“A Cultura no Concelho” deu o mote a uma conversa que decorreu a 7 de Outubro no café Mazagran, por proposta do grupo da Assembleia Municipal das Caldas do Partido Socialista.
Os socialistas quiseram ouvir o que os cidadãos têm a dizer sobre as actividades culturais, tendo participado 25 pessoas de várias áreas como ex-directores de museus ou líderes de projectos independentes que desenvolvem as suas actividades nas Caldas.
“Há nas Caldas nove museus e um centro cultural mas na verdade a sua acção não é sentida no nosso dia a dia”, comentou a deputada municipal Luísa Arroz, a mentora da iniciativa que moderou o debate e abriu os trabalhos revelando alguns factos como a falta de participação cívica ou o facto do CCC não ser usufruído por todo gente.
Fez referência à forma como a crise está a afectar a realização e programação das actividades das associações culturais que, na maioria, são não lucrativas e “se não visam o lucro é preciso então perceber o que defendem e que valores estão subjacentes às suas actividades”.
Entre a plateia houve quem levantasse a questão da necessidade de articular as questões entre a cultura e o território e a constituição das próprias cidades. Ao longo do debate, que foi bastante participado, falou-se sobre a definição da cultura e ainda sobre a necessidade de existir uma articulação entre as estrutura e equipamentos da cidades com a ESAD e com outros pólos criadores que vão surgindo.
Os jovens presentes ainda referiram a necessidade de se comunicar através das redes sociais de modo a proporcionar uma comunicação mais eficaz e sobretudo direccionada para os mais novos sobre as realizações culturais desta localidade.
Durante a sessão questionou-se se a realização do ballet, como as grandes produções “Romeu & Julieta”, seria ou não uma prioridade para o concelho caldense e ainda porque não existe uma ligação mais forte entre a cidade e a ESAD, escola criada nos anos 90 e que só pontualmente é que se realizam parcerias. Haveria pois necessidaEQUIPAde do poder politico local abrir portas e fazer os convites necessários a uma relação mais duradoura.
Já para Delfim Azevedo, vereador do PS, a crise financeira e de valores que actualmente se vive não é propícia à criação cultural, mas “nas Caldas seria até uma oportunidade para a criação de emprego”. Na sua opinião, o problema reside na falta de articulação entre quem dirige, que não possui nesta área “nem uma missão nem um fio condutor nas suas acções”.
Houve até quem defendesse, durante o debate, que parte do orçamento do CCC para 2011 deveria ser participativo de modo a poder contar com algumas escolhas feitas pelos cidadãos. Foi referido porque é que os cidadãos não podem também ter uma palavra a dizer no que diz respeito à programação dos museus municipais.
Entre os presentes houve quem comentasse que parte daquele equipamento se encontra desaproveitado e que deveria ter mais acções de modo a contribuir para a criação de públicos.
Outras das preocupações reveladas pelos deputados socialistas foi com a política de animação cultural onde muitas vezes se confunde com o entretenimento. Acham até que Câmara Municipal oferece eventos que as pessoas até se prontificariam a pagar e promove iniciativas a pagar que deveriam ser gratuitas de modo a começar a apostar na formação dos públicos. Ao contrário do que é feito, por exemplo, em Inglaterra onde grandes concertos de estrelas rock têm bilhetes caros ao passo que, em determinados períodos, são oferecidos aos cidadãos concertos de música clássica.
“A Câmara das Caldas gastou 94 mil euros na Animação de Verão e deu apenas oito mil euros para os Jovens em Acção”, disse a deputada Luísa Arroz, mostrando a desproporção dos investimentos. Acrescentou que nas Caldas “a arte e a cultura não são autónomas neste município funcionam sim como pão e circo”, e deu como exemplo a realização do concerto de Tony Carreira.
A temática da cultura está agendada para discussão na Assembleia Municipal por proposta do PS.
































O PS tem razão mas só em parte. Comentário aqui: o-das-caldas.blogspot.com/2010/11/o-ps-caldense-e-cultura.html