Habitação, mobilidade, a transição climática serviços públicos de proximidade são os eixos programáticos da candidatura encabeçada por Carlos Ubaldo à Câmara
Filho de pai português e mãe ucraniana, Vigo Constantino, de 18 anos, veio dos Estados Unidos, reside no Cadaval e estuda em Lisboa. “Não é fácil ser jovem em Portugal”, considera, denunciando a desadequação dos transportes públicos aos horários da escola e, por vezes, a sua inexistência, assim como o custo das propinas e dos quartos quando se deslocam. O seu testemunho abriu a a sessão de apresentação pública dos candidatos e do programa “Construir Caldas”, do Bloco de Esquerda (BE), na tarde de 27 de setembro, na sala de sessões da sede da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório. A iniciativa contou também com a presença de Miguel Cardina, da Comissão Política Nacional do BE, que falou da importância de afirmar o partido, que já esteve representado na Assembleia Municipal caldense. “O Carlos Ubaldo é esta espécie de deputado sombra da Assembleia Municipal”, disse, referindo-se ao candidato à Câmara caldense que, no último mandato e sem representatividade do BE naquele órgão, participou nas várias reuniões intervindo no período do público. Defendeu um programa de defesa da mobilidade, da transição climática, dos direitos laborais, da cultura e contra o racismo e xenofobia. O também historiador realçou que a política autárquica deve “construir sociedades fortes, coesas” e usar este momento para “lutar contra o crescimento da extrema direita e da radicalização das direitas”. Esta luta é um dos propósitos da candidura, confirmou Carlos Ubaldo, defendendo que, sob o mote “Construir Caldas” pretendem pôr o interesse das pessoas à frente dos interesses instalados. O seu programa autárquico passa por quatro eixos estratégicos: a habitação como direito fundamental, a mobilidade sustentável e acessível, a transição climática e defesa do ambiente, e serviços públicos de proximidade. A construção do novo hospital do Oeste é uma prioridade para o BE, que entende que as acessibilidades são fundamentais para a instalação desse equipamento. No que respeita à cultura, Carlos Ubaldo defendeu “mais investimento e visão estratégica” e, referindo-se ao Centro de Artes, considera que é um “espaço com um enorme potencial, que não tem sido valorizado como devia”.
“Temos um plano, equipa e sabemos o que queremos fazer”
Rita Nóbrega, cabeça de lista à Assembleia Municipal, partilhou um plano ambicioso: “construir as Caldas de raiz, com boas bases, para que todos os caldenses se possam apaixonar pelas Caldas”. Considera que esse trabalho começa na Assembleia Municipal e deixou críticas ao movimento Vamos Mudar, no poder, “que não fez jus ao nome”. A candidata bloquista elencou um conjunto de propostas e, no final, reconheceu que “é ambicioso, mas temos um plano, equipa e sabemos o que queremos fazer”.
Também presente na sessão, o candidato à União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, Francisco Matos, também partilhou várias das propostas, entre elas a criação de um gabinete de apoio aos imigrantes, a reabertura urgente da escola primária do Coto, a disponibilização de bicicletas elétricas para os fregueses e a recuperação de prédios devolutos para habitação de famílias carenciadas e estudantes da ESAD. Por seu lado, o candidato à União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, André Rocha, referiu que o município “não se soube desenvolver e aproveitar as oportunidades. Entristece-me tanta inação”, disse, acrescentando que a freguesia onde reside, e à qual se candidata, “está votada ao abandono”. Defendeu uma maior centralidade e quer olhar para a zona da Expoeste “com outros olhos”, com a criação de uma zona real de paragem de autocarros, um mercado, que também pode servir como espaço de eventos, e um living lab. “Santo Onofre tem de deixar de ser o lado esquecido da cidade”, assumiu o candidato que quer acabar com os desequilíbrios.































