A CDU caldense defende que a prioridade deve ser dada à abertura do Hospital Termal, enquanto que decisões sobre a concessão das águas e os contratos a efectuar “têm que ser tomadas com mais tempo e análise, porque isto cheira a eleitoralismo”. As palavras são de Vítor Fernandes, deputado da Assembleia Municipal, que reuniu com comunicação social no passado dia 23 de Agosto, para dar a conhecer as conclusões da reunião da segunda comissão, que contou com a presença do director de serviços da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), Alcântara da Cruz.
Os comunistas são da opinião que se deve esperar pelos resultados do trabalho que está a ser desenvolvido pela Comissão de Acompanhamento do Hospital Termal, criada a 15 de Maio, e que todas estas decisões apressadas dão a “ideia de que o PSD está a jogar forte na concessão das águas para a campanha, embora diga que é preciso um consenso”, regista Vítor Fernandes.
O dirigente comunista questiona porque é que só agora Alcântara da Cruz quer que sejam retiradas as águas termais ao CHO por falta de idoneidade técnica e financeira, quando este admitiu na reunião que, no passado, “houve erros técnicos praticados por várias administrações do Termal e que quando chamados à atenção não os corrigiram, ou apenas fizeram algumas coisas”.
O deputado comunista quer também saber onde estão os documentos que sustentam estas afirmações e defendeu que devem ser tomadas medidas disciplinares e responsabilizados os administradores visados.
Estranho também para Vítor Fernandes é o facto de ser um director de serviços a tomar a iniciativa de retirar a concessão das águas ao CHO e que este organismo não se tenha pronunciado sobre o assunto. Critica a pressa com que o assunto foi conduzido, sobretudo, quando não vê igual empenhamento na reabertura do hospital.
Vítor Fernandes disse ainda que, de acordo com o responsável da DGEG, o património termal está associado à concessão das águas, pelo que quando a Câmara ficar com as águas, “fica com a responsabilidade de recuperar porventura o edifício do Hospital Termal e do resto do património”. A Câmara também se compromete, de acordo com a proposta apresentada, a construir um balneário novo.
“Transição manhosa para privados?”
A CDU caldense não exclui a participação da Câmara na solução para o futuro do Hospital Termal, mas desde que este mantenha o vínculo com o Ministério da Saúde e integrado no Serviço Nacional de Saúde. “O nosso receio é que a Câmara assuma e faça os investimentos necessários e depois haja uma transição manhosa para privados”, disse Vítor Fernandes.
Também presente na conferência de imprensa, o candidato comunista à Câmara das Caldas, José Carlos Faria, sublinhou a diferença que existe entre ter o hospital termal mais antigo do mundo e umas simples termas, denunciando que tem havido uma subestimação da componente terapêutica das águas. Considera que a autarquia “devia ter reagido e não ter-se submetido a uma proposta com minuta já pré-feita”, destacando que a ligação com o Ministério da Saúde implicaria renegociar um conjunto de valências, como o funcionamento da reumatologia ou os tratamentos de hidrologia.
José Carlos Faria acrescentou ainda que admite a gestão privada da água termal, desde que seja supletiva e “que não ponha em causa o carácter estruturante do Hospital Termal”.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt































