Dirigentes do PSD das Caldas à espera de saber quem apoiam

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Gazeta das Caldas
Ao festejar a vitória local, os sociais-democratas caldenses estavam longe de pensar que em poucos dias se estaria a discutir a liderança do partido |Joel Ribeiro

A maioria dos autarcas e dirigentes sociais-democratas da região não quer apoiar para já nenhum dos potenciais candidatos à liderança do PSD. A excepção é o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, que apoia a candidatura de Pedro Santana Lopes, com quem tem mantido uma relação institucional muito próxima.
O nome líder do PSD será escolhido nas eleições directas de 13 de Janeiro e na corrida estão, para já, Santana Lopes e Rui Rio.

Nas Caldas nenhum dos políticos laranja se compromete com nomes. O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, diz que não tem uma opinião formada e considera que é prematuro falar sobre os candidatos pois ainda não se conhecem todos. O autarca passista, que inclusivamente contou com a presença do líder na apresentação pública da sua candidatura, diz que já era previsível que este não se recandidatasse à liderança do PSD depois dos fracos resultados obtidos pelo partido nas últimas autárquicas. No entanto, enaltece a sua decisão e considera que Pedro Passos Coelho “cumpriu uma missão importante para o país”.

Também Hugo Oliveira, presidente da concelhia do PSD caldense, ainda não tomou uma decisão sobre qual o candidato a apoiar, até porque acredita que possam aparecer mais. Aos dois nomes já aventados (Rui Rio e Santana Lopes), o também vice-presidente da distrital laranja e, por inerência, conselheiro nacional, acredita que também Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais e ex-líder da distrital de Lisboa do PSD, possa avançar com uma candidatura.
Hugo Oliveira diz que o PSD “precisa de se reestruturar, ter novos protagonistas e recentrar-se nos problemas do país”. O também apoiante de Passos Coelho durante a sua vigência refere ainda que a história “encarregar-se-á de dar razão sobre as decisões difíceis que teve que tomar”.
Também a vereadora Maria da Conceição Pereira não quer avançar com nomes nesta fase, antes de saber quem são todos os candidatos. Diz que neste momento está tudo em aberto e que quer ouvir as propostas a apresentar.
De acordo com vereadora, que esteve na Comissão Política Nacional do PSD durante seis anos, é importante também ouvir os militantes e perceber o perfil da pessoa que gostariam de ver à frente do partido.
Rui Constantino, líder da JSD caldense, gostava que houvesse um candidato mais jovem na liderança do partido. O também estudante universitário considera que os nomes apontados à candidatura são de “dois históricos do partido, pessoas com créditos firmados”, o que mostra que o PSD “tem excelentes quadros”. No entanto, diz que ainda não tem uma opinião formada sobre qual irá apoiar pois ainda não apresentaram os seus projectos.
Rui Constantino disse ainda que tem pena que Passos Coelho, “um dos maiores estadistas de Portugal saia com uma imagem tão negativa”, mas acredita que “no futuro irá receber o reconhecimento do seu trabalho”.
Também Fernando Costa não quer assumir ainda uma posição pública sobre quem pretende apoiar, limitando-se a referir que Santana Lopes e Rui Rio “são dois bons candidatos”.

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HUMBERTO MARQUES APOIA SANTANA LOPES

O desaire do PSD nas últimas autárquicas levou o líder do partido, Pedro Passos Coelho, a anunciar que não se recandidata a um novo mandato à frente dos sociais-democratas. Rui Rio foi o primeiro a chegar-se à frente, estando prevista a apresentação da candidatura, numa declaração em Aveiro, na passada quarta-feira, já depois do fecho da edição.
Também Pedro Santana Lopes é dado como candidato à presidência do PSD, faltando agora decidir quando e como será feito o anúncio formal. Aliás, o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, tem “a certeza” que o ex-primeiro-ministro e actual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa será candidato e irá apoiá-lo.
O autarca considera que aquele é o candidato “mais bem posicionado” para o partido e para o país porque tem características que “permitem levar os militantes a sonhar e a colocar o PPD-PSD mais ao centro”. Entende ainda que Santana Lopes permitirá ao país ganhar novas agendas que não meramente económicas. “Não se pode esgotar a vida pública na economia e na visão de curto prazo”, diz, destacando  que este candidato agrada às várias gerações de militantes.
O apoio de Humberto Marques é coerente com a amizade que Pedro Santana Lopes tem demonstrado por Óbidos. Foi durante a sua curta governação que esteve prevista a criação de uma escola de restauro na vila, mas que depois não se concretizou devido a uma súbita mudança de governo.
Enquanto provedor da Misericórdia de Lisboa, Santana Lopes tem demonstrado também um grande interesse por Óbidos ao financiar a recuperação – ao abrigo da Lei do Mecenato – do Santuário do Senhor da Pedra.
The last but not the least, Santa Lopes foi o mandatário da candidatura de Humberto Marques nas eleições autárquicas de 2013.

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