O eurodeputado da CDU, Miguel Viegas, esteve na Lagoa de Óbidos no passado dia 31 de Janeiro e reuniu com a Comissão de Defesa das Linhas de Água e Ambiente para se inteirar dos problemas que assolam aquele ecossistema.
“Esta lagoa por si só, se for limpa e não for agredida, representa uma mais valia”, disse, defendendo uma passagem para investimentos “mais inteligentes”, que procurem preservar e valorizar aquele ecossistema e, a partir daí, criar uma linha de desenvolvimento baseada nos seus recursos e potencialidades.
“É dinheiro deitado à rua!”. Vítor Dinis, da Comissão de Defesa das Linhas de Água e Ambiente, define assim os 4,7 milhões de euros previstos para as dragagens na zona da aberta da Lagoa de Óbidos porque considera que se deveria começar por dragar os braços do Bom Sucesso e da Barrosa.
Esta comissão foi a interlocutora do eurodeputado Miguel Viegas (CDU) na visita que fez à lagoa de Óbidos no passado dia 31 de Janeiro.
Vítor Dinis explicou que “querem fixar a aberta porque põe em causa o exutor submarino, do lado norte, e as casas, do lado sul, mas a intervenção devia ser feita a partir dos braços da Lagoa onde é mais difícil a renovação das águas e a oxigenação”.
O dirigente associativo destacou o facto positivo das duas autarquias estarem a trabalhar em conjunto e já terem acordado a colocação dos dragados a retirar da lagoa, mas considera importante fazer-se um estudo para que estes não venham a poluir os locais para onde serão removidos. Disse ainda que é necessário fazer a renovação das areias existentes nestes braços, pois as que lá existem “estão podres”.
“Terá que ser feito um estudo científico para se perceber como é possível reduzir o impacto ambiental pois estamos a falar da zona de maternidade da Lagoa”, realçou, destacando a necessidade de acautelar aquele ecossistema.
Também presentes no encontro, que decorreu no Covão dos Musaranhos, os dirigentes do PCP das Caldas e de Óbidos, defenderam a classificação para a Lagoa de Área de Paisagem Protegida de Âmbito Regional e denunciaram que ambas as autarquias não têm manifestado muito interesse nesse processo. Esta classificação permitiria, por um lado a existência de apoios para a sua preservação ambiental, mas, por outro lado, seria mais restritiva quanto à permissão para construir naquela zona.
“A aprovação de uma área protegida seria um entrave aos planos de ordenamento local e regional”, disse o deputado da Assembleia Municipal de Óbidos, Rui Raposo, acrescentando que o PDM local já foi “várias vezes alterado por causa dos projectos imobiliários ali existentes”.
A associação PATO realizou, em 2005, um dossier de candidatura da Lagoa de Óbidos a área de paisagem protegida, que foi entregue às autarquias das Caldas e de Óbidos e que depois não teve qualquer seguimento.
Manuel Viegas considera que este é um debate que deve ser feito pelas pessoas que vivem próximo da Lagoa e que ali trabalham.
O eurodeputado disse ainda que partilha das críticas da Comissão das Linhas de Água e Ambiente e que esta o tocou particularmente porque, ao contrário de outras, que são mais reivindicativas do ponto de vista da infra-estruturação, esta defende que a Lagoa seja limpa.
“Esta lagoa por si só, se for limpa e não for agredida, representa uma mais valia”, disse, defendendo uma passagem para investimentos “mais inteligentes”. Miguel Viegas considera que se deve preservar e valorizar este ecossistema e, a partir daí, criar uma linha de desenvolvimento baseada nos seus recursos e potencialidades, ao invés da aposta em intervenções pesadas.
O eurodeputado comunista visitou a Lagoa de Óbidos, assim como outros locais do distrito de Leiria, no âmbito de um relatório sobre economia azul que foi atribuído ao seu colega João Ferreira, que integra a comissão das pescas no Parlamento Europeu. Os três deputados comunistas – João Ferreira, Inês Zuber e Miguel Viegas – estão a percorrer o país para produzir um relatório com as linhas orientadoras de políticas que possam fomentar a economia ligada ao mar.
Miguel Viegas, que chegou a fazer vários campeonatos nacionais de remo naquele braço da Lagoa, reconhece que ainda há “muito por fazer para valorizarmos um conjunto de jóias que temos no litoral e que poderiam ser alavancas fundamentais para a nossa economia”.
Prevista para Março está a empreitada de abertura e aprofundamento dos canais da zona inferior da Lagoa de Óbidos com o valor base de 4,7 milhões de euros. A intervenção abrange uma extensão de 5,3 quilómetros e um volume de dragados de 650 mil metros cúbicos.
O prazo da execução é de nove meses, devendo a obra estar concluída no final de 2015, de acordo com o anúncio do concurso público que saiu no Diário da República no início deste ano.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
CDU debate a saúde
O deputado da CDU na Assembleia da Republica, Bruno Dias, estará nas Caldas da Rainha, no próximo dia 20 de Fevereiro, pelas 21h30, para uma sessão pública sobre o Hospital das Caldas e o Serviço Nacional de Saúde.
O evento, organizado pela comissão concelhia das Caldas do PCP, terá lugar no salão nobre da sede da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório (ex-Paços do Concelho).






























