vão pedir responsabilidades à EDP pelos prejuízos das pessoas e empresas que, no distrito de Leiria, estiveram vários dias sem electricidade.
Na conferência de imprensa promovida no passado dia 1 de Fevereiro, Vítor Fernandes, dirigente da concelhia caldense do PCP, informou também que os deputados comunistas na Assembleia da República e no Parlamento Europeu “tudo farão” para que sejam disponibilizadas medidas de apoio para a reabilitação das explorações agrícolas afectadas pelo temporal de 18 e 19 de Janeiro.
“A tempestade pôs a nu alguns problemas estruturais do distrito de Leiria, que tenderão a agravar-se caso as políticas do actual governo prossigam a sua ofensiva contra os trabalhadores, o poder local, o povo e o país”, disse Vítor Fernandes, acrescentando que também o deputado Bruno Dias esteve na região a tomar contacto com os prejuízos, sobretudo na zona das Caldas e no porto da Nazaré.

O dirigente comunista falou da destruição nas explorações agrícolas e florestal, danos na rede de água e de electricidade, com prejuízos bastante avultados para os agricultores e empresários que  assim ficaram mais fragilizados. Vítor Fernandes classificou ainda de “gravíssimo” a queda do telhado da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, que levou a que os alunos ficassem três dias sem aulas, e exigiu o apuramento de responsabilidades à Parque Escolar e ao governo. “Além disso, descobriu-se que o telhado estava mal feito pois foi feito em cima do antigo e agora a solução para resolver o problema foi tapar os buracos e manter o antigo”, disse o dirigente comunista.
Ainda em relação às Caldas lamentou que passados mais de 10 dias do temporal ainda se encontrem muitos postos de sinalização derrubados. “A Câmara que se gaba de ter uma boa situação financeira devia ser mais célere na resolução destes problemas”, disse.
Para José Carlos Faria, esta intempérie fez “notar a incapacidade de resposta por parte da EDP e também da Protecção Civil, em particular relativamente aos geradores”, disse, contrapondo com o “trabalho inexcedível” dos bombeiros voluntários.
O militante comunista mostrou também a sua preocupação com a queda de árvores no Parque e na Mata, à semelhança do que aconteceu com o Pinhal de Leiria, e criticou a posição das companhias de seguros, que se recusam a segurar muitas das explorações agrícolas.
Relativamente à Escola Bordalo Pinheiro, José Carlos Faria considera que há duas questões que têm que ser esclarecidas: saber se o caderno de encargos foi cumprido e se o projecto respeitava medidas de segurança obrigatórias.

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“As pessoas não têm dinheiro para ir ao médico”

O PCP continua preocupado com o Hospital das Caldas e refere que no congresso realizado recentemente pela comissão de utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” ficou patente que também os profissionais da saúde estão preocupados e não acreditam que este hospital não venha a perder valências.
Os comunistas consideram que o facto dos serviços existirem em Torres Vedras ou Lisboa não é solução pois acarretam custos muito altos para a população idosa e com poucos recursos. “As pessoas não têm dinheiro para ir ao médico”, alertou Vítor Fernandes.
Na semana passada o PCP promoveu um debate público em Peniche por causa do encerramento das urgências naquela cidade. A decisão de encerramento das urgências foi, entretanto, adiada até ao final do ano, mas os comunistas dizem-se firmes na luta para manter aberta aquele serviço, mesmo depois das eleições autárquicas.
O futuro do Hospital Termal é outra das preocupações, sobretudo a possibilidade de encerramento ou entrega a privados para a sua gestão. As declarações recentes do ministro da Saúde num debate da Antena 1 ainda veio aumentar esta preocupação, uma vez que defendeu um “Serviço Nacional de Saúde (SNS) geral e acessível, mas que não se pode dar tudo a todos, exemplificando com o termalismo”. De acordo com Vítor Fernandes, o governante estava a referir-se às Caldas e prepara-se para encerrar o hospital ou entregá-lo a privados.
Os comunistas defendem a permanência deste equipamento no SNS e estão a preparar uma sessão pública nas Caldas para debater este assunto mais uma vez.
“Também não aceitamos o desmantelamento do património termal”, disse o mesmo responsável, acrescentando que admitem algumas soluções conjuntas com a autarquia.

Linha do Oeste pode ser viável

Também a Linha do Oeste merece a luta comunista, que vê a ferrovia como o transporte de futuro. Consideram que a linha pode ter viabilidade desde que sejam feitas algumas alterações, nomeadamente ao nível de horários que sejam úteis para as pessoas e do número de comboios a circular.
No que respeita à regeneração urbana, os comunistas estão apreensivos com o resultado final da envolvente do Hospital Termal e consideram que a população está a sofrer com as “guerras internas” do PSD.
Vítor Fernandes foi contactado alguns por moradores que dizem que o problema do estacionamento no centro histórico continua por resolver. No que respeita à iluminação do Largo João de Deus, foram retirados os candeeiros que lá estavam para reparar há uns meses, mas “parece que ficaram mal arranjados e tiveram que os voltar a retirar, substituindo-os por uns provisórios”. O dirigente comunista critica estas alterações consecutivas e diz que “isto só é possível porque na Câmara não se entendem uns com os outros”.
Referindo-se às obras na Praça da Fruta, em que uma das possibilidades é a passagem provisória do mercado para o estacionamento junto da OesteCIM, Vítor Fernandes antevê um futuro “dramático” para o comércio local, em que muitos dos estabelecimentos poderão vir a encerrar.
O PCP está este ano a comemorar o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal com diversas iniciativas. O ponto alto das comemorações na região será uma exposição no Museu do Ciclismo sobre o histórico comunista, de 13 a 25 de Abril, e alguns debates.

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3 COMENTÁRIOS

  1. É realmente muito interessante a queda de árvores no pinhal de Leiria. A figura ridícula que os politicos fazem quando não se têm nada para dizer só para aparecer na comunicação social.

  2. Com o aproximar das eleições a palhaçada política vai começar em todos os partidos, não só deste. A tentar colar dus regiões com hábitos e cultura diferentes.