“A decisão é política e antes de qualquer medida de reorganização pretendemos que as forças vivas da região sejam ouvidas pela tutela, pois a administração do Centro Hospitalar terá quatro meses para definir o seu caminho e é importante que o faça o mais consciente possível das necessidades das populações”. É assim que a Plataforma Oestina de Comissões de Utentes reage à criação do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), publicada em Diário da República no passado dia 12 de Setembro.
A plataforma, composta pelas comissões de utentes de Caldas da Rainha e Torres Vedras e pela Comissão Municipal de Acompanhamento do Hospital de Peniche, esteve reunida na passada segunda-feira, dia 17. Do encontro saiu um comunicado onde os representantes dos utentes dos hospitais dos três concelhos lembram que em Junho foi endereçado ao governante um pedido de audiência ao qual não obtiveram resposta. E consideram que “a decisão de criar o CHO sem auscultar as pessoas que estão no terreno, utentes e autarcas, que se têm manifestado e representado as populações, é um mau prenúncio que esperamos possa vir a ser corrigido no futuro”.
No documento, os membros das comissões dizem ainda esperar que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, “impeça a desqualificação da rede existente e os impactos negativos que a mesma traria para as populações e para o desenvolvimento socioeconómico da região”. Apontam os exemplos de Lagos e Loulé, onde foi evitado o encerramento dos serviços de urgência, não obstante os estudos que defendiam o seu fim.
Também o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, enviou ao ministro da Saúde um novo pedido de audiência com carácter de urgência, manifestando “uma profunda apreensão e estranheza em relação ao caminho apontado” pelos estudos que apontam para o encerramento da Unidade de Urgência Básica do Hospital São Pedro Gonçalves Telmo de Peniche.
“A concretizar-se tal medida, dela resultaria um claro prejuízo, que do bem-estar e da qualidade de vida dos penichenses e dos muitos milhares de forasteiros que nos visitam anualmente, quer do ponto de vista do desenvolvimento económico, já que a vocação turística do concelho ficaria irremediavelmente afectada por uma medida desta natureza”. O autarca lembra ainda que em 2008 o Ministério da Saúde revogou a intenção de extinguir o serviço de urgência e diz que “não se alteraram as condições” que levaram a este compromisso.
Joana Fialho
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