IL acusa executivo caldense de “desinvestimento”

0
1026
Os candidatos da Iniciativa Liberal Carlota Oliveira, Carlos Corte Real e Ricardo Lemos

Candidatos continuam a analisar as contas e mostram-se “preocupados” com perda de oportunidades

A Iniciativa Liberal (IL) considera que as razões que o executivo das Caldas da Rainha invoca para justificar os resultados líquidos negativos reportados nas contas de 2023 e 2024 “incluem inverdades, argumentos falaciosos e tecnicamente incorretos”. Em conferência de imprensa, realizada a 28 de agosto, o candidato a vice-presidente da Câmara pelo partido, Carlos Corte-Real, refere que as justificações apontadas pelo executivo não são confirmadas pelo documento, que revela que o impacto das amortizações (reintegrações) dos ativos da concessão da E-Redes nos resultados líquidos da Câmara “é nulo”. O economista também considera que os “prejuízos apurados nos anos de 2023 e 2024 não teriam sido significativamente diferentes se os executivos anteriores tivessem contabilizado em tempo oportuno os ativos cujas amortizações estão na origem dos prejuízos”, e que a sua maioria só foi registada “mais de um ano depois de este executivo ter tomado posse”.

A transferência de competências, sobretudo na área da Educação, origina os “elevados prejuízos registados”, mas a IL não exclui a hipótese de existirem outros custos diluídos nestes e que estejam, também eles, a contribuir para o resultado negativo, que em 2024 foi superior a 1,7 milhões. Os candidatos da IL põem também em causa o que a autarquia considera uma gestão criteriosa, que permite ter “cofres cheios”, optando por chamar-lhe “desinvestimento”. Carlos Corte Real justificou esta posição com a baixa taxa de execução orçamental, principalmente na parte das despesas de capital e deu como exemplo a reduzida aprovação de projetos do PRR. “Caldas da Rainha perdeu avultados investimentos nos últimos 4 anos, cujo valor estimamos entre 12 e 15 milhões de euros”, disse.
No campo das dívidas, o IL sublinhou que estas ascendem a mais de 2,2 milhões e que a Câmara tem recorrido a financiamento bancário, em 2022 e 2024, o que é “inconsistente” com uma gestão de “cofres cheios”.

- publicidade -

Também os contratos públicos publicados no Portal BASE mereceram o escrutínio e a critica da IL, nomeadamente o número elevado, e em crescendo, de ajustes diretos (66,6%) nos últimos quatro anos. E, entre eles, esta figura foi utilizada “em quase todos os contratos referentes à rubrica “Festas e Eventos”, dando nota de 145 contratos no valor de 3,3 milhões de euros. “Sabendo que este executivo teve os mais altos orçamentos de sempre, consideramos que os baixos níveis de investimentos executados foram uma perda de oportunidades significativa no desenvolvimento do concelho”, salientam.

“Para podermos ser um concelho competitivo, temos de ser investidores e isso não está a acontecer. Está a haver gastos em rubricas como é o caso dos eventos e de consultorias, mas tem parece-me que a nível de comunicação e marketing não estão assim tão bem assessorados no que diz respeito aos recursos humanos que colocaram”, disse a candidata à Câmara, Carlota Oliveira.

Uma análise detalhada às contas, que os candidatos garantem que não é oportunismo político, mas uma preparação de quem se candidata à Câmara, refere Carlota Oliveira, que acusa o executivo de “impreparação”. Acrescenta que têm estado a descobrir “coisas graves” e que parece que o executivo em funções quer “esconder qualquer coisa a todo o custo, ludibriar os caldenses para que estes pensem que está tudo muito bem”.

Referindo-se ao Gabinete da Juventude, cujo trabalho elogiou nas redes sociais, Carlota Oliveira considera que tem de haver um orçamento específico para aquele gabinete. “Acho que tem de ser formalizado o gabinete e dar o mérito e crédito que merecem”, disse, defendendo mais funcionários, entre eles um psicólogo, afetos a essa área.

- publicidade -