Os deputados Ricardo Vicente, Moisés Ferreira e José Soeiro, eleitos pelo Bloco de Esquerda (BE) querem explicações da ministra da Saúde, Marta Temido, sobre o funcionamento do Centro Hospitalar do Oeste (CHO). Numa pergunta dirigida ao governo, os deputados questionam para quando a concretização de investimento neste centro hospitalar, de forma a reabilitar as farmácias e a responder às necessidades dos doentes oncológicos, no que diz respeito aos fitotóxicos. Querem também saber o motivo pelo qual o conselho de administração do CHO ainda aguarda a autorização da tutela, que foi solicitada em Janeiro, para a abertura de concursos para a contratação dos auxiliares que estão a recibo verde.
Os deputados perguntam para quando se prevê a construção de um novo hospital no Oeste, assim como qual o montante gasto em deslocações com o transporte de doentes entre os três hospitais nos últimos três anos de actividade do CHO.
Estas questões resultam de uma visita feita pelo deputado eleito por Leiria, Ricardo Vicente, juntamente com dirigentes locais ao hospital caldense e reunião com a administração do centro hospitalar, no passado dia 4 de Novembro. Esta iniciativa decorreu um ano depois da tomada de posse do novo conselho de administração, presidido por Elsa Baião, e pretendeu fazer um ponto da situação actual e esclarecer algumas denúncias sobre o funcionamento dos seus três hospitais, situados as Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras.
Os deputados referem que durante este último ano houve crescimento de 4% no número de consultas, maior número de partos e um investimento de 900 mil euros em equipamentos. Estão ainda a decorrer as obras para as novas urgências no Hospital das Caldas da Rainha, que atrasaram devido à “descoberta de uma viga invertida que não estava prevista em planeamento” e que leva a que a obra só esteja concluída nos primeiros meses do próximo ano, explicou a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, à Gazeta das Caldas.
Há uma candidatura aprovada, no valor de 1,6 milhões de euros, para as urgências de Torres Vedras, com previsão de requalificação da oftalmologia também em Torres Vedras e criação de serviço de internamento de Psiquiatria no hospital de Peniche. A comitiva ficou a saber que as dificuldades com o refeitório, que tinha sido fechado pela ASAE, estão solucionadas, pelo que o BE considera que o Centro Hospitalar está “claramente em melhor situação do que há um ano atrás”.
No documento dirigido à tutela, os deputados bloquistas denunciam ainda que existem várias valências médicas muito deficitárias nos quadros do CHO e que, depois de um processo de regularização de precários (que regularizou 240 trabalhadores), continuam a ser recrutadas pessoas a recibos verdes e mediadas por empresas de trabalho temporário para garantir o normal funcionamento dos três hospitais. “O Conselho de Administração do CHO, reconheceu que estas pessoas devem fazer parte dos quadros e informaram que aguardam a autorização da tutela desde janeiro para abrir concurso que permita a sua contratação”, referem no documento apresentado.
Os deputados Ricardo Vicente, Moisés Ferreira e José Soeiro dão nota da necessidade de investimento público para infraestruturas e equipamentos do CHO, assim como da carência de recursos humanos, dos auxiliares e enfermeiros aos médicos, que trabalham demasiadas horas, acabando muitos de baixa. “Uma dispersão de serviços de especialidade e de urgência em três hospitais distanciados por dezenas de quilómetros e sem interligação por transportes públicos coletivos capazes, torna tudo mais difícil de gerir”, consideram, defendendo a construção de um novo hospital, que permita centralização de serviços, rentabilização de recursos e a oferta de melhores condições a profissionais e utentes.
BE questiona o governo sobre investimentos para o CHO e defende novo hospital para o Oeste
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