“Leiria deixou de ser um anão político com a governação do PS”

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António Sales garante que a saúde é uma das grandes prioridades dos socialistas, mas também revela aposta nas infraestruturas

Melhoria dos cuidados primários e continuados, requalificação da linha do Oeste e do IC2 são propostas da candidatura do PS por Leiria

O bombarralense António Sales, que nesta legislatura desempenha funções de secretário de Estado Adjunto e da Saúde, passa em revista as prioridades com que encabeça a lista de candidatos do PS por Leiria.

Com a pandemia como consegue ter tempo para a campanha eleitoral?
É uma questão de equilíbrio entre o que são as funções governativas e as funções que tenho como candidato. Tenho o tempo dividido e é evidente que terá de ser bem gerido. Mas arranjarei tempo para, por um lado, olhar para o país, e por outro olhar para as nossas gentes. Esta última questão é muito importante para mim, porque nasci, cresci e vivi no distrito de Leiria. Licenciei-me em Medicina e depois voltei para Leiria para servir as nossas gentes e fui deputado da Assembleia da República pelo distrito. Portanto, não sou candidato de conveniência e isso permite-me conhecer aquilo que são as fragilidades e oportunidades do distrito.

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Que prioridades defende a lista do PS para o distrito de Leiria?
Antes de responder diretamente a essa pergunta, queria dizer que Leiria, a partir de 2015, deixou de ser um anão político com a governação do PS. Leiria é, desde então, uma referência de políticas públicas e um motor de desenvolvimento económico do país. É uma referência de políticas públicas, porque promove a coesão territorial, através de uma grande cooperação e colaboração intersetorial entre aquilo que são as autarquias e as comunidades intermunicipais. É uma região de oportunidades e emprego: relembro que através do empreendedorismo desta região, entre 2015 e 2020, a empregabilidade aumentou 8% e hoje temos uma taxa de desemprego de 5,3%, inferior à média nacional. É também uma região de referência, porque é uma região de inovação e conhecimento, com o Politécnico de Leiria como motor dessa inovação e da qualificação de futuras gerações. E é um motor de desenvolvimento económico do país. Relembro que houve um aumento de 7% do número de novas empresas entre 2016 e 2019, um aumento de cerca de 18% do volume de negócios de empresas do distrito e de 10%, das exportações.

Mas que propostas traz, que preocupações tem?
Temos velhas e novas preocupações, como a construção do novo hospital do Oeste. Foi pedido um estudo técnico a uma universidade, entretanto houve uma impugnação na Assembleia Municipal das Caldas, pediu-se um novo estudo técnico, foi a concurso… Neste momento, estamos no tempo técnico. Depois, passaremos ao tempo político.

Qual é a localização ideal do futuro hospital do Oeste?
Habituei-me durante estes anos de governação a suportar decisões políticas com base em decisões técnicas. Terei de avaliar primeiro a decisão técnica, para depois tomar a decisão política.

Quais vão ser as outras bandeiras do partido?
Ainda na área da saúde, e porque é uma área que me é muito querida, diria que a ampliação do hospital de Leiria é uma matéria muito importante. E quando refiro a ampliação, refiro um conjunto de novas atividades em que o hospital vai apostar e que são públicas, desde a cirurgia de ambulatório à criação de novas especialidades e equipas inter-hospitalares de cuidados paliativos. Também queremos melhorar nos cuidados primários de saúde. Desde 2015, o distrito viu os recursos humanos, nos cuidados primários, crescer em 233 profissionais. Outra preocupação é continuar a melhorar a cobertura de utentes por médico de família. Queremos melhorar em todo o distrito esta cobertura ao nível dos cuidados continuados.

É na saúde que o PS vai centrar as ações de campanha ou tem outras prioridades?
A saúde é uma das grandes preocupações, mas temos outras. Sabemos que a economia e o ambiente são duas grandes prioridades. A área das infraestruturas é outra prioridade, para resolver velhos problemas como a linha do Oeste.

Todos os candidatos falam no atraso da reabilitação da linha. Vamos esperar quantos anos?
A reabilitação da linha e o enquadramento da linha de alta velocidade – que tem paragem em Leiria, vai permitir fazer a viagem de Lisboa a Leiria em 36 minutos, com uma interface entre a linha de alta velocidade e a linha do Oeste – é uma linha que vai para o programa PT2030, portanto terá de ser realizado durante nesse espaço de tempo. Mas temos outras preocupações, nomeadamente a requalificação do IC2 nos troços de Pombal, Alcobaça… a questão do IC8, do IC11…

Que resultado espera obter?
Espero obter o melhor resultado possível para contribuir para uma grande vitória do PS a nível nacional. Acredito que podemos ganhar o distrito de Leiria, mas respeitaremos sempre a vontade dos leirienses.

*Entrevista conjunta REGIÃO DE LEIRIA/GAZETA DAS CALDAS

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