Os primeiros 100 dias autárquicos nas Caldas e em Óbidos

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Gazeta das Caldas

Já passaram 100 dias desde que os novos executivos entraram em funções, após as autárquicas de Outubro de 2017. Ainda que este espaço de tempo não permita desenvolver medidas de fundo, há decisões que já foram (ou poderiam ter sido) tomadas.
Gazeta das Caldas faz um apanhado do arranque dos mandatos de Tinta Ferreira nas Caldas e Humberto Marques em Óbidos.

A Câmara das Caldas já é dona do património e das águas termais. A cedência da concessão das águas, por parte do Estado, era o passo que faltava para que a autarquia possa, efectivamente, avançar com o almejado projecto do termalismo.

Mais difícil, no entanto, está uma chegada a acordo entre a Câmara e o Montepio Rainha D. Leonor para a gestão do Hospital Termal. A primeira versão do documento foi apresentada na Câmara em Junho do ano passado, mas devido às críticas da oposição, voltou a ser renegociado, não se conhecendo ainda mais nenhum desenvolvimento.
Desde o início do ano que o município tem vindo a proceder ao arranjo de vias de acesso à cidade. Esta era uma situação que já vinha do anterior mandato e que agora está a ser resolvida.
Aquando da tomada de posse, a 16 de Outubro, Tinta Ferreira considerou como prioritário para este mandato o início das obras no Hospital das Caldas. As obras nas urgências irão arrancar em breve, mas de acordo com o autarca, tem que ser requalificado o resto do hospital e atribuir-lhe mais camas, meios humanos e equipamentos.
Também por isso não é de estranhar que Tinta Ferreira tenha sido o único presidente de Câmara a estar presente da reunião sobre a saúde no Oeste, promovida pela Comissão de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) e consigo tenha levado a vereadora Maria da Conceição Pereira, que possui o pelouro da saúde, e o secretário da vereação, João Frade.
Esta preocupação é acompanhada pela oposição.
Já no que respeita aos recursos humanos, Tinta Ferreira anunciou que queria reforçar os quadros da autarquia, mas a oposição tem dúvidas quanto à forma como a maioria o faz, criticando a inexistência de chefias intermédias e a divisão de departamentos. Também os Serviços Municipalizados continuam com o lugar de director delegado livre, facto que os socialistas consideram “insólito” e “gravemente lesivo para a gestão e direção dos SMAS”.
Outras das bandeiras do presidente da Câmara são a requalificação da Linha do Oeste e o desassoreamento da Lagoa de Óbidos. Problemas que não são da sua responsabilidade directa, mas que o autarca comprometeu-se a reivindicar pela sua solução, sem resultados à vista.

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Associação de Turismo de Óbidos reactivada

A reactivação da ATO – Associação de Turismo de Óbidos será a maior marca dos primeiros 100 dias de mandato de Humberto Marques em Óbidos.
A Câmara está empenhada em trabalhar na internacionalização do concelho, não só na componente turística, como de todo o território e a intervenção da associação é “fulcral para a criação de uma estratégia concertada de desenvolvimento económico”, considera o presidente da Câmara, Humberto Marques. O autarca acredita que esta internacionalização beneficiará directamente também a agricultura, a industria, a economia digital e os serviços.

Aquando da tomada de posse, a 21 de Outubro do ano passado, Humberto Marques defendeu a criação de riqueza e de postos de trabalho como forma de coesão territorial. Já no passado dia 11 de Janeiro essa posição foi reiterada, tendo o autarca informado que irão preparar uma candidatura para a expansão da área de localização empresarial das Gaeiras e que irão alterar o regulamento do Parque Tecnológico de forma a permitir que o pagamento dos lotes possa ser feito em forma de renda.
Humberto Marques, aquando da sua reeleição, falou também da necessidade de uma maior proximidade entre eleitos e eleitores, que será feita através do posto de atendimento ao cidadão nas juntas de freguesia. Estes serão lançados no próximo dia 5 de Fevereiro, na Junta de Freguesia do Olho Marinho.
A atenção a dar aos recursos endógenos, a potencialização da Lagoa de Óbidos, o investimento na educação e uma agenda ambiciosa ao nível da saúde e bem-estar foram outras das metas traçadas para este mandato.
Entre a oposição, as maiores criticas a estes primeiros tempos de mandato surgiram aquando da votação do orçamento para este ano. O PS e o BE propuseram uma descida do valor do IMI a cobrar aos munícipes, mas estas não foram acolhidas pela maioria social democrata. O desacordo estendeu-se também ao valor de derrama a cobrar às empresas. Enquanto que o PSD propôs a isenção do pagamento da derrama para todas as empresas, a oposição defendeu uma discriminação consoante a sua fixação e as boas práticas laborais.

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