Chega torna-se terceira força política nas Caldas

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O Chega elegeu um vereador para a Câmara, assim como mais elementos para outros órgãos autárquicos

Partido elegeu um vereador, três deputados municipais e seis elementos em assembleias de freguesia

O Chega “instalou” a sua sede no restaurante Lisboa e foi em festa que recebeu os resultados que determinaram a eleição de um vereador para a Câmara, pois obteve 11, 43% (2.871 votos). Para a assembleia municipal este partido teve 12,06% (3.029 votos), obtendo por isso três eleitos. Em 2021, o Chega tinha obtido, para a autarquia, 2,91% (646 votos),

“É caso para dizer deixem o Luís trabalhar!”, disse, brincando, Luís Gomes que conseguiu ser eleito como sétimo vereador da Câmara das Caldas. “Foi um bom resultado e seremos o fiel da balança “. Nos próximos quatro anos prometem “trazer para a nossa cidade, energia, ponderação e justiça para os caldenses”.

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Luís Gomes diz mesmo que esta votação se traduz no facto de, agora, o seu partido poder colocar “um travão na gestão do município”. Antevê que serão quatro anos “difíceis” pois “teremos muito trabalho pela frente”. Luís Gomes considera que o trabalho pelos caldenses “começa hoje!” e, para já, não se vê a aceitar acordos ou coligações. “Está fora de questão! Estamos cá para trabalhar para as Caldas e para fazer um trabalho sério nos próximos quatro anos”, garantiu.

Na sua opinião, esta campanha foi “dura e feia” com episódios “que foram um pouco para a lama” e que se refletiu nos votos. “Nós fizemos uma campanha “séria” e as pessoas “responderam votando em nós, tendo passado dos 600 para os 2800 votos!”. Se neste pouco tempo “conseguimos estes resultados então após passados quatro anos poderemos crescer e fazer a diferença”, rematou Luís Gomes.

A estreia da Iniciativa Liberal nas autárquicas caldenses resultou num quarto lugar para a Câmara (648 votos) e num quinto lugar para a Assembleia Municipal. Carlota Oliveira descreveu o resultado como “um sentimento agridoce”. “Recebemos inúmeros feedbacks de cidadãos desiludidos com a fraca oposição da AD e com a atuação do VM. No entanto, uma esmagadora maioria voltou a depositar a sua confiança nestes dois blocos”, lamentou.

“Falta coragem cívica para romper com o ciclo instalado e apostar em alternativas sérias e credíveis”, acrescentou Carlota Oliveira, apontando ainda à leitura feita ao chamado “voto útil”. “Muitos votaram por medo e não por confiança em projetos concretos”, completou. Para Carlota Oliveira, “o populismo e o marketing político fácil continuam a prevalecer sobre a substância e a competência”, deixando um apelo à consciência política dos caldenses: “Mais do que críticas, é preciso coerência, coragem e informação, só assim poderemos, um dia, melhorar verdadeiramente o rumo do nosso concelho”, rematou.

Também a sufrágio pela primeira vez nas Caldas, o ADN, liderado pelo independente Carlos Barroso, alcançou 622 votos para a Câmara e 675 para a Assembleia Municipal, ficando em quinto e sexto lugares, respetivamente. O candidato considerou que os resultados “confirmam a forte polarização política nas Caldas”, entre o VM e a AD, mas destacou que “há espaço para uma proposta independente, autêntica e de longo prazo”. O candidato sublinhou o papel do ADN “na discussão de temas que ninguém ousava abordar”, apontando casos de “falta de transparência e questões de integridade”. Quanto ao incidente denunciado pela AD, da alegada abertura de urnas durante o ato eleitoral, Carlos Barroso defende que o processo “deve ser esclarecido pelo Ministério Público”. Agradecendo cada voto e palavra de apoio, o candidato anunciou que se retira da vida política, deixando “um apelo para que não haja represálias contra quem apoiou esta candidatura”.

Já para Duarte Raposo, o candidato da CDU à Câmara das Caldas, lamenta o facto de não ter conseguido eleger um elemento para a assembleia municipal. “Naturalmente não é um bom resultado mas ainda assim estamos orgulhosos do trabalho que fizemos nesta campanha”, disse o candidato que voltou a sublinhar que o facto do seu partido não ter eleito um elemento para a assembleia municipal “fará muita falta para defender os interesses dos trabalhadores e da juventude das Caldas da Rainha”. Para a Câmara, a CDU obteve 1,77 % (444 votos) enquanto que para a Assembleia Municipal teve 2,07 %, 521 votos. “À Câmara até tivemos mais 20 votos”, contou. E de facto em 2021 a CDU teve 427 votos para o autarquia e também não elegeu para a assembleia municipal.

Sobre a queixa à CNE que foi feita pela AD, Duarte Raposo prefere aguardar pela resposta da Comissão Nacional de Eleições e pelo apuramento de todos os factos.

João Arroz, do Livre, estava muito satisfeito por o seu partido “ter iniciado uma candidatura do zero e termo-nos tornado a quarta força política mais votada”. O Livre obteve 2,55 % (6.157 votos) à Câmara. “Faltaram-nos 200 votos para conseguir eleger para a assembleia municipal… Fica para uma próxima!”, disse o candidato que obteve 3,61 % (8.709 votos) para aquele orgão autárquico. Quanto à queixa na CNE por parte da AD, Arroz considera que é preciso “apurar os factos”. João Arroz diz que o Livre está de pedra e cal nas Caldas.
O BE foi o partido menos votado nas Caldas, com 337 votos (1,34%), menos 190 do que em 2021, baixando igualmente a votação para a Assembleia Municipal. Carlos Ubaldo não escondeu a desilusão. “Foi um resultado mau, abaixo das expectativas”, afirmou. O candidato refere que “a nossa estrutura é muito frágil, é difícil fazer passar a mensagem, porque achamos que tínhamos boas ideias e boas propostas”. Mesmo assim, não enjeita responsabilidades. “Da parte que me toca, já fiz essa consideração, sinto que não houve um ganho com a minha contribuição individual”, disse, acrescentando que “também quero acreditar que há uma multiplicidade de fatores, incluindo de índole nacional e internacional. Ainda assim, Carlos Ubaldo acredita que continua a haver espaço para o partido. “O Bloco já teve marés altas e baixas, e voltará a levantar-se, porque as ideias continuam a fazer sentido”, acredita.

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