José Nascimento e José Tojal Parreira são os mandatários político e financeiro da candidatura do Viver o Concelho – Movimento Autárquico Independente, que tem Teresa Serrenho como cabeça de lista à Câmara das Caldas. Estes responsáveis foram apresentados publicamente a 15 de Junho na sessão em que foi também inaugurada a sede deste movimento, na Rua Henrique Sales, 50. Gente de todas as idades assistiu a esta apresentação onde a candidata à Câmara que diz que “quer quebrar a teia de um poder instalado há vários anos” e quer por isso que o seu movimento seja visto como “a luz ao fundo do túnel”.
“Esta é casa da cidadania do nosso movimento independente”, disse Teresa Serrenho, no sábado 15 de Junho, perante algumas dezenas de pessoas de todas as idades que se juntaram para conhecer a sede do movimento. Apostada em “quebrar a teia de um poder obscuro instalado há vários anos”, a candidata afirmou que o movimento que lidera pretende ser “a luz ao fundo do túnel” e trazer de volta “a vida, a alegria e a beleza às Caldas da Rainha”.
A candidata pediu a colaboração de todos, para tornar possível a mudança e apresentou de seguida o seu mandatário financeiro – José Tojal Parreira, que nasceu em Loures, mas que vive nas Caldas há 40 anos. Para Teresa Serrenho, numa candidatura independente “é através do mandatário financeiro que vamos garantir a transparência das nossas contas. Como sabem, não temos qualquer apoio do Estado ou de empresas. Contamos apenas com os voluntários”. E por isso mesmo, nessa mesma tarde estavam à venda manjericos para a recolha de fundos para a campanha.
José Tojal Parreira afirmou que Caldas da Rainha tem sido governada há dezenas de anos pela mesma força política, “tempo mais do que suficiente para pôr de pé um plano de valorização de concelho sem que ao fim de todo esse tempo não se reconhece um trabalho minimamente válido”. Para o mandatário, o PSD “limitou-se a fazer o mínimo dos mínimos e viver hoje nas Caldas da Rainha é muito menos agradável do que há 20 ou 30 anos”.
Em seguida, Tojal Parreira leu extractos de um texto de um estrangeiro que vive nas Caldas e que foi publicado na Gazeta das Caldas a 31 de Maio, onde este se queixava da degradação a que se assistiu na cidade na última década.
Referindo ao principal partido da oposição, o PS, disse que a sua representação na vereação “tem sido irrelevante, quer pela ausência de uma intervenção válida, quer pelo manifesto divórcio com a população do concelho, o que tem sido pago com a perda de massa eleitoral a cada eleição”.
O mandatário apelou ainda à participação financeira dos voluntários, recordando que as candidaturas dos movimentos dos cidadãos “têm que suportar 23% de IVA, algo que não é pedido aos partidos políticos”.
O mandatário político, José Rafael Nascimento, especialista em marketing, é natural de Moçambique e dá aulas no ensino superior. Foi também co-fundador da Confraria do Príapo e era até há alguns anos simpatizante do PSD.
O mandatário considera que “é nosso dever informar, esclarecer e ganhar a confiança do eleitorado das Caldas da Rainha, grande parte dele desiludido com as falsas promessas e o comportamento indecoroso dos políticos e dos partidos que dominaram o panorama autárquico nas últimas décadas”. Para José Nascimento “chegou o momento de dizer basta ao caciquismo e à falsidade, ao imobilismo e à incompetência, à falta de respeito, em suma, pelo povo caldense, pelas suas nobres tradições e justas aspirações”, finalizou.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
“Houve quem quisesse aproveitar-se da minha ligação à cidadania participativa”
Teresa Serrenho reconhece que as reuniões prévias à sua candidatura, realizadas com outros possíveis candidatos e com responsáveis do BE, não correram bem, acabando por decidir avançar sozinha.
“O núcleo duro de pessoas que me apoia achou que eu não deveria aceitar outras propostas”, disse a candidata à Gazeta das Caldas. “Primeiro foi o Bloco de Esquerda e depois senti também alguma pressão de outras forças políticas, ou quase políticas, para se aliarem a mim por causa da minha ligação à cidadania participativa, de há alguns anos para cá”, contou.
Teresa Serrenho diz que sentiu que a queriam usar: “eu seria um meio para legitimar ou mostrar outras candidaturas que então seriam independentes. Mas como para mim não eram, não aceitei enquadrar-me nesses casos”, disse, à Gazeta das Caldas, confirmando que se referia explicitamente a Jorge Mangorrinha e ao BE.
No período em durou essas reuniões, conta que chegou a sentir-se “enredada numa teia”, aludindo assim ao seu slogan “quebrar a teia”.
Teresa Serrenho considera que os partidos, por norma, têm “uma teia tão fechada que é muito difícil os cidadãos entrarem nela” e que isso é “notório sobretudo em cidades onde o poder está instalado há vários anos e portanto tudo está minado pelos partidos”.
A candidata acrescentou que, “como a cidadania está na moda”, sentiu que de alguma forma outros quiseram tirar proveito da sua ligação a estas causas.
No entanto, Teresa Serrenho quis deixar claro que não concorre contra ninguém e que até aprecia outros candidatos a candidatos como Jorge Mangorrinha, que considera ser “um dos melhores especialistas em termas”. E deixou uma pergunta no ar: “Se estivesse com outros candidatos ou candidaturas comigo, as pessoas iriam confiar em mim da mesma maneira?”.
N.N.






























