CDS-PP quer um novo hospital construído junto ao nó da A8 nas Gaeiras

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Rui Gonçalves apresentou a proposta do CDS-PP para a localização do novo hospital | Fátima Ferreira
Uma sala cheia, composta por representantes das várias forças políticas, profissionais de saúde e cidadãos interessados no futuro da saúde caldense | Fátima Ferreira
Uma sala cheia, composta por representantes das várias forças políticas, profissionais de saúde e cidadãos interessados no futuro da saúde caldense | Fátima Ferreira

 Os centristas justificam esta proposta com base na equidistância entre Alcobaça e Torres Vedras (concelhos limítrofes abrangidos pelo futuro hospital) e as boas acessibilidades aquele local.

O debate promovido pelo CDS, que decorreu no Hotel Sana e juntou representantes de todos os partidos, administração do CHO, técnicos, entre outros participantes, ficou ainda marcado pelo consenso dos intervenientes de que a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) deve encontrar uma posição comum e ter uma voz forte na defesa da construção deste novo equipamento.

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As recentes tomadas de posição de concelhos como o Bombarral ou Torres Vedras a defender a localização de um novo hospital do Oeste nos seus territórios levaram o CDS-PP caldense a pronunciar-se também sobre o assunto. Rui Gonçalves, dirigente deste partido, diz que o lugar mais central para o novo hospital fica junto ao nó da A8, na freguesia das Gaeiras, perto de S. Cristóvão.
O Novo Hospital do Oeste (NHO) deverá preencher o vazio hospitalar existente entre Leiria, Loures e Santarém, abrangendo cerca de 300 mil pessoas. “Os hospitais actuais de Alcobaça, Peniche, Caldas e Torres Vedras não têm por onde se expandir e estão ultrapassados”, disse, acrescentando que os envolventes, de Leiria, Vila Franca e Loures, já têm a sua capacidade esgotada. Reconhece que esta não será uma obra para os próximos anos, mas defende que tem de se começar já a falar no assunto para se conseguir uma unanimidade nas posições a nível da OesteCIM, para que o hospital possa um dia ser uma realidade.
Presente no debate, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, disse que esta proposta “encaixa” na sua ideia da criação de um novo hospital nas Caldas ou num raio de três a quatro quilómetros deste concelho. O autarca referiu ainda que nunca foi construído um novo hospital no Oeste porque “não houve vontade política para isso” e não por não haver acordo entre os municípios acerca da localização.
Tinta Ferreira defendeu melhorias nas instalações do hospital caldense e disse que a ligação a Torres Vedras “revelou-se desastrosa”. Lembrou a reunião que teve em Fevereiro com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e da disponibilidade mostrada pela autarquia para que o hospital das Caldas fosse enquadrado como unidade local de saúde (que junta os cuidados hospitalares com os centros de saúde sob a alçada de uma mesma equipa de gestão), deixando assim de estar na mesma unidade que Torres Vedras.

Consenso necessário na OesteCIM

A centralidade do território e as acessibilidades foram sublinhadas pelo dirigente do PCP, José Carlos Faria, que saudou o debate e realçou que esta é uma questão que tem que ser pensada com uma margem de folga de uma década. Salientou que a capacidade de resposta das actuais instalações do hospital são “débeis” e que a proximidade da Mata Rainha D. Leonor e dos aquíferos não aconselham a expansão da malha urbana, ao passo que o crescimento do edifício em altura é mais dispendioso.
O dirigente local do PCP defendeu também a construção de um novo hospital e fez notar que a resposta tem que estar muito para além da querela regional.
O deputado municipal do CDS-PP, João Diniz, chamou a atenção para o facto do hospital estar construído em cima de uma falha activa do Vale Tifónico, o que pode originar problemas se for feita alguma construção em altura. Já no que respeita ao novo hospital considera que a geografia foi favorável às Caldas, pois está no centro da área de abrangência da necessidade dos cuidados hospitalares e com boas acessibilidades.
João Diniz sugeriu ainda que este assunto fosse pensado integrado no plano estratégico das Caldas.
Para Emanuel Pontes (MVC), mais importante do que a geografia ou acessibilidades, é a transformação do hospital das Caldas numa unidade de referência que vai determinar a construção de um novo hospital. Espera que as obras que vão ser feitas nas urgências sejam já um passo nesse sentido e defendeu que o centro de investigação que o CHO pretende criar possa estar ligado ao termalismo.
O deputado municipal do PS, Manuel Nunes, também defendeu a ampliação e renovação do actual equipamento bem como a construção de um novo hospital. Mas mostrou-se apreensivo com a possibilidade de o CHO vir a desintegrar-se e que as Caldas acabe por se juntar a Leiria e Torres Vedras a Loures.
O mesmo orador disse que cabe à OesteCIM apresentar uma proposta e chegar a entendimento com a tutela. Já Jaime Neto, também do PS, entende que esta é uma questão política, de afirmação da centralidade territorial das Caldas.
Também a centralidade das Caldas foi evidenciada pelo deputado do PSD, António Cipriano, ao defender a construção de um novo hospital. No entanto, não acredita que tal venha a acontecer durante os próximos 15 anos, pelo que considera que é preciso acautelar os cuidados de saúde actuais a prestar no centro hospitalar.
Ana Paula Harfouche, presidente do CHO, também esteve presente no debate e, convidada a intervir, disse que a sua principal preocupação é que os doentes sejam tratados como no resto do país e pediu para lhes darem um voto de confiança. Referiu que estão a tentar diminuir as listas de espera e que a primeira coisa que o novo Conselho de Administração fez quando entrou em funções foi “melhorar a limpeza e conforto” do hospital.
Relativamente à criação de um novo hospital no Oeste, Ana Paula Harfouche disse “ainda não haver cenário” previsto para o equipamento.
Para a cirurgiã Ágata Ferreira, a prioridade do hospital caldense deve ser o internamento a fim de se poder retirar os doentes das urgências. “Os doentes não podem ficar nos serviços de urgência, em macas, durante dois ou três dias”, disse.
Em resposta, o director clínico do CHO, António Curado, explicou que a disponibilidade de internamento só se consegue com a ampliação do hospital e que neste momento é “preciso dar condições às urgências, que é um investimento menor”.

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