Presidente em exercício regista maiorias expressivas em todos os concelhos. Ana Gomes superou Ventura nas Caldas, Óbidos e Nazaré, mas o cenário inverteu-se em Peniche, Bombarral e Alcobaça
Marcelo Rebelo de Sousa venceu, sem surpresa, as eleições para a presidência da República e dominou a toda a linha nos concelhos do Oeste. Em termos percentuais, Óbidos foi o concelho do Oeste Norte que deu uma votação mais expressiva ao Presidente da República em exercício (64,05%), sendo que, no comparativo com as eleições de 2016, Marcelo conquistou mais 311 votos naquele concelho.
Marcelo venceu nas Caldas, com menos 722 votos do que em 2016
Ao invés, o chefe de Estado baixou a votação nas Caldas da Rainha, onde recolheu menos 722 votos do que há cinco anos, mas ganhou confortavelmente (61,97%). Note-se que Caldas teve menos 487 eleitores inscritos nos cadernos eleitorais.
Ana Gomes ficou à frente de Ventura em Óbidos por apenas 7 votos
Ana Gomes superou André Ventura nas Caldas (embora por 103 votos) e em Óbidos (com apenas mais 7 votos). O mesmo sucedeu na Nazaré (90 votos a favor da socialista), concelho da região que deu a menor votação a Marcelo (58,88%), abaixo dos resultados obtidos pelo Presidente em Peniche (62%), Alcobaça (62,98%) e Bombarral (63,98%). Na região, André Ventura ficou à frente de Ana Gomes em três concelhos: Alcobaça, Peniche e Bombarral. Mas foi em Alcobaça que o deputado do Chega! obteve o melhor score, com 3.205 votos (14,42%) e uma larga vantagem sobre Ana Gomes, que não foi além dos 2.212 votos (9,95%). Em Peniche, Ventura registou 1.206 votos (12,99%), à frente de Ana Gomes, com 1.012 votos (10,90%), enquanto no Bombarral o candidato anti-sistema somou 657 votos (12,84%), contra os 550 votos da socialista (10,75%).
Marisa Matias ficou-se pelos 910 votos nas Caldas, contra os 2.091 de 2016
Quebra acentuada na votação em relação a 2016 teve Marisa Matias. A bloquista ficou-se pelos 910 votos nas Caldas (4,73%), quando em 2016 tinha garantido a preferência de 2.091 eleitores (9,65%). Em Óbidos, a eurodeputada teve uma redução ainda maior: 176 votos (3,62%) no passado domingo, contra os 522 votos (10,31%) de há cinco anos. E em Alcobaça o cenário repetiu-se: dos 2.485 votos de 2016 (9,73%) baixou para os 848 votos (3,82%) em 2021.
Relativamente ao lote de candidatos que repetiram a candidatura, Vitorino Silva manteve o eleitorado. No passado domingo, recolheu nas Caldas 552 votos (2,87%), quando em 2016 tinha obtido 593 votos (2,74%).
Cenário equivalente em Óbidos, onde somou 139 votos (2,86%), enquanto há cinco anos tinha garantido 147 votos (2,90%), enquanto em Alcobaça a queda foi maior: dos 917 votos de 2016 (3,59%), baixou para os 705 votos (3,17%). Naquele concelho, o resultado do candidato apoiado pelo PCP, João Ferreira, com 631 votos (2,84%), ficou ligeiramente acima da votação de Edgar Silva, que tinha obtido 428 votos (1,68%). Todavia, o eurodeputado foi o segundo candidato menos votado num concelho onde, durante duas décadas, o partido conseguira reforçar votações.
Nas Caldas, João Ferreira somou 635 votos (3,30%) e só ficou à frente de Tiago Mayan Gonçalves, com 574 votos (2,98%) e Vitorino Silva (2,87%).
Em Óbidos, o candidato presidencial do PCP fez melhor, somando 198 votos (4,08%), contra os 116 votos (2,29%) de Edgar Silva, ficando, inclusive, à frente de Marisa Matias.
Resta falar dos números de Tiago Mayan Gonçalves, que obteve 574 votos (2,98%) nas Caldas da Rainha, 124 votos em Óbidos (2,55%), 628 em Alcobaça (2,83%), 97 no Bombarral (1,9%), 126 na Nazaré (2,55%) e 204 em Peniche (2,2%). O candidato da Iniciativa Liberal foi o menos votado em todos os seis concelhos do Oeste Norte, com exceção das Caldas da Rainha, onde superou Vitorino Silva.
Também sem surpresa, a abstenção subiu na região. Em Caldas da Rainha, a taxa cifrou-se nos 56,53%, claramente acima da registada em 2016, que tinha sido de 51,43%. Em Alcobaça, a abstenção chegou aos 53,21%, enquanto nas anteriores Presidenciais tinha sido “apenas” de 46,47%. No concelho de Óbidos, a taxa de abstenção atingiu os 52,56%, quando em 2016 se fixara nos 50,36%.
Mas foi na Nazaré (64,91%) que menos se votou, ainda assim em números semelhantes com o anterior ato eleitoral (62,63%). No Bombarral, passou de uma taxa de abstenção de 50,62% de 2016 para os 53,13% no passado domingo, enquanto em Peniche em 2016 a abstenção tinha sido de 58,41% e, desta vez, atingiu os 60,91%.
Polémica nas Caldas
Enquanto o Chega! elogiou o processo eleitoral mas Caldas, a Concelhia do CDS/PP criticou a autarquia na organização do processo eleitoral, falando de “uma imprudente e irresponsável atitude” por parte da autarquia e acusando a Câmara de não ter tomado “nenhuma ação no sentido de salvaguardar a saúde” de quem esteve nas mesas de voto.
À Gazeta, o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, disse que tem “uma visão institucional destes processos”, fazendo notar que cumpriu com o que a Direção-Geral da Saúde e a Comissão Nacional de Eleições recomendaram. ■
































