
Rui Tavares marcou presença na apresentação da candidatura do Livre, que concorre pela primeira vez, em autárquicas, neste concelho
“Muita gente perguntará: mas o que está a fazer um tipo tão novo nesta campanha eleitoral?” A questão, lançada pelo candidato à Câmara das Caldas, João Arroz, de 18 anos, na apresentação da candidatura (20 de setembro), foi respondida de seguida pelo próprio. “Há 50 anos muita gente nova, como eu, chamou a si a democracia”, lembrou, fazendo notar que atualmente esta está a dar “sinais de fadiga”, pelo que é necessário uma renovação dos protagonistas e das ideias democráticas. Desde logo a nível local, com o Livre a querer eleger representantes em todos os órgãos autárquicos a que se recandidatam e consolidar nas Caldas uma “nova esquerda social, verde e europeia”.
No salão nobre a União de freguesias de N. Sra do Pópulo, Coto e S. Gregório e perante uma sala lotada, João Arroz referiu que não são uma força de protesto, “zangada com o mundo, agarrada aos fantasmas do passado”, mas antes, “um projeto com soluções” e de “progresso partilhado”. Considera que “é nas cidades que se joga o futuro” e quer imaginar as Caldas como um “lugar para viver, não apenas para vir ver”. Entre as soluções apresentadas a criação de 10% de habitação pública e a aposta em energias renováveis, educação e mobilidade.
Minutos antes, também Inês Pires, cabeça de lista à Assembleia Municipal e àquela união de freguesia, se tinha referido ao salão nobre, para agradecer à junta a cedência do espaço, mas também denunciar que fica situado num primeiro andar e “o único acesso é feito através de umas escadas íngremes”. Defendeu uma cidade “para todos” e espaços seguros e políticas ativas, assim como o combate à violência doméstica e de género, aumentando também o número de vagas em casas-abrigo para as vítimas de violência.
Inês Pires falou também da necessidade de preservação do património natural, de mais espaços verdes e da aposta no termalismo de saúde, com o Hospital Termal a permanecer na esfera pública. Defendeu ainda a “construção célere” do novo Hospital do Oeste e abertura de espaços, e bolsas, para a criação artística.
O candidato à União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, Tiago Fidalgo, afirmou-se como um “homem de esquerda”, que se candidata nesta altura porque quer fazer diferente. Considera que a “política deve ser um exemplo na sociedade e o exemplo atual não é o mais positivo, onde se normaliza o ódio, a violência, que nos coloca uns contra os outros”. Vê as Caldas da Rainha como um concelho seguro e entende que a melhor maneira de contrariar a percepção de quem não acredita é criando espaços para as pessoas andarem na rua, nos espaços verdes, haver eventos, etc.
Preconiza uma junta de freguesia “de portas abertas para ouvir e receber toda a gente”.
Presente na cerimónia, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, partilhou a sua visão acerca do concelho que conhece desde criança, altura em que “vivia no Ribatejo e as Caldas era o nosso acesso ao mar”. Considera que este concelho tem “condições ímpares” de qualidade de vida, “um mosaico entre a ruralidade e o litoral, de cultura, ensino, saúde”, mas faltam “as realizações”. Referindo-se à habitação falou das propostas do Livre, mas também das Caldas, onde considera que há uma concentração e diversidade de edifícios arquitetonicamente interessantes, mas questiona se “será aceitável vermos estes edifícios abandonados ou em défice de uso?”, defendendo a sua utilização para usos que tragam pessoas ao centro da cidade. Rui Tavares defendeu também a reabilitação dos Pavilhões do Parque, dando-lhe um uso público, de centro cultural ou universidade.
O dirigente partidário, que apelou aos candidatos para não terem medo de ser ambiciosos, lembrou a ligação de Rafael Bordalo Pinheiro às Caldas e deixou a ideia de “partir desta terra a sugestão da sua ida para o Panteão Nacional”.






























