
A reunião dos autarcas do Oeste com o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, no passado dia 18 de Outubro, foi uma decepção para os oestinos, sobretudo pela “ausência de diálogo”, disse Carlos Lourenço, presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM).
O governante informou que as obras de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias previstas no Plano de Acção do Oeste não vão avançar antes de 2013. O também presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos disse que os autarcas já sabiam que iriam haver cortes, mas existem projectos que poderiam avançar pois são financiados pelo QREN. Deu o exemplo concreto da candidatura que fizeram ao Potencial Humano e que foi reprovada, denunciando que o Oeste teve um “tratamento anormal”.
“É com esta ausência e desprezo para com o Oeste que não pactuamos”, afirmou Carlos Lourenço, que espera que a situação possa ainda ser resolvida na reunião que irão ter com o secretário de Estado que tutela o QREN. Caso não venha a ser nada decidido, os autarcas oestinos irão tomar uma posição, provavelmente na reunião agendada para 4 de Novembro.
Relativamente aos projectos que implicam financiamentos do Estado, apesar de estarem conscientes que haverá uma “dilatação temporal”, querem que se avance com os estudos de modo a que, logo que haja disponibilidade financeira, estes possam arrancar no terreno.
Instigado a comentar a não realização das obras previstas no plano de acção, o presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, preferiu não o fazer, remetendo as afirmações para depois de ter um conhecimento formal do que se passou na reunião.
Já o presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, não ficou surpreendido com esta posição, dizendo mesmo que “faz parte da encenação do governo” e que esta foi apenas uma comunicação formal.
O autarca recorda a sua falta de optimismo em relação às compensações pela deslocalização do aeroporto tendo, inclusive, recusado sentar-se à mesma mesa que o então ministro das Obras Públicas, Mário Lino.
“Fiquei chocado há dois anos quando o governo faz a reviravolta depois de ter sido prometido a construção do aeroporto na Ota”, lembra, acrescentando que nunca acreditou que os projectos fossem concretizados porque o QREN (quadro comunitário onde muitos dos projectos iam buscar os fundos) funciona com base em concursos e o governo não se podia substituir-se a esses concursos.
“Podemos sentir-nos magoados, mas não chocados porque já sabíamos que o Oeste foi varrido do mapa de incentivos do governo”, disse o autarca.
O Plano de Acção, que foi assinado em 2008, previa a realização até 2017 de 120 projectos, num investimento de 2,1 mil milhões de euros. Entre os principais investimentos ao nível das obras públicas estão a modernização da Linha do Oeste, a conclusão do IC11, e a construção de estradas e albufeiras.






























