“O concelho das Caldas da Rainha precisa do trabalho da CDU”

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Duarte Raposo é o candidato à Câmara pela Coligação

Duarte Raposo é o candidato da CDU à Câmara das Caldas. Defende que a coligação faz falta ao concelho caldense e refere a saúde, a habitação e a educação como questões centrais

Ao s 21 anos está a encabeçar a lista da CDU à Câmara das Caldas. O que o motivou a assumir este desafio?
Não foi uma questão pessoal, nem de arranjar um “tachinho”. Foi também corresponder ao apelo do partido, tendo em conta que é também a minha terra. E também pela defesa dos trabalhadores e das pequenas e micro empresas. E com aquela bandeira central de que a CDU faz falta no concelho das Caldas.

Na apresentação referiu que é urgente contrariar a ideia de que os jovens estão afastados da política”. Como é que se pode inverter esta tendência?
A questão juvenil expressa-se também nas necessidades que os jovens também sentem. Este ano há menos 10 mil candidatos ao ensino superior….O movimento associativo está enfraquecido devido à inação do Governo, da falta de financiamento. Tenta-se que não se realizem as reuniões gerais de alunos, quando é um direito dos estudantes. Os jovens conhecem bem os problemas que enfrentam no seu dia-a-dia. O autocarro que não passa, o salário dos pais que não aumenta e como têm aumentado a renda ou o crédito da habitação.

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A CDU perdeu a representação na AM nas últimas eleições autárquicas. Passa pelos jovens essa recuperação?
A candidatura da CDU expressa-se na ligação à juventude não só no quadro autárquico. São os comunistas na ESAD, por exemplo, que organizam as grandes lutas, no 24 de março (Dia do Estudante) e são os comunistas que puxam pelos jovens estudantes para que venham à luta para reivindicar melhores condições de vida. Quando se fecharam as residências da ESAD, fomos os primeiros a estar ao lado dos estudantes.

Quais as prioridades para o concelho?
Estamos num concelho muito grande onde há freguesias com uma área agrícola desaproveitada. Temos perto de 70% da população sem médico de família. O hospital, está sem meios para dar resposta às necessidades da população. Defendemos então como prioridades a saúde, a habitação e a educação focada, acima de tudo, na ESAD.

O Hospital das Caldas e o Hospital Termal são temas centrais do vosso programa?
O Hospital Termal tem que ser integrado no SNS. O que está em causa é um cheque de 35 euros, quando se paga 90 euros por ano, e isso não é estar incluído num serviço público. Em relação ao futuro do termalismo, além da construção do novo balneário tem que se saber se envolve a construção, ou não, do hotel nos pavilhões do Parque.
Em relação ao Hospital do Oeste este não deve ser nas Caldas. Porque cá já há um. Este deve ser reforçado com os meios técnicos, financeiros, com mais médicos e mais camas. As USF’s e os centros de saúde também devem ser reforçados com médicos e mais meios. Tem que se olhar para o território e construir o Hospital do Oeste onde dê resposta às necessidades da população. “Empurrar” com a barriga de município para município resume-se em que não há resposta no público e as pessoas são obrigadas a ir ao privado.

Que medidas práticas defende para garantir a habitação social acessível?
Primeiro, o conjunto de edifícios que temos devoluto, que, aliás, há leis concretas que permitem à Câmara a apropriação, no caso de edifícios devolutos, se os proprietários não tomarem as medidas necessárias de acordo com o ordenamento urbanístico. A construção da habitação deve ser do Estado mas há câmaras CDU que destinam verbas para esta área em vez de investir em festivais com preços excessivos. É o caso de Grândola, que há um ano e meio aprovou um plano e está a seguir a obra da construção pública e social. A construção da habitação depende da vontade política.

Que propostas tem para a mobilidade ou seja para melhorar o transporte público, na cidade e freguesias?
É preciso perceber o que se passa com as bicicletas urbanas Rainha e também é preciso perceber quanto dinheiro se investiu para cumprir com aquilo a que se propunha, no fundo. E, depois, a outra questão prende-se com a necessidade do alargamento do Toma a várias partes do concelho, e com mais horários.

Uma das questões crónicas é a modernização da Linha do Oeste. Qual papel é que a Câmara deve desempenhar neste processo?
Defendemos a eletrificação total da Linha que ainda não está para Norte. Nas Caldas é necessário que haja o reforço dos comboios, e dos meios disponíveis para que tenhamos uma linha que dê resposta às necessidades de mobilidade da região e do concelho.

A Lagoa de Óbidos é também um problema crónico na região. Como pensa que a autarquia pode contribuir para a sua despoluição e valorização?
O que temos hoje é um custo de 18 milhões de euros nas dragagens e sabemos que a Comissão de Acompanhamento dos Trabalhos não reúne há mais de um ano e meio. O reforço de verbas para a segunda fase, que previa remover espécies invasoras e colocar espécies autóctones dentro da Lagoa, não andou. O que foi feito com este um milhão de euros foi colocar redes à volta das canas…E o Executivo nada diz sobre isto! Para proteger a Lagoa também podemos torná-la património ambiental de interesse regional, unindo as várias autarquias ou ainda torná-la zona RAMSAR.

Como é que a CDU pretende dinamizar a economia e o emprego? E a agricultura e pecuária?
O concelho das Caldas vive muito do pequeno comércio e o seu tecido empresarial é composto por micro, pequenas e médias empresas. Logo deveria ser para aí que deveria estar virada e poder apoiar estas estruturas. Estranhamos que o executivo nada diga sobre a Promol onde há 80 trabalhadores em risco de serem despedidos.
O PCP apresentou uma pergunta na Assembleia da República, há alguns meses, em torno daquilo que se passa na Rabaceira, nos Vidais, em que uma exploração que só poderia ter 400 animais e afinal hoje tem vários milhares.
Na agricultura, a Carta Familiar é uma vergonha. Hoje vários produtores, microprodutores, que devido às dificuldades que têm de produção, vendem fruta que vem do estrangeiro. Era preciso perceber também como é que correu o projeto da Horta Urbana,junto ao Colégio para saber se é suposto replicar para o resto do concelho.

Qual será o bom resultado para a CDU?
A eleição do deputado à Assembleia Municipal seria um bom resultado e aumentar a votação, claro.

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