Uma maior aproximação entre a gestão autárquica e as pessoas, a aposta no desenvolvimento sustentável e a reivindicação de investimentos do Estado no concelho, foram algumas das medidas defendidas pelo candidato da CDU à Câmara de Óbidos, Rui Raposo, na sua apresentação pública que teve lugar no passado dia 19 de Abril. Sílvia Correia, bolseira de pós doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência, será a cabeça de lista à Assembleia Municipal.
O cantautor Manuel Freire será o mandatário concelhio para as próximas autárquicas, às quais esta coligação pretende concorrer em diversas freguesias. Há quatro anos a CDU apresentou candidatos em seis das nove freguesias do concelho, pretendendo este ano igualar ou até aumentar este número.
A CDU assume-se como a única força política capaz de levar por diante uma gestão autárquica que conduza o concelho de Óbidos a um desenvolvimento sustentável. Na apresentação dos candidatos, que decorreu no passado dia 19 de Abril, Rui Raposo defendeu a necessidade de uma maior proximidade entre a população e o executivo, assim como o seu envolvimento nas decisões dos órgãos aos mais diversos níveis.
O candidato comunista destacou também a necessidade de respeitar os instrumentos de gestão territorial, não pondo em causa o património cultural, ambiental e natural do concelho, em “favor de interesses económicos do grande capital e da especulação imobiliária”.
Defendeu também a existência de políticas, em articulação com o poder central, que promovam a fixação de pessoas no centro histórico da vila e nas freguesias rurais, favorecendo assim a economia local, composta essencialmente por pequenos e médios empresários.
Para Rui Raposo é preciso exigir ao Estado a concretização de alguns investimentos, como a dotação de profissionais e meios técnicos necessários à rede de cuidados de saúde primários, a conclusão do projecto de irrigação da barragem do Arnóia e a conclusão do projecto de preservação da lagoa de Óbidos e sua classificação como Paisagem Protegida de Âmbito Regional.
Entre as reivindicações estão ainda a recuperação do património edificado classificado e o reforço de meios policiais para segurança das pessoas.
O candidato comunista defende uma gestão autárquica com uma participação mais activa em lutas supra concelhias, como a requalificação e modernização dos hospitais das Caldas da Rainha e Peniche, requalificação da Linha do Oeste, luta contra a eventual introdução de portagens no troço da A8 e pela manutenção do turismo do Oeste na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Rui Raposo lembrou os bons resultados alcançados pela CDU em 2009 neste concelho, “subindo a votação em todos os órgãos a que concorreu” e considera que os eleitos cumpriram o compromisso assumido perante a população. “Mesmo em minoria, a voz da CDU fez-se ouvir e foi respeitada, criticando e rejeitando o que era preciso rejeitar, apoiando as soluções mais adequadas e apresentando as propostas alternativas que melhor defendiam os interesses dos munícipes”, disse.
O candidato comunista criticou a gestão da maioria social-democrata, denunciando que o desenvolvimento sustentável que prometeu “não passou de uma grande ilusão” e a sua concordância com as políticas dos últimos governos que foram pondo em causa a autonomia do poder local. Relativamente ao PS, Rui Raposo considera que este não tem sido uma verdadeira oposição à maioria pois por diversas vezes alinhou ao lado do PSD.
A cabeça de lista à Assembleia Municipal, Sílvia Correia, de 37 anos e residente no Olho Marinho, denunciou que o “respeito e dignidade” por este órgão não foram apanágio da maioria PSD, que ao longo do mandato procurou fazer dele “uma mera caixa de ressonância do presidente da Câmara”. As críticas foram também dirigidas aquele autarca que, em vez de “responder aos pedidos de esclarecimento dos eleitos da Assembleia, interpelava e retorquia contra as intervenções que não lhe agradavam”.
A candidata comunista disse ainda que o regimento foi desrespeitado por diversas vezes pelo PSD ao apresentar os assuntos para discussão em plena sessão e sem dar conhecimento prévio aos eleitos. Para Sílvia Correia, o momento mais grave foi vivido quando a maioria social-democrata se permitiu “votar a favor normas dos estatutos da nova empresa municipal que retiram competências à Câmara e à própria Assembleia, deixando-as nas mãos da entidade empresarial que não pode ser fiscalizada”.
A militante comunista deu nota do trabalho desenvolvido pelo seu camarada Custódio Santos durante quatro anos, nos quais abordou problemas como a falta de manutenção das estradas, roturas nas condutas de água, falta de médicos, degradação do património e desrespeito pelas regras do PDM. Foram também apresentadas diversas moções, “invariavelmente chumbadas pela maioria PSD e por vezes também pelo PS”, frisou Sílvia Correia, dando nota que isso é ilustrativo de como estes são “sectários e põem o seu tacticismo partidário acima dos interesses das populações”.






























