Na manhã de sábado, 16 de Março, elementos PCP caldense saíram à rua e distribuíram panfletos exigindo a queda do governo e reivindicando a melhoria dos salários e a recuperação dos direitos “roubados”.
De acordo com Vítor Fernandes, o facto do primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, estar nas Caldas nessa mesma manhã, a presidir ao arranque das comemorações dos 40 anos da fundação do seu partido, ainda veio dar mais força à realização desta acção. O também deputado municipal diz mesmo que, caso Passos Coelho estivesse nas Caldas em funções oficiais, a recepção seria diferente. “Teria, da nossa parte, uma recepção de boas vindas com a chamada de atenção para as suas politicas”, disse, acrescentando que, como se trata de uma iniciativa partidária, não se manifestam.
Vítor Fernandes estranha, contudo, que Passos Coelho, “uma pessoa que tanto mal tem feito à liberdade e à democracia”, festeje o 25 de Abril. E acrescenta: “ele não cumpre a Constituição, pois tem proposta várias medidas que têm sido, consecutivamente, chumbadas e possui uma política de empobrecimento do povo”.
O dirigente comunista disse ainda que o primeiro–ministro “não é bem vindo nas Caldas, pelo menos por parte do povo”, adiantando que continuam por resolver problemas graves como a abertura do Hospital Termal, a modernização da Linha do Oeste e a intervenção na Lagoa de Óbidos.
José Carlos Faria, candidato à Câmara das Caldas pela CDU nas últimas autárquicas, considera “um acto de hipocrisia” estas comemorações por parte do PSD pois, “em resultado das suas políticas, estamos a viver um período de regressão”. O dirigente comunista lembrou que o ideal de Abril pressupõe a liberdade e a melhoria das condições de vida do povo, mas que actualmente tal não se verifica, pois existe um nível de emigração semelhante ao dos anos 60 do século passado e um empobrecimento generalizado da população.
No panfleto distribuído durante a manhã na zona da Praça da Fruta, os comunistas alertam para as “injustiças” da política da colig ação PSD/CDS-PP e deixam diversas propostas para defesa dos “valores de Abril”. Defendem a renegociação da dívida, o aumento da produção nacional e a recuperação para o Estado do sector financeiro e de outras empresas e sectores estratégicos.
Alem disso, querem uma valorização efectiva dos salários e pensões, a opção por uma politica orçamental de combate ao despesismo e de defesa e recuperação dos serviços públicos.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

































