O CDS sofreu uma grande derrota a nível nacional, mas também no distrito e no concelho. Dos 18 deputados no parlamento passou para os cinco e perdeu o único que tinha em Leiria, não conseguindo eleger Raquel Abecasis. A líder, Assunção Cristas, colocou de imediato o lugar à disposição, tendo-se já iniciado a corrida à sucessão. Nas Caldas o CDS ficou reduzido a um terço dos votos em relação a 2011 (última vez que concorreu não coligado). Na freguesia de Santa Catarina, emblemática para os centristas, estes perderam mais de 200 votos.
Na sede do CDS o ambiente é calmo. Quando Gazeta das Caldas chega já saíram as primeiras projecções que não são optimistas e, logo às 21h00, aparece a líder do partido, Assunção Cristas, a falar nas televisões. De olhos postos na RTP, faz-se silêncio para a ouvir dizer que abandona a liderança do partido e, depois de uns segundos sem reacção, começam as conversas em torno desta decisão.
Apesar de a noite não ser de festa, vão chegando mais militantes à sede do partido, muitos vestidos com a característica cor azul. Alguns, que vêm das mesas de voto, partilham resultados e contam episódios. Cada vez mais é uma imagem comum em noites de eleições: os tablets e os telemóveis nas mãos, com vários separadores abertos nas diferentes plataformas que vão dando os resultados, como o site do Ministério da Administração Interna, o da RTP, ou o do Público.
Em cima da mesa, como é tradição na sede centrista, existe um composto jantar, em louça da Bordallo Pinheiro. É assim há mais de 40 anos: a militante Rosário Ladeira cozinha a comida num hábito que surgiu para “compensar” quem passava os dias nas mesas de voto sem receber nada.
Uma militante diz que “a Raquel [Abecasis] com 5,4% não vai lá”, referindo-se à número um da lista por Leiria, um cenário que se confirmou. Os centristas perderam a deputada que tinham eleita pelo distrito que era Assunção Cristas.
Na sede, a curiosidade em relação à eleição de Hugo Oliveira não é escondida. Entre conversas fala-se da subida do PAN e do bom resultado do BE nas Caldas, mas também da ameaça da Iniciativa Liberal.
Com o avançar da noite percebe-se que esta é uma derrota histórica para o CDS, que dos 18 deputados passa para apenas cinco, conseguindo em termos de percentagem ficar abaixo dos 4,4% de 1987 quando conseguiu eleger quatro deputados e ganhou o epíteto de partido do táxi.
João Forsado Gonçalves, líder da concelhia do CDS nas Caldas, assumiu que a nível nacional esta foi “uma estrondosa derrota”. Sobre a saída de Assunção Cristas e a respectiva sucessão, João Gonçalves (que tem assento no conselho nacional do partido), referiu que “o que o futuro nos espera é uma incógnita muito grande”.
Em relação ao resultado concelhio, o líder caldense disse que este “é o espelho do resultado a nível nacional”, realçando que agora irão “fazer uma análise freguesia a freguesia” para definir que trabalho irão fazer daqui para a frente. Esta “é uma derrota da direita como um todo e vem no seguimento do que tinha sido assinalado nas Europeias”.































