Luís Gomes abandona militância no PSD com críticas a Hugo Oliveira

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Luis Gomes

As escolhas para integrar as listas nas próximas autárquicas, que deixam Luís Gomes de fora, estarão na causa do conflito. Hugo Oliveira diz que quer “escolher os melhores para serem candidatos”

Luís Gomes, que já foi presidente da JSD caldense e atual presidente da ACCCRO, pretende abandonar o partido. Ao fim de 13 anos de militância ativa, enviou uma carta ao presidente do PSD e atual primeiro ministro, Luís Montenegro, onde pede a desvinculação do PSD e devolve o cartão de militante.

Fá-lo porque não pode “continuar a compactuar com a destruição interna que o PSD enfrenta no concelho das Caldas da Rainha”, refere, tecendo críticas à concelhia e ao candidato da AD, Hugo Oliveira. Luís Gomes fala de uma liderança local “centrada” em Hugo Oliveira, que “transformou o partido numa estrutura fechada, movida por ambições pessoais, traições políticas e um desprezo crescente pelos seus próprios militantes”. O até agora militante social-democrata critica a “falta de ambição” e “coragem política” para defender as necessidades estratégicas da cidade, especificando que o também presidente da distrital do PSD, Hugo Oliveira, “tem evitado enfrentar Lisboa no que toca ao novo Hospital do Oeste, alinhando-se silenciosamente com a vontade do partido, mesmo sabendo que isso prejudica Caldas da Rainha”. Luís Gomes denuncia ainda o que considera ser um “profundo desrespeito” pelas orientações nacionais do PSD, referindo-se à candidatura à Câmara de Hugo Oliveira depois de ter sido eleito deputado na Assembleia da República. Considera que esta atitude, “longe de ser um gesto de serviço, é a expressão clara de quem coloca os seus interesses à frente dos da cidade. Mesmo que perca, continuará a sorrir para si próprio, certo de que o seu “poleiro” está garantido”, refere.

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Na missiva endereçada a Luís Montenegro, lembra as autárquicas de 2021 e diz que Vítor Marques foi “traído nas negociações internas por Hugo Oliveira, que manobrou nos bastidores para o afastar”, levando o candidato a criar um movimento independente, que ganhou a Câmara. Considera que o padrão repete-se nestas autárquicas. “A mesma cultura de exclusão, de arrogância e de manipulação política que afastou Vítor Marques é precisamente a que hoje me afasta a mim. A maior motivação da minha saída – e o grande propulsionador desta decisão – chama-se Hugo Oliveira”, assume, criticando ainda que o agora candidato “tem demonstrado que não exerce o poder para servir a cidade, mas sim para se servir dele” e que as suas decisões beneficiam “um círculo restrito de amigos e lealdades pessoais”.

Reações à carta de demissão
Escusando-se a comentar as acusações de que é alvo, Hugo Oliveira agradece o trabalho que Luís Gomes tenha feito em prol do PSD das Caldas, No entanto, “quando se fazem listas autárquicas, como é o meu caso enquanto candidato à Câmara, escolho os melhores para serem candidatos a cada um dos órgãos”, explica, consciente de que isso “provoca sempre desconforto em pessoas que têm expetativas”.

O candidato pela AD à Câmara caldense considera que “fica com cada um o que quer dizer e como diz, mas o mais importante é que estou a escolher os melhores para poder ganhar as eleições”.

O presidente da concelhia PSD Caldas, Daniel Rebelo, foi “apanhado de surpresa” por esta decisão e considera tratar-se de “um direito de Luís Gomes percorrer um caminho cívico ou politico com que ele se identifique”. “Estamos a tirar partido das pessoas que entendemos estarem em melhores condições de construir o projeto que queremos para as Caldas”, concretizou.

Hugo Oliveira
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