Bloco de Esquerda reúne 100 pessoas em sardinhada na lagoa

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FD1-MarisaMatiasCerca de uma centena de militantes e simpatizantes responderam ao repto do Bloco de Esquerda e participaram na sardinhada que teve lugar no parque de merendas do Nadadouro, na tarde de 18 de Maio.
A co-coordenadora do partido, Catarina Martins, e Marisa Matias, cabeça de lista do BE às eleições europeias, apelaram ao voto nas próximas eleições de 25 de Maio.

Já as sardinhas estavam a assar e a hora de almoço se arrastava quando a candidata ao Parlamento Europeu, Marisa Matias, chegou ao Parque de Merendas, vinda de Peniche, e fez questão de cumprimentar e falar com as pessoas, distribuídas pelas várias mesas.
“Ouvir as pessoas e perceber o verdadeiro estado em que está o país” é o que Marisa Matias tem andado a fazer durante a campanha para depois “arranjar alternativas” para esses problemas. A candidata tem encontrado sinais de apoio e incentivo, mas também “muita desesperança”, consequência, na sua opinião, do afastamento das pessoas dos processos de decisão.
Esse desânimo é visível em relação ao “sistema político, partidos, mas sobretudo numa concepção de que não há alternativa, quando na verdade ela existe”, disse a candidata, acrescentando que uma das suas principais tarefas é tentar combater a abstenção e fazer com que as pessoas participem e decidam.
Crente de que não houve uma “saída limpa” para Portugal e que tal conceito não passa de “propaganda” do governo, a candidata bloquista partilhou histórias que mostram como o país continua em dificuldades. Eles elas, destacou o exemplo de um senhor de 80 anos que tem que continuar a trabalhar porque a sua reforma, juntamente com a da mulher, não chegam para pagar o lar, ou a de uma jovem que, apesar de estar desempregada há um ano e meio, não conta para as estatísticas do desemprego pois fez 49 formações.
“Há muito mais desempregados, temos níveis de pobreza que cresceram como nunca em tempos de democracia”, disse a candidata, que acredita que os níveis de austeridade dos últimos três anos vão continuar nas próximas décadas.
Crítica, Marisa Martins, disse aos jornalistas que a única “saída limpa” que existiu foi para um grupo restrito de pessoas, que normalmente são as que gravitam em torno do governo. E ironizou: “houve a saída limpa de José Luís Arnault, vice-presidente do PSD, para a Goldman Sachs, do ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, para o FMI, de Eduardo Catroga para a EDP, ou o aumento da fortuna das famílias mais ricas”.
Mas, neste encontro, Marisa Martins, teve também razões para estar contente, pois o projecto–lei proposto pelo BE, no âmbito da petição, relativamente às dragagens na Lagoa, foi aprovado por unanimidade na Assembleia da República. “Essas boas noticias resultam da luta das pessoas”, disse a candidata, que espera que este ecossistema venha a ter um final feliz.

QUEM CALA CONSENTE

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Também presente na sardinhada, a coordenadora do BE, Catarina Martins, apelou ao voto nas europeias, considerando que nesse dia “quem cala, consente”. A deputada disse ainda que falhou a estratégia da austeridade e que o que é “real e urgente” nesta campanha é o desemprego, a emigração e os cortes em pensões e salários.
Carlos Carujo, candidato pelo BE nas últimas autárquicas, defendeu que é preciso “combater o pântano”, tanto no que respeita à Lagoa, como no país e Europa, “que é o da austeridade permanente”.
João Penedos, autor da petição “Pela Salvaguarda da Lagoa de Óbidos”, lembrou o longo processo que começou em 2009 com a recolha das assinaturas, até à discussão e votação das propostas pelos deputados da Assembleia da República, no passado dia 14 de Maio. O cidadão considera que a desculpa da falta de dinheiro para intervenção na lagoa é “esfarrapada” e acusou a administração central de má gestão do dinheiro público.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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