
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, visitou na passada segunda-feira (16 de Março) a Schaeffler e destacou o exemplo desta empresa exportadora, que consegue “das suas margens libertar o suficiente para investir no futuro”. Um caso de sucesso que contrasta com a estratégia do governo, que o líder da oposição considera “errada” por apostar no aumento do rendimento e do consumo dos portugueses.
Pedro Passos Coelho e a sua comitiva visitaram na manhã de segunda-feira a Schaeffler Portugal, a empresa de rolamentos situada na Estrada de Tornada que exporta toda a sua produção e que dá emprego a 508 pessoas.
O líder social democrata realçou a forma como esta empresa soube aproveitar os fundos comunitários, nomeadamente do QREN, para canalizar em inovação e novas tecnologias, tornando-a muito competitiva a nível global.
“Nesta altura é uma unidade muito importante que exporta rolamentos para todo o mundo e de uma forma extremamente competitiva”, disse, acrescentando que também ajuda ao crescimento da economia portuguesa.
Uma realidade que não é consonante com os últimos números que dão conta de um abrandamento da economia portuguesa. De acordo com Passos Coelho, nos primeiros três meses de 2016 a economia cresceu cerca de 0,8%, metade das restantes economias europeias, cuja subida foi de 1,5%.
“Quando nos comparamos com o que passou no ano anterior estamos a meio gás e muito aquém da estimativa do governo para este ano”, disse o ex-primeiro ministro, alertando para o facto dos níveis de investimento terem “afundado”. E, na sua opinião, é o investimento que permite criar emprego de uma forma sustentada e obter retorno económico.
Passos Coelho critica a estratégia de politica económica do actual governo, assente nos rendimentos e no consumo. Uma perspectiva errada, do seu ponto de vista, porque acumula desequilíbrios e gera desemprego.
A alternativa passa por ter uma “variável de investimento muito dinâmica porque a outra, por mais que possa ser dinamizada, nomeadamente o consumo, só pode resultar à custa de mais dívida”.
O líder do PSD defende que as atenções devem estar concentradas na exportação e investimento directo externo, uma vez que a nível interno há pouco dinheiro para fazer investimentos.
“O que nos dará mais emprego, riqueza e prosperidade é produzir e exportar mais e atrair investimento de fora do país, dado que o que temos cá não chega”, resumiu Passos Coelho.
A produção da Schaeffler Portugal correspondeu, no ano passado, a perto de 78 milhões de peças, um número que querem aumentar este ano para mais de 80 milhões e que se traduz num montante aproximado de 57 milhões de euros de vendas. Todas elas são exportadas, mas depois algumas acabam por regressar ao país já integradas em produto acabado.
De acordo com o seu administrador, Mário Cunha, a empresa tem ainda espaço para crescer. Recentemente foi aprovado em Assembleia Municipal a declaração de interesse municipal para a ampliação das instalações, que permite a construção de duas naves fabris. Trata-se de um investimento na ordem dos 23 milhões de euros e que permitirá criar mais de uma centena de postos de trabalho.
Das Caldas, a comitiva do PSD seguiu viagem para Leiria onde reuniu com a direcção da NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria. Esta visita incluiu ainda um almoço com empresários da região de Leiria e passagem pela empresa TJ Moldes, na Marinha Grande.
Colégios pedem apoio a ex-governante
A polémica dos contratos de associação tem sido uma causa para o líder da oposição | FÁTIMA FERREIRA[/caption]
Pedro Passos Coelho era esperado à porta da Schaeffler por um grupo de seis professores e encarregados de educação dos colégios Rainha D. Leonor e Frei Cristóvão, para lhe entregar uma carta a pedir o seu apoio na questão dos contratos de associação entre o Estado e escolas privadas.
O presidente do PSD disse-lhes que ainda durante esta semana, aproveitando um pedido do CDS-PP, irão interpelar o governo sobre esta matéria, depois de já o terem feito também na semana passada. Quer que o governo não tome uma posição antes de ter um estudo actualizado realizado pelo Conselho Nacional de Educação.
“Há muita confusão nos argumentos que são utilizados publicamente”, disse, acrescentando que há uma penalização para situações que considera de serviço publico de educação e até para a rede pública de educação. “As pessoas confundem muito o que é a propriedade pública e o serviço público, que são coisas diferentes”, argumentou.
Carlos Graça, da Associação de Encarregados de Educação do Colégio Rainha D. Leonor, mostrou ao político a sua preocupação com a redução de turmas e, depois, o encerramento dessas instituições. “Não estou bem certo dos números mas serão à volta de 1500 os que irão ingressar na rede pública de ensino”, disse, referindo-se ao concelho caldense.
O encarregado de educação referiu-se ainda a qualidade do ensino ministrado nas Caldas, com resultados provados com a escola pública e escolas com contrato de associação, acrescentando que gostaria que este se mantivesse.






























