Paulo Romeira, o presidente do Movimento Revolução Branca (MRB), foi o último convidado do ciclo 21 às 21 que teve lugar na sede da União de Freguesias de N. Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório. Perante uma sala cheia de gente, o dirigente deu a conhecer as várias acções deste grupo de cidadãos, algumas com bastante visibilidade mediática, como o facto de terem conseguido suspender as candidaturas de Fernando Seara a Lisboa e a de Luís Filipe Menezes ao Porto, através de providências cautelares. Agora querem constituir-se como uma alternativa ao sistema partidário actual, procurando coligações para ir a votos nas próximas legislativas.
“Foi muito gratificante ver a sala cheia”, disse Paulo Romeira à Gazeta das Caldas. “Fiz 200 quilómetros por puro dever de cidadania e é bom ver que há pessoas que se preocupam e que querem mudar o estado das coisas”. Para este activista, as pessoas precisam de acordar e de mudar o rumo, caso contrário, “os políticos irão continuar a usar o Estado em proveito próprio”.
Paulo Romeira diz que os partidos na Assembleia da República votaram todos contra o aparecimento deste tipo de movimentos pelo que, em relação a estes diz que “dali já se sabe que não vem nada”.
O MRB inclusivamente já fez o funeral à Constituição Portuguesa, com a quantidade de artigos que nos últimos tempos tem sido desrespeitados.
Durante o seu discurso, Paulo Romeira levantou a possibilidade de avançar em coligação para as próximas legislativas, permitindo assim que as pessoas possam escolher também entre os movimentos de cidadãos. A ideia de uma futura coligação é “viável e é o único caminho a seguir”. A sua ideia é reunir o maior número de partidos interessados em se unir ao movimento e depois “criar um programa eleitoral sólido e credível”, disse. “Depois vamos concorrer contra os partidos políticos que durante estes anos têm manietado a sociedade portuguesa”, afirmou. É que, se nada se fizer, tudo continuará na mesma e para Paulo Romeira, “um país que percorre sempre o mesmo caminho, vê sempre a mesma paisagem”.
“Os partidos políticos deveriam ser exemplos”
“Neste momento estamos concentrados na questão dos partidos políticos se terem auto-isentado do IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis]”, disse Paulo Romeira à Gazeta das Caldas, depois de uma sessão explicativa sobre as várias acções do MRB. Na sua opinião, os partidos deveriam ser um exemplo para a sociedade e “não se deveriam ter isentado de um imposto que os cidadãos têm que pagar”.
Desde 2012 que o MRB luta contra a classe política que “mais não é do que um impedimento para o desenvolvimento do próprio país”. O também gestor diz que não se revê na classe política actual e nem aceita ser “liderado por esta mediocridade de pessoas que estão dentro dos partidos políticos”.
Recordou que desde o 25 de Abril Portugal já chegou à bancarrota três vezes. Desde 1998 que esta situação já se previa por quem chegava ao governo e “quem está nos partidos age em interesse próprio, sem nada se preocupar com o bem comum”.
Para o orador, os políticos que têm governado Portugal “usam os meios de Estado para se movimentarem no seu interesse próprio”.
Teresa Serrenho, líder do MVC considera que estas sessões são importantes pois “fazem as pessoas sair de casa para discutir temas” e apela a participação dos cidadãos em futuros debates pois “os problemas são comuns e todos os dias nos batem à porta, quando vemos os filhos a emigrar ou as dificuldades dos pais em comer e pagar medicamentos”.
O próximo 21 às 21, que terá lugar a 21 de Novembro, está em preparação e visa assinalar cinco anos de debates mensais, grande parte deles em volta da cidadania.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt































