O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, esteve em Óbidos no passado dia 2 de Fevereiro, onde falou da necessidade de resolver o problema estrutural da Segurança Social, que de um superavit de 2 mil milhões de euros em 2002 passou para um défice de mil milhões de euros em 2011.
O governante foi um dos convidados da primeira edição da Academia de Inverno da regional de Leiria da JSD, que aposta na formação e qualificação dos jovens militantes.
O elevado défice foi explicado pelo governante com desequilíbrio geracional (menos pessoas no activo a contribuir para um maior número de pessoas a receber pensões) e leva à necessidade de novas soluções para o sistema.
“Penso que a sociedade portuguesa, principalmente a juventude, jamais respeitaria uma geração de políticos que em vez de tomarem as decisões certas, as adiassem pelo calculismo de quererem ser mais ou menos populares em função das decisões tomadas”, disse.
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Referindo-se particularmente às pensões, Marco António Costa explicou que actualmente existem cerca de três milhões de pensionistas na Segurança Social, dos quais 1,1 milhões recebem menos de 280 euros por mês. Depois, existem 70 mil pensionistas que auferem mais de 1350 euros mensais e 900 pensionistas a receber acima dos sete mil euros.
O governante lembrou que o Estado pediu uma contribuição extraordinária solidária a alguns pensionistas, destacando que, no caso da Segurança Social, foram “buscar a 70 mil pensionistas para beneficiar 1,1 milhões que tinham pensões muito baixas”. Marco António Costa criticou ainda o governo do PS, que congelou as pensões mínimas em Portugal e destacou que o actual, procurando garantir justiça social, “fez crescer as pensões mínimas acima da taxa de inflação”.
O secretário de Estado falou ainda da necessidade de equidade e questionou-se porque é que “só têm voz” os pensionistas que são figuras públicas e que representam as mais elevadas pensões e não os pequenos pensionistas que tiveram as suas pensões congeladas durante tantos anos.
No evento da JSD, o secretário de Estado incentivou a aposta, por parte dos jovens, na economia social (que junta as instituições sociais, fundações e cooperativas), que “garante um serviço social, a criação de emprego e é constituída por instituições ligadas ao território que prestam serviço às populações que as criam”.
Actualmente há 55 mil instituições a servir nas áreas da economia social, que detém 5% do emprego criado do país, “mais do dobro do emprego que todas as entidades do sistema financeiro em Portugal”, realçou.
O governo vai lançar uma linha de 15 milhões de euros de micro crédito de apoio ao empreendedorismo social, destinados a apoiar projectos e ideias de negócio que os jovens queiram lançar e que estejam ligados a esta área. “Se tivesse a vossa idade e tivesse que olhar para o futuro numa perspectiva de carreira focalizava a minha atenção na economia social”, aconselhou Marco António Costa.
JSD de Óbidos reactivada
A Academia de Inverno contou ainda com a presença do eurodeputado Carlos Coelho que falou sobre o “Desafio Europeu”, e do presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), Pedro Reis, que fez um diagnóstico da balança comercial e dos diversos sectores e mercados que têm contribuído para os bons resultados que têm sido alcançados nesta área.
A “Igualdade de géneros nas políticas do governo” foi o tema abordado pela secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e Igualdade, Teresa Morais, que referiu a fraca participação feminina na vida cívica e política, nomeadamente na administração das empresas. A governante mostrou dados relativos à violência doméstica, dizendo que esta é a causa da sua vida e que várias medidas governamentais têm sido implementadas para inverter esta tendência.
O terceiro secretário de Estado a participar no evento foi Feliciano Barreiras Duarte que, num jantar-conferência, abordou a “Modernização da Administração Pública”, dando nota da aposta que está a ser feita nos quiosques do cidadão, e em que o município de Ansião está entre os cinco pioneiros no país. O objectivo é que as funcionalidades destes quiosques estejam disponíveis em boxs de televisão, computadores pessoais e multibancos, para que os cidadãos possam tratar de assuntos oficiais, pagamentos de tributações ou marcação de consultas médicas.
Presente na sessão de abertura, o presidente da concelhia do PSD de Óbidos, Humberto Marques, congratulou-se com a presença de tantos jovens, o que garante que haverão novos “actores políticos” no futuro. “É também a oportunidade de percebermos que vale a pena gizar politicas muito vocacionadas para a juventude, nomeadamente nas áreas da educação e sustentabilidade”, disse .
A sessão de encerramento e entrega de diplomas aos cerca de 50 participantes, oriundos de todo o distrito, contou com a presença do presidente da Câmara, Telmo Faria, que realçou a importância da formação que a Regional de Leiria da JSD tem desenvolvido, e que considera fundamental para uma melhor preparação dos jovens quadros políticos.
Esta iniciativa simbolizou também a reactivação da concelhia da JSD de Óbidos, que amanhã, 9 de Fevereiro, irá eleger os novos órgãos.
“Fernando Costa é o Che Guevara dos tempos modernos”
O presidente da distrital de Leiria do PSD, da Câmara das Caldas e actual candidato à de Loures, Fernando Costa, é um “referencial no partido”. As palavras foram do secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, que falou do autarca caldense como um símbolo da cidadania livre e como um humanista.
Em Óbidos, o governante referiu-se mesmo a Fernando Costa como sendo um revolucionário, “simboliza o Che Guevara dos tempos modernos”, disse, destacando que o autarca dá voz ao cidadão comum e que, “respeitando todos, não pede licença a ninguém para dizer o que pensa”.
É esta forma de ser de Fernando Costa que leva o secretário de Estado a estar optimista em relação a um bom resultado da sua candidatura em Loures. “Não tenho dúvidas que se as pessoas tiverem oportunidade de o conhecer, que haverá uma forte adesão. Depois vem o mais fácil, que é traduzir isso em votos no dia das eleições”, referiu Marco António Costa, que coloca Fernando Costa entre os 10 maiores autarcas do país.
O actual presidente da Câmara das Caldas começou a 2 de Fevereiro o que disse ser um “conhecimento mais profundo” do concelho de Loures, ao qual vai candidatar-se pelo PSD. O primeiro local a ser visitado foi Camarate e Fernando Costa reconhece que naquela localidade “ainda se tem medo de ser do PSD, sobretudo nos bairros mais difíceis”.
Presente no evento da JSD, o autarca piscou o olho aos jovens militantes, dizendo que o partido sempre precisou deles e que em Loures, tem a particularidade da juventude o apoiar de forma unânime.
Fernando Costa apelou à mobilização para as próximas autárquicas pois delas depende a imagem do governo e a possibilidade de vitória nas legislativas de 2015. “Tenho esperança que Passos Coelho vai ficar conhecido como o primeiro ministro que, com muita dificuldade, salvou Portugal da bancarrota”, concluiu.






























