O eurodeputado Nuno Melo e o presidente do grupo parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, juntaram-se a cerca de 300 pessoas no jantar comício do CDS-PP, que decorreu no passado dia 21 de Setembro, no Salão Millenium, nas Caldas da Rainha.
Foram apresentadas propostas, mas sobretudo, foram feitas muitas críticas à actuação da Câmara social-democrata, nomeadamente no que se refere à falta de investimento e de limpeza, bem como à colocação de elementos da JSD no município.
“O Manuel Isaac disse-me que ia encontrar aqui pessoas de vários partidos e pediu para não bater muito no PS”, começou por dizer o eurodeputado Nuno Melo. Apesar da advertência, o político centrista não resistiu a falar na geringonça (aliança do PS com o BE e CDU), que o “envergonha” e pediu um CDS-PP forte para combater as políticas de esquerda.
Também presente no jantar, Nuno Magalhães, vice-presidente do CDS e, como o próprio se caracterizou, um caldense “pouco praticante” (o político cresceu e viveu nas Caldas até à idade adulta) falou do rumo descendente que as Caldas tem vindo a seguir nos últimos 30 anos. “Cresci num concelho em que se discutia se a capital do distrito deveria ser Leiria ou Caldas, mas agora esta discussão já não faz sentido porque se perderam oportunidades”, disse, criticando a gestão social-democrata durante este período.
Na sua opinião, as Caldas não soube aproveitar a sua proximidade a Lisboa e ao mar, assim como as boas acessibilidades, para potenciar o turismo, a indústria e captar investimento. Nuno Magalhães defendeu que as Caldas não pode continuar num governo de “partido único, como vive há décadas e que não tem resultado”, e deixou um conselho aos centristas para que façam propostas pela positiva, que serão “valorizadas pelos eleitores”.
Já Manuel Isaac, candidato à Assembleia Municipal, lembrou as suas três candidaturas à freguesia de Santa Catarina, que perdeu, mas que nas autárquicas seguintes, foram ganhas pelo também centrista Rui Rocha. “Foram 12 anos de trabalho contínuo. O mérito é do Rui, mas o trabalho estava lá feito”, lembrou Manuel Isaac, para logo de seguida denunciar que este partido “foi enganado” na contagem dos votos. O também presidente da distrital disse que os votos do CDS “iam para cima do monte dos votos do PSD, mas quando os apanhámos nunca mais ganharam ali as eleições”. Manuel Isaac alertou os candidatos para tomarem atenção porque o mesmo se passa “noutras mesas, não só das Caldas como em outros lados”.
Referindo-se ao actual presidente da Câmara, Tinta Ferreira, Manuel Isaac, disse que o seu grande problema é o de não ser capaz de dar um “murro na mesa” e dizer que “quem foi eleito fui eu, quem manda sou eu”. Adiantou que é uma “óptima pessoa”, mas que “não nasceu para mandar em fosse o que fosse, muito menos numa Câmara”.
No debate promovido pela Gazeta das Caldas Manuel Isaac ouviu Tinta Ferreira dizer que a Câmara diminuiu o desemprego e, irónico, diz que ele tem razão. “A Câmara contribuiu em muito para a descida do desemprego jovem nas Caldas porque o que sabe fazer é meter toda a gente da JSD lá dentro”, disse.
“Exigente, combativo, irreverente”
Por outro lado, enalteceu as qualidades de liderança do candidato centrista, Rui Gonçalves. Este, durante a sua intervenção, apresentou o programa para o mandato a que se candidata “e não um programa para 10 anos”, numa indirecta a Tinta Ferreira, que no debate da Gazeta das Caldas tinha dito que as suas promessas eram a dez anos.
De acordo com o candidato, o actual executivo não era obrigado a ter que resolver problemas como os da Lagoa, da Linha do Oeste ou da construção de um novo hospital, mas também não o deviam ter prometido. “Se prometeram, agora têm que dar explicações por isso”, disse, acrescentando que a situação da Lagoa e da Linha do Oeste está piores que antes. Rui Gonçalves prometeu que, se for eleito, será “exigente, combativo, irreverente, e se for necessário, politicamente incorrecto”.
Rui Gonçalves não acredita na solução que está a ser implementada para a revitalização do termalismo, tendo votado contra a intenção da autarquia entregar a gestão do Hospital Termal e Balneário Novo ao Montepio Rainha D. Leonor. Considera que o termalismo caldense tem que competir com outras estâncias termais do país e do estrangeiro e que o parceiro do município, além de ter experiencia na área, tem que ter “capacidade financeira para alavancar o inicio da actividade e para ser o parceiro da Câmara no novo complexo termal”.
O candidato destacou a presença, em número dois, na lista do CDS-PP, de Jorge Mangorrinha, que foi escolhido exactamente pelos seus conhecimentos na área do termalismo.
Na cerimónia foram apresentados os vários candidatos às freguesias. Rui Rocha, presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina, e recandidato aquela freguesia, reconheceu que ser autarca do CDS é “mais difícil do que ser um autarca da cor que costuma ganhar”, mas que ainda assim conseguiu obter excelentes resultados.
O jantar de encerramento de campanha, a 29 de Setembro, será em Santa Catarina.






























