
O grupo parlamentar do PCP dedicou o início da semana passada ao distrito de Leiria. Entre os dias 21 e 22 de Maio, os 14 deputados eleitos pelo partido à Assembleia da República visitaram empresas, cooperativas, monumentos, escolas e instituições, e reuniram com representantes de movimentos cívicos e sindicalistas, autarquias e unidades de cuidados de saúde, entre outros, em mais uma edição das Jornadas Parlamentares do PCP.
Marinha Grande, Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Leiria e Peniche foram os concelhos por onde os deputados se desdobraram em grupos que tomaram contacto com realidades distintas. De acordo com a deputada comunista Paula Santos, a escolha de Leiria para esta iniciativa prende-se com o facto de o distrito ter várias potencialidades a explorar, sobretudo “perante a necessidade de apostar na produção nacional”.
A parlamentar apontou o aparelho produtivo desenvolvido, as pescas e a agricultura que existem no distrito como exemplos “daquilo que pode ser a aposta por parte do governo para pôr o nosso país a produzir”.
Eleita pelo círculo de Setúbal, Paula Santos falava nas Caldas da Rainha, onde esteve acompanhada por Miguel Tiago, eleito pelo distrito de Lisboa.
A visita dos deputados foi dedicada sobretudo à saúde, com encontros com o Conselho de Administração do centro Hospitalar Oeste Norte e Comissão de Utentes local. Ocasião para os comunistas ouvirem as dificuldades com que actualmente utentes e profissionais de saúde se debatem, bem como as preocupações com a reorganização hospitalar da região que está a ser estudada pelo governo.
Paula Santos diz que esta reforma vai provocar “situações de ruptura por parte dos serviços” e por isso aponta o dedo a uma “reorganização que em nada contribui para melhorar os cuidados de saúde à população, tendo um único objectivo e uma visão, que é reduzir custos à custa dos serviços e da acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde”.Em cima da mesa esteve também a indefinição quanto ao futuro do Hospital Termal, que a Comissão de Utentes não desiste de defender. Os comunistas juntam agora a sua voz aos utentes, para defender que esta unidade se mantenha em funcionamento e no Serviço Nacional de Saúde, dando seguimento aos desígnios da rainha D. Leonor que o fundou há mais de 500 anos para que todos os necessitados dele beneficiassem.
Nas Caldas da Rainha, os deputados comunistas deitaram ainda um olhar sobre a cultura, reunindo com a direcção do Teatro da Rainha.
“Medidas que penalizam os mesmos de sempre”
À mesma hora que Paula Santos e Miguel Tiago estavam nas Caldas da Rainha, outros deputados comunistas reuniam com a direcção do Mosteiro de Alcobaça e da Associação de Armadores e Pescadores da Nazaré, com a Câmara de Peniche, a empresa de congelados Nigel e a direcção da Cercipeniche. Diferentes realidades e áreas de actuação para dar conta, não só das dificuldades que o país atravessa, mas também das potencialidades que existem para sair deste “buraco”.
“Temos vindo a afirmar a necessidade de renegociação da dívida, de apostar na produção nacional. Temos várias potencialidades e recursos extraordinários que podem ser potencializados em prol do desenvolvimento do país e estamos numa região onde isso se verifica”, afirmou Paula Santos.
Só com esta aposta, defendem os comunistas, se vai “permitir o crescimento económico e a criação de riqueza e de emprego e não com medidas de austeridade, numa dose cavalar, que só tem levado à recessão do nosso país”.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt






























