Bernardo Rodrigues apresenta lista às autárquicas com elementos do PSD e do CDS/PP

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O salão do Pinhal lotou, no passado dia 31 de Julho, com mais de 400 pessoas que ali se dirigiram para conhecer a candidatura socialista obidense intitulada “Com todos, por Óbidos”. O candidato à Câmara, Bernardo Rodrigues, apresentou uma equipa que disse ser “coesa, forte e motivada”, que integra elementos vindos de outros quadrantes partidários, nomeadamente do PSD e do CDS-PP.
A cerimónia contou com a presença do líder parlamentar do PS, o obidense Carlos Zorrinho, que se referiu a Bernardo Rodrigues como um homem de acção, que tem todas as condições para ser um “grande presidente”.

“De que vale apregoar um concelho que seria um oásis na região e país quando, apesar dos investimentos avultados, o desempenho escolar dos nossos alunos continua a situar-se na cauda de toda a região Oeste?”. Esta foi uma das questões que o candidato Bernardo Rodrigues começou por colocar sobre a governação de Telmo Faria, cujos discursos, diz, “são muito bem concebidos, mas que não colam à realidade”.
O candidato socialista disse que Óbidos possui a pior taxa de natalidade da região Oeste e que possui actualmente menos assistência médica numa população cada vez mais envelhecida e a precisar de mais cuidados. “Apesar das avultadas receitas extraordinárias dos empreendimentos turísticos, foi preciso pedir um resgate financeiro que todos pagaremos até 2026, transformando as dívidas a fornecedores em dívidas de médio prazo”, acrescentou Bernardo Rodrigues.
O candidato denunciou que a água paga pelos munícipes obidenses é das mais caras da região, que o IMI é dos mais elevados do país e que o PDM continua por rever há 12 anos, limitando o desenvolvimento do concelho.
Entre as principais linhas orientadoras do programa socialista estão a vontade de manter o que está bem feito e mudar apenas o que está mal. “O que é positivo deve continuar, independentemente da sua proveniência”, disse o candidato, esclarecendo que se for eleito manterá os grandes eventos que se realizam em Óbidos (Vila Natal, Festival do Chocolate e Feira Medieval), embora venham a ter o cunho da sua equipa.
O PS pretende também avançar para a revisão do PDM, desenvolver uma política de proximidade com os munícipes, implementar o orçamento participativo e aprofundar a descentralização nas freguesias. Outras prioridades são a conclusão do ciclo do saneamento básico no concelho, a promoção de uma “ampla reabilitação do património histórico” e a criação de emprego e empreendedorismo.
Bernardo Rodrigues defendeu ainda a necessidade de colaborações estratégicas com outros municípios, procurando captar investimento especialmente dirigido ao turismo, assim como a modernização dos serviços autárquicos e o desenvolvimento da solidariedade local e das redes de apoio.
Perante uma sala cheia, o candidato assumiu o compromisso de exercer uma gestão autárquica “sensata e competente, firmemente ancorada nos princípios da eficiência, transparência e da solidariedade”.
Para o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, Bernardo Rodrigues é “do melhor que esta terra deu”, destacando que é um homem de acção e que tem todas as condições para ser um “grande presidente”. O também obidense – que tem vindo a ganhar protagonismo como dirigente nacional do PS – disse ainda que o voto de 29 de Setembro terá dois significados: “queremos gente boa a governar o concelho e não queremos mais estas políticas que esquecem as pessoas a governar o país”.

Lista coesa mas diversificada

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O actual vereador do PS na Câmara, José Machado, encabeçará a lista à Assembleia Municipal nas próximas autárquicas. Trata-se, de acordo com o próprio, de uma “lista coesa mas diversificada nos ideais e pensamentos, representativa e plural”, integrando elementos de outros quadrantes políticos, como é o caso de Albino Sousa, que foi líder da bancada do PSD, ou Francisco Braz Teixeira, que foi candidato à Câmara pelo CDS-PP.
“Esta é uma lista de pessoas que pensam pela sua cabeça, que decidem em função da sua consciência, que apenas se preocupam com Óbidos e os seus cidadãos”, disse, destacando que a grande maioria dos elementos são independentes, como é o seu próprio caso.
Caso seja eleito, José Machado quer liderar uma Assembleia “verdadeiramente representativa” do concelho e exercer o cargo em permanência, sempre disponível para ouvir os que o procurem. “Não serei um presidente da Assembleia Municipal por oportunismo político, por calculismo partidário, um presidente em part-time que é mais ausente que presente”, disse, garantindo a sua determinação em liderar efectivamente o órgão fiscalizador da autarquia.
O candidato garantiu ainda que, como presidente da Assembleia Municipal, terá sempre “consideração” pelo público presente e pelos deputados e que cumprirá os horários e prazos de entrega da documentação. José Machado quer também promover uma maior abertura aos munícipes, disponibilizando no porta do município os assuntos a discutir e respectivos documentos.
“Queremos construir uma grande frente cívica pelo concelho de Óbidos, para se corrigirem erros e para dar uma nova esperança neste tempo de grave crise”, disse, comprometendo-se na defesa dos interesses da população e construção de um “futuro melhor, com realismo e sensibilidade social”.
João Paulo Pedrosa, presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, enalteceu as características do candidato obidense, nomeadamente a simplicidade, o apego aos valores daquela terra e a vontade de a transformar.
O dirigente socialista lembrou que a autarquia sempre foi socialista, com excepção dos últimos 12 anos, e considera que agora é altura de o voltar a ser, pois Bernardo Rodrigues é uma “pessoa séria, trabalhadora” e será um “presidente de proximidade”.
Já Fernando Sousa, mandatário político de Bernardo Rodrigues, disse acreditar nas pessoas que compõem as listas e destacou a necessidade do concelho ser gerido por “quem se preocupa seriamente com os problemas”. O responsável enumerou alguns dos problemas que afectam as pessoas e que se fossem resolvidos iriam contribuir para a criação de riqueza no concelho e permitir a sua continuidade nas terras de origem.
Fernando Sousa acredita que, para Bernardo Rodrigues, os interesses do concelho vão estar sempre em primeiro lugar e levará o município a “um equilíbrio e estabilidade que neste momento não tem”.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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