Jovens laranjas andam zangados na distrital de Leiria

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Depois de em Junho Gazeta das Caldas ter noticiado o afastamento da JSD das Caldas em relação à Distrital de Leiria, foi agora a vez das jotas de Pombal, Ansião, Figueiró dos Vinhos e Peniche entrarem em ruptura com aquela estrutura, acusando-a de ter uma postura antidemocrática. Dizem que este é “o momento mais negro da sua história”, mas a Distrital refuta as acusações, fala em manobras e diz que “não se desmarca quem nunca esteve connosco”.

 

A actual Comissão Política da JSD “conduziu a Distrital ao momento mais negro da sua história”. Assim termina o comunicado enviado às redacções a 11 de Outubro, pelas concelhias da JSD de Ansião, Caldas da Rainha, Figueiró dos Vinhos e Pombal.
O documento começa por referir a ruptura com a Comissão Política Distrital, esclarecendo que esta posição vem “na sequência de constantes atropelos ao normal funcionamento e relacionamento institucional”.
Os signatários referem que esta comissão e “especialmente o seu presidente [Pedro Brilhante], revela uma postura antidemocrática, de desrespeito pelas opiniões contrárias e marginalização daqueles que as emitem”.
Dizem as jotas em ruptura que a Distrital procura “maquilhar o desmembramento” que se regista no seio desta juventude partidária e que existe uma falta de identificação entre os militantes e a estrutura de Leiria, que acusam de 19

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Segundo estes, existe “um flagrante desrespeito pelos estatutos da JSD”, uma vez que os espaços de discussão têm sido praticamente inexistentes, não havendo, durante largos meses, lugar a reuniões de Comissão Política e, muito menos, a reuniões do Conselho Distrital.
Acusam ainda a criação da Comissão Política Permanente de ter sido “desenhada à medida para tirar margem para vozes discordantes”.
Sobre a Volta Distrital do Secundário, uma iniciativa que leva a juventude partidária às escolas, os signatários dizem que não houve articulação com as concelhias ou com o coordenador do ensino básico e secundário. “Foi uma actividade destinada exclusivamente ao cumprimento de agendas pessoais e na promoção de guerrilhas internas em concelhias, como aliás tem sido prática corrente da Distrital”, afirmaram em comunicado.
No documento faz-se referência à Academia de Jovens Autarcas, que passou dos 100 participantes em 2017 para os 30 em 2018.
Concluem então que “o repúdio total por estes comportamentos levou a que vários militantes destas concelhias, bem como da de Alvaiázere e de Castanheira de Pêra apresentassem a sua demissão dos cargos na estrutura distrital”.
Contactado pela Gazeta das Caldas, Rodrigo Amaro, presidente da JSD das Caldas, disse que é necessário fazer um conselho distrital para resolver esta questão.

“Manobras de alguns para minar o caminho de todos”

A JSD Distrital respondeu no mesmo dia com um comunicado intitulado “Não se desmarca quem nunca esteve connosco” no qual refuta todas as acusações e diz que “não se desmembrou nem se desmembra”.
Aquela estrutura afirma que o comunicado dos seus opositores é uma forma de “dar dimensão concelhia a posições isoladas de meia dúzia de pessoas que não representam a vontade dos seus militantes”. Refere a existência de um “pequeno cartel interno com apoio de algumas figuras distritais do partido” que procura, “através destes números, descredibilizar uma estrutura política que é conhecida em todo o país pela forma abnegada como está e faz política, desprendida de seguidismos e vassalagens”.
A distrital diz mesmo que “não pode tolerar manobras de alguns com o propósito de minar o caminho de todos” e que, são as mesmas pessoas que a distrital acusou de deslealdade no último processo eleitoral da jota, quem agora promove esta manobra. “Sabemos que a verticalidade incomoda quem gravita na estrutura apenas e só à espera de um lugarzinho ou de uma posição mais favorável para se encostar”, lê-se no documento.
A distrital, que é presidida por Pedro Brilhante, declarou que “a concelhia das Caldas não foi eleita para a Comissão Política Distrital da JSD, pelo que não pode tornar pública uma posição que verdadeiramente não tem”. Esclarece que convidaram a JSD das Caldas para a distrital e afirma que “o convite não foi aceite porque aquela concelhia entendeu que os cargos eram mais importantes que a intervenção política em prol do distrito”.
Acerca dos presidentes das concelhias de Peniche e Ansião, diz que “verdadeiramente, nunca chegaram a assumir as funções para as quais foram eleitos”, porque apesar de agora se demitirem formalmente das funções na distrital, “na prática, já o tinham feito desde o dia em que tomaram posse, inclusive nas suas próprias concelhias, onde não há registos de actividades desenvolvidas, porque reiteradamente faltaram às convocatórias”.
O comunicado informa ainda que a concelhia de Figueiró dos Vinhos está inactiva há vários anos e que a de Pombal está demissionária, devendo entrar em eleições na próxima semana.
Em relação à postura antidemocrática, respondem que a comissão “sempre pugnou pela liberdade, de ação e opinião” e que “é por isso que causa, não raras vezes, desconforto ao partido pela forma séria, responsável e irreverente como faz política”.
Já em relação à volta às escolas do secundário, a comissão afirma que “foi a maior e a melhor de sempre” e “é isso que incomoda”. Elucida que todas as comissões políticas activas do distrito foram convidadas a participar e a colaborar e que a volta passou em todas as escolas, desde o Bombarral a Castanheira de Pêra.

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