Candidatos unidos nas prioridades mas divergem nas soluções

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Os cinco candidatos à Câmara de Óbidos esgrimiram argumentos no debate organizado pela Gazeta das Caldas, com o apoio da 91 FM

PSD, atualmente no poder em Óbidos, vai a votos com mais quatro candidaturas: PS, CDS-PP, Chega e CDU

As questões da saúde deram início ao debate entre os cinco candidatos à Câmara de Óbidos, que decorreu a 1 de outubro, num auditório da Casa da Música completamente lotado. Um tema prioritário para o concelho, em que as respostas variaram desde a contratação de um médico municipal, solução defendida por Carlos Pinto Machado, candidato pelo CDS-PP, à reivindicação junto da tutela por um melhor funcionamento e resposta do SNS, preconizado por Carlos Luz, da CDU.

O plano de saúde implementado pelo executivo do PSD no atual mandato “não resolve o problema” na opinião do candidato Paulo Gonçalves (PS), que defende uma posição mais exigente e de pressão com o ministério da Saúde, protocolos com as IPSS, e a prestação de apoio, através da autarquia, ao acesso à saúde para famílias carenciadas, pedindo depois o devido ressarcimento à tutela. Caso vença as eleições, o Chega pretende contratar dois médicos assistentes para servir a população, explicou a candidata Adélia Araújo, que também prevê a continuação do plano de saúde. O PSD defende a continuação do plano de saúde e um trabalho ao nível da prevenção. Filipe Daniel fez notar que a Câmara não se pode substituir à contratação de médicos e informou que Óbidos poderá vir a ter uma USF modelo C já a partir de janeiro, mencionando a ainda a aposta que pretendem fazer ao nível do termalismo.

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No que respeita à habitação, Adélia Araújo (Chega) quer saber que património a Câmara de Óbidos possui e que se possa requalificar, para dar uma resposta social à população. Planeia criar uma equipa local de reabilitação de imóveis e ajudar os jovens com a disponibilização de moradias familiares por um determinado período de tempo. Para Carlos Pinto Machado (CDS) a problemática da fixação de jovens está ligada aos problemas da habitação, pelo que defende a sua construção a custos controlados, recorrendo a fundos comunitários. Criticou a “estagnação que ocorre no concelho há 24 anos” e entende que o município deve criar um programa simplex para a recuperação de imóveis.

Entre 2021 e 2025 o executivo elaborou a Estratégia Local de Habitação que, de acordo com Filipe Daniel (PSD), visa o primeiro direito à habitação e coloca imóveis do município disponíveis para a requalificação e habitação jovem. Carlos Luz (CDU) considera que o custo da habitação é um dos “pontos críticos” da fixação de gente nova no concelho e que o plano municipal “é curto”, defendendo parcerias com cooperativas, associações, construtores. “Há uma hiper avaliação das casas”, facto que está muito associado ao turismo, mas que, no que respeita à CDU, “tem de haver um equilíbrio diferente”. Também Paulo Gonçalves (PS) defendeu a necessidade de construção a custos controlados e a existência de terrenos onde se possa construir a preços acessíveis para renda.
Os grandes eventos em Óbidos são reconhecidos por todos, embora alguns dos candidatos destaquem o seu impacto, preço, ou se cinjam à realização de alguns deles, mais identitários do concelho. O evento gaming foi o que mais críticas gerou por parte de alguns dos candidatos.

No que respeita à economia, Paulo Gonçalves (PS) considera que é fundamental tomar uma decisão em relação ao Parque Tecnológico de Óbidos (PTO), dizendo desde logo que gostaria que este tivesse uma ligação à saúde e que a nova expansão obedecesse uma lógica muito virada para uma ligação com o ensino superior. A atração de investimento está ligada, de acordo com Adélia Araújo (Chega), com a capacidade da Câmara em desburocratizar os processos, tentar que o concelho não seja tão dependente das Caldas. Mas também “acautelar” as empresas que vêm para o concelho, manifestando a sua preocupação com a criação do empreendimento Surf Village, nomeadamente a água que irá gastar. Filipe Daniel (PSD) defendeu que a aposta do gaming está ligada às indústrias criativas e ao trabalho que os jovens do concelho possam fazer ao nível da programação e gamificação. Garante que tem um plano estratégico e que agora têm a oportunidade de ligar a agricultura ao PTO, modernizando-a, e também à saúde.

Carlos Pinto Machado (CDS-PP) quer atrair empresas para o PTO para criar empregabilidade para os jovens, defendendo que o município deve criar condições favoráveis para que isso aconteça. Entende que os terrenos ali existentes possam ser vendidos por 1 euro, com a exigência que as empresas fiquem obrigadas a criar postos de trabalho para os jovens de Óbidos. Por fim, Carlos Luz (CDU) quer uma economia a servir as pessoas. Lembrou a promessa da draga na Lagoa, que não foi cumprida, e para a agricultura defendeu um maior investimento na procura e na proximidade entre a produção e o consumidor final.

 

Reveja o debate na íntegra

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