Jaime Neto, Mário Pacheco e Mário Tavares foram os convidados do PS para falar sobre os projectos previstos para as Caldas
A oposição caldense (PS, CDS/PP, CDU e BE) uniu-se para promover a discussão pública sobre o projecto de regeneração urbana e o plano de pormenor do centro histórico. O encontro está marcado para dia 8 de Abril no CCC, a partir das 21h00.
A iniciativa partiu do PS que, no passado sábado, realizou a sua convenção na freguesia de Nossa Senhora do Pópulo e debateu o Plano de Pormenor do Centro Histórico.
O arquitecto Jaime Neto foi um dos convidados pelo PS a apresentar a sua visão dos planos. Crítico, considera que não há da parte do executivo camarário um pensamento estratégico para a zona de intervenção e que deveria de haver também investimento nos centros históricos das outras freguesias do concelho. “Parques de estacionamento e passeios largos são um incentivo ao consumo, quando o que se prevê é um período de grande retracção”, salientou, apontando o dedo às opções camarárias.
Depois de caracterizar o centro histórico caldense, Jaime Neto defendeu a diversificação das actividades, chamando mais serviços para a zona e mais unidades hoteleiras. “Os centros históricos que têm alguma vitalidade são os que investiram em hotelaria”, disse, lembrando que em 1926 existiam na zona histórica oito hotéis e seis pensões e actualmente existem dois hotéis e oito pensões.
Jaime Neto disse ainda que o plano de pormenor não apresenta os mapas de ruído e conflito, obrigatórios por lei, nem relatório de avaliação ambiental estratégica.
Este arquitecto discorda ainda do número de bancos espalhados pelo espaço público, que considera excessivo e destaca que os pavimentos são todos à base de calçada, independentemente do aspecto físico dos lugares. “Há uma espécie de autismo do plano relativamente a áreas identitárias da cidade, como o parque e a mata”, criticou.
Relativamente à Praça da Fruta, considera que no topo deveria haver um grande atravessamento para a mata, permitindo a ligação do centro da cidade ao parque urbano.
Jaime Neto, Mário Pacheco e Mário Tavares foram os convidados do PS para falar sobre os projectos previstos para as Caldas
O engenheiro civil e deputado municipal, Mário Pacheco, começou por dizer que a regeneração urbana são “10 milhões de euros, todos virados para um candidato à presidência da Câmara”, numa alusão ao vereador Hugo Oliveira.
Referindo-se aos mercados, considera que o semanal (de segunda-feira) é o parente pobre, não se efectuando ali melhoramentos, mas que este tem um peso económico muito grande na vida local. O responsável criticou ainda a forma como o trabalho de levantamento de dados foi feito, pelos fiscais municipais, e que devia de haver maior rigor.
Sugeriu que a praça pudesse certificar produtos agrícolas, lembrando alguns da região, como o melão, cuja produção poderia ser reaproveitado como um produto de fileira.
Mário Pacheco disse ainda que o plano reconhece a praça como uma âncora do comércio da cidade, “mas depois o dinheiro vai para o parque de estacionamento a criar na Praça 25 de Abril”. O deputado socialista defende ainda que a Praça da Fruta precisava de um estacionamento para servir quem ali se vai abastecer, assim como para os vendedores guardarem os seus objectos.
No Largo da Rainha criticou a opção por calçada ao invés do pavimento ali existente e considera que a intervenção prevista para o Largo João de Deus “é um atentado contra o património”.
Também convidado a participar neste encontro, Mário Tavares, lamentou que se “esteja sem tempo” para debater um assunto que é tão importante para a cidade e vai implicar tanto na vida dos cidadãos. Disse ainda que nas Caldas, “pela sua singularidade”, nada é possível fazer sem ter em consideração a Câmara e o hospital, não lhe parecendo que esta última instituição tenha sido muito ouvida para a elaboração deste projecto.
Mário Tavares referiu ainda que nos últimos anos tem-se verificado que o poder politico quer apropriar-se do parque e mata do Hospital. “Temos que lutar para que isso não aconteça”, sustentou.
O convidado defendeu ainda que o centro histórico das Caldas tem que estar habitado, ser vivo, e que se não forem criadas as condições necessárias para a juventude ali se fixar, a situação irá agravar-se.
Vasco Trancoso, ex-presidente do Centro Hospitalar, lembrou que na altura em que o Plano de Pormenor estava a ser trabalhado pela arquitecta Manuela Morgado houve diálogo com o hospital. Salientou ainda que a estância termal deve estar afastada da poluição e que o plano deveria tentar travar a “asfixia construtiva” daquela zona.
O médico defendeu ainda que devem ser tidas em conta regras construtivas que salvaguardem as nascentes do hospital termal.
Quando alguém se junta para debater no âmbito partidário.. algo vai mal. Os debates devem ser públicos e não partidários, pois o território é público. Isto quer dizer que a iniciativa de debate público não está a ser autêntica. Estamos a debater Regeneração Urbana ? Ou a debater pequenos arranjos e a remodelação das infra-estruturas das Caldas da Rainha. Parece-me haver uma grande confusão de conceitos… A “regeneração” dever estar marcada com pelo “desenvolvimento sustentável” (ver Programa DS de Portugal)e pela “inovação” – uma mudança útil (em todos os aspectos). Parece-me que o que estão Todos a discutir é outra coisa. E vai custar dinheiro! Caution
Quando alguém se junta para debater no âmbito partidário.. algo vai mal. Os debates devem ser públicos e não partidários, pois o território é público. Isto quer dizer que a iniciativa de debate público não está a ser autêntica. Estamos a debater Regeneração Urbana ? Ou a debater pequenos arranjos e a remodelação das infra-estruturas das Caldas da Rainha. Parece-me haver uma grande confusão de conceitos… A “regeneração” dever estar marcada com pelo “desenvolvimento sustentável” (ver Programa DS de Portugal)e pela “inovação” – uma mudança útil (em todos os aspectos). Parece-me que o que estão Todos a discutir é outra coisa. E vai custar dinheiro! Caution