O candidato Marcelo Rebelo de Sousa transformou-se no primeiro Presidente da República que ganhou as eleições em simultâneo em todos os círculos eleitorais e quase em todos os concelhos do país. A excepções contam-se pelos dedos da mão e não têm grande significado.
Caldas da Rainha, Óbidos e os restantes concelhos do círculo de Leiria seguiram esta regra, tendo Marcelo reforçado neste círculo a sua votação, obtendo valores acima da média nacional que foi de 52%.
Mas a ordenação concelhia dos principais candidatos seguiu também a ordenação nacional, com Sampaio da Nóvoa com valores em redor dos 22% e Marisa Matias à roda dos 10%.
Óbidos aproxima-se mais da média nacional do que Caldas da Rainha em que a votação é mais acentuada favorável a Marcelo Rebelo de Sousa.
Nos restantes candidatos há as surpresas negativas e inesperadas como a queda da votação de Maria de Belém e de Edgar Silva, que rondam ambos os 4%, com Belém um pouco acima, mas muito próxima da surpresa que foi o candidato Tino de Rans que obteve a nível nacional 3,2%.
Grande desilusão foram os restantes, Paulo Morais, Henrique Neto, Jorge Sequeira e Cândido Ferreira. Contudo, no concelho das Caldas a votação em Paulo Morais foi acima da média nacional em quase 1%, a que não deve ser alheio o facto da sua mandatária nacional – Teresa Serrenho – ser caldense.
Outro dado destas eleições foi a abstenção superior a 50%, fenómeno que se tem vindo a repetir frequentemente no nosso país, que poderá ter um efeito de um certo divórcio de muitos eleitores em relação às principais candidaturas.
Se um facto há a realçar, é que a campanha eleitoral das presidenciais neste ano não se rodeou de qualquer suspense, tendo sido anormalmente cordata e pouco disputada, apesar de se ter verificado o maior número de candidatos, ou seja dez.
Estas foram também as eleições em que houve um número mais reduzido de candidatos a obter mais de 5%. Apenas Marcelo, Nóvoa e Marisa ultrapassaram essa fasquia-limite que garante o reembolso das despesas de campanha.
O próprio candidato vencedor reduziu as suas despesas ao mínimo, graças à popularidade recolhida em tantos anos de palco televisivo.
Mas esta calmaria estendeu-se à noite eleitoral pois ninguém comemorou os resultados na rua, não tendo havido qualquer caravana barulhenta nas Caldas da Rainha.
Provavelmente o próximo mandato presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, com todas as suas promessas de campanha, será o menos controverso e, como o próprio candidato afirmou, o mais afectivo para levantar a moral aos portugueses e reconciliá-los com a vida política.
O ainda Presidente Cavaco Silva, consegue sair de Belém com a mais baixa taxa de popularidade que os Presidentes da República ao longo dos seus mandatos tiveram, o que obrigou todos os candidatos a marcarem as suas distâncias em relação ao actual residente.
Existe uma expectativa generalizada de que se concretizem muitas das afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa, que prometeu acabar com a guerrilha partidária e política que se verificou nos últimos anos. O país e os portugueses bem precisam disso. J.L.A.S.
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