Os Verdes visitaram moradores afectados pela pedreira da Avarela

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Foto1-VisitaUma delegação do Partido Ecologista “Os Verdes”, juntamente com eleitos locais da CDU, esteve no Casal da Avarela (Óbidos) na tarde de 22 de Fevereiro e falaram com os moradores sobre a pedreira que está a laborar a escassos metros das residências.
Nas várias casas onde entraram verificaram problemas na estrutura das habitações e ouviram queixas do ruído provocado pelos rebentamentos.
Os Verdes vão agora questionar os vários ministérios sobre o funcionamento da pedreira e Rui Raposo, da CDU, levará hoje o assunto à Assembleia Municipal de Óbidos.

Maria da Conceição Moreira é a moradora mais próxima da pedreira, tendo apenas a estrada a separar as duas propriedades. Os efeitos dessa proximidade também são evidentes. Nas paredes são visíveis as rachas provocadas pelo impacto dos rebentamentos e as janelas estão quase sempre fechadas por causa do pó e do barulho.
“Diariamente há o barulho das máquinas e há rebentamentos semanais”, disse a moradora, destacando que no rés-do-chão ouvem o barulho e no primeiro andar sentem a casa a tremer.
A poucos metros,  e já na Rua do Gesso, Eduardo Firmino mostra as rachas nas paredes exteriores da casa. Lá dentro a situação ainda se agudiza mais, com várias fissuras visíveis nos dois andares da habitação. “Há dias em que não conseguimos ouvir a televisão”, disse, acrescentando que há “barulhos diários a partir das 7h30” e  que há alturas em que “é possível ouvir o barulho das máquinas à entrada das Caldas”.
Já Humberto Barrela, a residir há 15 anos no local, diz que é um desassossego para todos o funcionamento da pedreira e mostra como a chaminé da sua lareira já se desprendeu da parede com o impacto dos rebentamentos. “Já nem a lareira acendo porque sai o fumo pelas fissuras”, disse.
Na casa ao lado, Graciete Martins conta que, quando construiu a casa, já teve em conta o impacto do funcionamento da pedreira, mas mesmo assim são visíveis as fissuras que entretanto se abriram nas paredes. A janela, por exemplo, já conheceu três pedras de base e a actual está rachada.
Os moradores dizem que quando compraram as casas lhes foi dito que a pedreira iria encerrar em poucos anos e agora mostram-se ainda mais preocupados com o facto desta querer ampliar a exploração para mais próximo das habitações. Já fizeram um abaixo-assinado a reclamar os prejuízos materiais e sociais que aquela indústria extractiva está a provocar.
A dirigente dos Verdes, Sónia Colaço, destacou que ver in loco permitiu-lhes perceber melhor as preocupações manifestadas pelos moradores e considera que há responsabilidades diferentes ao nível das entidades locais e nacionais. Os dois deputados deste partido na Assembleia da República não puderam estar presentes devido à votação do Orçamento de Estado, mas a dirigente ficou com as informações a fim de questionar os respectivos ministérios. “A necessidade de apurar o que se passa é obrigatória”, disse Sónia Colaço, destacando que é preciso saber que pareceres existem relativamente aos pedidos de alargamento da empresa, assim como abordar questões de licenciamento, ambientais ou mesmo laborais.
“Estaremos empenhados em poder trabalhar para resolver a situação”, disse.
Rui Raposo, da CDU de Óbidos, reconheceu que esta é uma situação “dramática” para quem ali vive e trabalha, como é o caso do Hotel Vila d’Óbidos, alguns metros mais abaixo. Hoje, sexta-feira, pretendem levar o assunto à Assembleia Municipal de Óbidos e informar o grupo parlamentar na Assembleia da República, tanto mais que já estão também a acompanhar a pedreira que labora nas Cesaredas, no Olho Marinho.
“Vamos fazer todos os possíveis para que esta situação venha a ser resolvida a vosso contento e o mais rapidamente possível”, disse o deputado municipal.

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