Oposição caldense quer ter voz activa no futuro do património termal

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FotoConferenciaOs partidos de oposição na Assembleia Municipal caldense (CDS-PP, PS, MVC e PCP) querem participar nas soluções para o hospital e património termal. Após o chumbo da criação de uma comissão para esse efeito pela maioria PSD, na Assembleia Municipal de 23 de Fevereiro, a oposição realizou uma conferência de imprensa conjunta onde condenam a atitude da maioria PSD e acusam o executivo de “autismo político”.
Garantem que não vão desistir e dizem que, se o problema para se criar a comissão é financeiro, que prescindem de receber as senhas de presença.

“O executivo pretende colocar a Assembleia Municipal em presença de factos consumados, evitando o escrutínio democrático da oposição, fechando-se mais uma vez autisticamente sobre si próprio numa lógica de ditadura da maioria”. Palavras de João Diniz, do CDS-PP, condenando a posição tomada pela maioria, dias antes, ao chumbar a proposta de comissão de acompanhamento do termal.
Na conferência de imprensa conjunta da oposição, que decorreu no passado dia 27 de Fevereiro, o deputado centrista defendeu que quantos mais contributos existirem, melhor será a solução. Preocupa-o perceber que não se desenham soluções com “o rasgo, a qualidade e o génio” que o concelho e o hospital merecem e a ocasião propicia. Antes pelo contrário, perspectivam-se “soluções medianas e caseiras, encontradas entre compadres”.
O deputado socialista Manuel Nunes deu o exemplo da comissão de acompanhamento das questões da saúde, criada no âmbito da Assembleia Municipal e que teve êxito. “Conseguimos, apesar das nossas origens serem diferentes, que houvesse uma ligação entre nós que é construída por causa das posições intransigentes e autoritárias do PSD quando se apresenta qualquer assunto para discussão”, resumiu.
Manuel Nunes destacou que querem ter uma participação activa nas soluções relativas ao hospital e ao património termal porque “está em causa o futuro a médio e longo prazo das Caldas”.
Também Edgar Ximenes criticou a “falta de vivência democrática” do executivo e que leva à unidade da oposição. “Isto é uma resposta natural ao espírito de seita a que assistimos sistematicamente do outro lado”, disse, acrescentando que apesar de se tratarem de assuntos sigilosos, as forças públicas devem ser informadas do que se passa.
Mesmo defendendo que o Hospital Termal e o seu património se mantenham no sector público e integrado no SNS, o PCP não se põe à margem do projecto futuro para aquele equipamento. Vítor Fernandes entende que este é um projecto muito importante para o concelho, pelo que é fundamental a união de todos.
“O PSD convive mal com a democracia, assim como tudo o que vá contra as ideias que têm pré-definidas. Utiliza a maioria absoluta para tentar calar a oposição, mas não conseguirá”, disse, destacando que também a oposição pode dar contributos muito válidos.
Unidos contra o “autismo político de quem governa o concelho”, os deputados das quatro forças políticas prometem não baixar os braços e estão a concertar uma posição conjunta para a próxima Assembleia Municipal. Dizem ainda que se a recusa da criação da comissão tem a ver com o custo das senhas de presença, que estão dispostos a abdicar desse valor (72,50 euros por reunião).
A proposta apresentada pelo CDS-PP previa que a comissão fosse formada por um elemento do CDS-PP, outro do PCP e outro do MVC, dois do PS e quatro elementos do PSD.

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