Candidatos autárquicos unidos na defesa do Hospital do Oeste

0
1065
Os quatro candidatos partilharam as suas soluções para o concelho durante mais de hora e meia de debate

Os quatro candidatos à Câmara Municipal do Bombarral esgrimiram argumentos no debate promovido pela Gazeta das Caldas no Teatro Eduardo Brazão

Apenas 186 votos separaram, em 2021, a vitória do PS sobre o PSD, que permitiu a Ricardo Fernandes ser reeleito presidente da Câmara Municipal do Bombarral.

Posicionando-se para tentar a conquista do terceiro e último mandato, o socialista enfrenta agora, à direita, a coligação inédita do PSD/CDS/IL com o maestro Élio Leal como cabeça-de-lista. O Chega, que teve há quatro anos apenas 297 votos, ganhou alento com o resultado das eleições legislativas (foi segundo com 1.788 votos e superou o PS) e aposta no bancário aposentado João Patuleia para se estrear no executivo camarário. Quanto à CDU, que luta por recuperar o vereador perdido em 2017, tem a dirigente associativa Conceição Brazão, aposentada, a liderar a lista à Câmara Municipal. Foi com este enquadramento que os candidatos participaram no debate promovido pela Gazeta das Caldas na noite do passado dia 25 no icónico Teatro Eduardo Brazão, que se encheu para assistir ao único confronto político destas eleições. Num município que se autopromove como ‘O Coração do Oeste’, a centralidade face aos 12 concelhos que compõem a OesteCIM – Comunidade Intermunicipal do Oeste e o acesso direto à A8 e à Linha do Oeste estiveram na base da discussão de propostas dos candidatos sobre como deve a Câmara Municipal potenciar o desenvolvimento económico, sendo transversal a necessidade de aumentar zonas industriais para acolher novas empresas. A defesa da construção do novo Hospital do Oeste no concelho é outro desígnio que une as quatro candidaturas, pese embora as críticas de parte a parte entre os candidatos socialista e da coligação de direita sobre aproveitamento político nesta fase eleitoral.

- publicidade -

São agora 11.538 eleitores, mais 330 que há quatro anos, que decidirão se haverá alternância ou manutenção política. Recorde-se que o PS renovou em 2021 a maioria com quatro lugares no executivo, contra três conseguidos pelo PSD.

João Patuleia, do Chega, que se estreia como candidato autárquico, assume que terá uma “proximidade de escuta ativa com transparência e responsabilidade”, prometendo “uma ação dinâmica neste concelho” na busca do desenvolvimento do município. “Acho que o nosso concelho está muito parado e, através da nossa atividade, vamos colocá-lo como foi há 20 ou 30 anos, ou seja, num concelho dinâmico ativo e que estava ao mesmo nível dos outros concelhos da zona Oeste”. Uma proposta que a sua candidatura não abdica é a criação de duas novas zonas industriais para criar emprego e fixar os jovens.

Já Élio Leal, que lidera a coligação ‘Mais Bombarral’, afirmou que nunca teria aceitado ser candidato à Câmara Municipal se não tivesse passado pela presidência da Assembleia Municipal, cargo que assumiu neste mandato. “Foi essa experiência e de contacto directo com os bombarralenses e com as necessidades do nosso concelho, que muito contribuíram para tomar esta decisão”. Acredita no potencial de desenvolvimento e crescimento do município e a centralidade territorial. “Sinto que o Bombarral precisa de mais e de potenciar essa localização e de aproveitar todo esse potencial que não está a ser aproveitado”, defende. Atrair, fixar e reter empresas é um passo fundamental para esta candidatura, nomeadamente “para aquelas que necessitam de expandir a sua atividade tenham condições para o fazer”. “A realidade é que a capacidade que o nosso concelho tem ao dia de hoje para fixar empresas é a mesma que tinha há oito anos”, critica.
A dirigente comunista Conceição Brazão, depois de ter passado pela Assembleia Municipal, lidera agora a lista da CDU para a Câmara Municipal e acredita que todos os candidatos têm o mesmo desejo de que o concelho cresça nos próximos quatro anos. “Até uma certa altura, não pensei em ser candidata. Mas pelo contacto que fui tendo com o povo, do qual eu venho e que me não me envergonho, a resposta que dei ao convite foi simples e direta: acreditamos que a eleição de um vereador da CDU para o executivo faria toda a diferença, pois seria uma voz ativa na discussão e resolução das dificuldades concretas dos nossos bombarralenses”, prometeu.

Já Ricardo Fernandes tem o propósito de renovar o mandato na presidência camarária porque, assume, “não fiz tudo!”. O edil socialista pretende continuar com a sua equipa a fazer o que falta, apesar de destacar que “foi muita coisa feita nos vários setores da nossa vida”, concretamente na saúde, cultura, habitação, turismo e desporto. “Tudo isto são coisas em que nós tocámos e fizemos”, sintetizou. Discorda dos seus opositores em relação à falta de competitividade do concelho, rotulando de análise “muito redutora, porque, de facto, somos muito competitivos até em termos económicos, como se verifica com a atração de empresas”. Socorre-se de documentação oficial, “como o Anuário Financeiro”, para suportar a sua análise. Continua a defender a manutenção, no próximo mandato, da isenção da derrama, o imposto municipal sobre os lucros das empresas, para continuar a atrair mais empresários a investir no concelho. E destacou a mais-valia dos 7,5 milhões de euros de investimentos com fundos comunitários concretizados nos últimos quatro anos.

- publicidade -