Henrique Neto recolheu assinaturas nas Caldas

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Gazeta das Caldas

FotorecolhaAssinaturasO empresário e ex-deputado socialista Henrique Neto, esteve nas Caldas, junto à Praça da Fruta, durante a manhã de sábado, 26 de Setembro, a recolher assinaturas para a sua candidatura à Presidência da República. O primeiro candidato a apresentar-se publicamente às presidenciais de 2016 disse já estar próximo das 7500 assinaturas necessárias, mas que pretende chegar às 9000.

As recordações de Henrique Neto da Praça da Fruta remontam a 1969, altura em que andava a“distribuir papéis” da Oposição Democrática para as eleições da Assembleia Nacional e foi preso, passando quatro ou cinco dias na cadeia situada ao cimo da praça. Agora voltou para angariar assinaturas para sua candidatura à Presidência da República, falar com as pessoas e, muitas das vezes, ouvir as suas desilusões com a política.

O antigo deputado socialista, de 79 anos, diz que a “democracia faz-se com democratas” e decidiu candidatar-se porque acredita que pode fazer alguma coisa para provocar a mudança. Henrique Neto defende uma dignificação da política “não mentindo, combatendo o excesso do poder dos partidos políticos e procurando mudar as leis eleitorais no sentido de uma maior democratização”.

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Antes da candidatura, o militante do PS já tinha participado em dois manifestos a favor da mudança das leis eleitorais. Isto porque considera que um dos grandes problemas do país é que não existe uma verdadeira democracia. Critica o facto dos deputados serem escolhidos pelas direcções partidárias, dos eleitores votarem num grupo de pessoas que não sabem quem são e dos partidos não se entenderem.

“Dividem-se, muitas vezes, por ideologia quando 90% dos problemas do país são concretos, como é o caso das reformas e da promiscuidade entre a política e os negócios“, exemplificou.

Henrique Neto defende para o Presidente da República uma intervenção mais activa, “falando verdade” com as pessoas e dando-lhes a oportunidade de também manifestarem a sua opinião. O candidato recordou que esteve na semana passada numa acção de recolha de assinaturas em Lisboa e saiu de lá “de rastos” porque as pessoas estão mais “desesperadas e dizem barbaridades sobre a política e os políticos, chegando mesmo ao insulto”.

Na sua visão, o país está numa situação de descrença muito grande e essa situação não leva ao crescimento da economia.

A campanha eleitoral que está a decorrer também não ajuda para aumentar a credibilidade da classe política.

“Há muita mentira e falta de ideias claras”, disse, criticando o desconhecimento, por parte dos candidatos, do país real e dos seus verdadeiros problemas. Uma situação que, por um lado eleva a abstenção e, por outro, leva o governo a funcionar com o “mínimo de eficácia”.

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