O candidato a Presidente da República, Paulo Morais, esteve nas Caldas da Rainha, no passado dia 7 de Janeiro, para participar num debate subordinado ao tema “Desafio e Mudança”, mas tendo sempre como linha condutora do seu discurso o combate à corrupção. Uma obsessão que o candidato reconhece ter, chegando mesmo a comparar a corrupção a um “cancro terminal”, que tem que ser combatido para que se viva melhor no país.
“A corrupção é cara, sistémica e cria medo na sociedade, pelo que tem que ser combatida”, diz Paulo Morais. Como há vários anos tem vindo a denunciar esta situação e como constata que a classe política está “completamente insensível” a esta matéria, decidiu candidatar-se a Presidente da República.
O problema é “sério” mas se Paulo Morais for eleito, diz que o resolve de forma relativamente simples. A sua primeira resolução será a convocação extraordinária do Parlamento para apresentação de uma estratégia global de combate à corrupção. Isto para acabar com a situação de deputados que vão para aquela casa para “fazer negócios”.
Perante uma plateia de cerca de 40 pessoas, o candidato denunciou que a Assembleia da República está “contaminada de deputados advogados que ali estão apenas com o objectivo de influenciar a legislação em função do interesse dos grupos que são seus clientes e dos interesses a que estão ligados”.
A estratégia global terá também que considerar a protecção dos denunciantes da corrupção, facto que não acontece actualmente, em que “este é emprateleirado ou perseguido”. Paulo Morais quer também que o povo recupere o que lhe tem sido tirado ao longo dos anos. Dando como exemplo o caso concreto do BPN, “que nos custou sete milhões de euros”, defende que é preciso ir buscar o património e dinheiro dos antigos donos do BPN e que se encontra devidamente identificado.
Paulo Morais pretende também criar, na própria presidência, uma unidade de missão para avaliação dos negócios de Estado nos últimos 10 anos com o objectivo de “recuperar para o povo português aquilo que lhe pertence”. Pretende ainda fazer reavaliações às Parcerias Público-Privadas (PPP), privatizações e outros negócios de grande dimensão para perceber se o Estado foi ou não enganado.
Necessário é também, de acordo com o também docente universitário, um portal de transparência sobre a vida pública em Portugal. Diz mesmo que esta actualmente é “opaca e tem que ser transparente”.
Como Presidente da República, Paulo Morais diz que não autorizará que as crianças até ao 9º ano paguem livros escolares por o considerar inconstitucional. Entende que “compete ao Estado português assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito”, pelo que quando um cidadão para pagar os livros dos filhos “por vezes tem que pedir esmola”, considera estar em causa o princípio da dignidade da pessoa humana. Daí que defenda a existência de bancos de livros nas escolas.
O orador reconheceu que é obcecado com o tema da corrupção, que diz ser o “cancro terminal que está a destruir a política em Portugal e, com isso, as finanças públicas, a economia e toda a sociedade”. Alterando este estado de coisas, todos passarão a viver muito melhor, remata.
Aos cidadãos deixou o conselho de pegarem na Constituição da República, que a leiam e que façam valer os seus direitos.
A campanha de Paulo Morais terá um custo de 94 mil euros, dos quais 40 mil provêm de donativos e o restante por subvenção do Estado. “Cada donativo tem um valor máximo de 100 euros”, disse, garantindo que desta forma é mais democrática. O candidato acrescentou ainda que esta é uma campanha de baixo custo porque centra-se na proximidade e não há bandeiras, cartazes, arruadas ou jantares. “Não faz sentido, porque o nosso objectivo é difundir e ouvir ideias”, disse.
Também presente neste evento, a caldense e mandatária nacional da candidatura de Paulo Morais, Teresa Serrenho, deixou o apelo para que se “agitem as águas” e acompanhem este candidato na sua demanda contra a corrupção e pela transparência na politica.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt






























